O que é a tecnologia NanoCell presente em TVs da LG?

Tecnologia de TVs premium da LG é baseada em tela LCD e adiciona filtro de cores com nanopartículas para tornar imagem mais viva; entenda vantagens e desvantagens

Emerson Alecrim Paulo Higa
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TV 4K LG Nano90 com NanoCell (tmagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
TV 4K LG Nano90 com NanoCell (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A tecnologia NanoCell combina nanopartículas que atuam como um filtro de cores em TVs LCD, melhorando a qualidade de imagem. Foi criada pela LG e está presente em modelos 4K e 8K da marca. Elas formam uma linha também chamada NanoCell.

As primeiras TVs com a tecnologia foram lançadas pela LG em 2017. Entre elas estavam as séries LG SJ8000, SJ8500 e SJ9500. A fabricante posiciona a linha NanoCell abaixo de seus modelos OLED e QNED. Apesar disso, as TVs com NanoCell se destacam por oferecerem um volume de cores elevado.

Como funciona a tecnologia NanoCell

A camada de nanopartículas das telas NanoCell atua como um filtro de cores que absorve comprimentos de ondas de luz específicos de tons opacos. Ela é posicionada acima dos cristais líquidos de um painel LCD, responsáveis por transmitir ou bloquear a luz emitida pelo backlight.

Camada de filtro NanoCell em uma TV LCD (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Camada de filtro NanoCell em uma TV LCD (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Com o filtro NanoCell, apenas as cores vermelha, verde e azul mais puras são exibidas na tela, resultando em imagens mais realistas.

Vermelho, verde e azul formam o padrão RGB. Todas são cores primárias, que se combinam para formar outras. Nas telas, sobretudo as cores vermelha e verde devem ser exibidas com o maior nível de pureza possível para que as imagens sejam vívidas e precisas.

A camada de NanoCell filtra tons opacos, deixando as cores mais vídidas (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
A camada de NanoCell filtra tons opacos, deixando as cores mais vídidas (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Partículas com apenas 1 nanômetro de tamanho

A tecnologia NanoCell utiliza partículas de 1 nanômetro, que formam pixels distribuídos uniformemente pelo visor. A distância entre cada pixel também costuma ser de apenas 1 nanômetro, o mesmo que 1 metro dividido por 1 bilhão.

A distribuição consistente de pixels melhora a qualidade da imagem, em parte por favorecer a visualização sob ângulos variados. Mas há outra fator que contribui para isso: o uso de painéis IPS LCD.

Combinar NanoCell com IPS (In-Plane Switching) é importante porque telas LCD antigas ou simples alinham os cristais líquidos em posição vertical. Na tecnologia IPS, o alinhamento é horizontal. Isso melhora substancialmente o ângulo de visão em relação a telas LCD convencionais.

Vantagens

O mérito do NanoCell está em melhorar o LCD, um tipo de tela muito difundido no mercado. Isso traz várias vantagens. Estas são as principais:

  • Maior volume de cores: a TV exibe imagens com mais cores visíveis, afinal, o filtro de cores com nanopartículas remove tons indesejados;
  • Cores vivas: telas NanoCell também exibem imagens vívidas. Isso porque a filtragem de tons opacos ou indesejados aumenta a pureza de cores;
  • Nível alto de brilho: a intensidade do brilho é mais alta do que em TVs LCD convencionais;
  • Ótimo ângulo de visão: a distribuição consistente das nanopartículas e a associação com painéis IPS fazem o ângulo de visão lateral ser melhor do que em TVs LCD comuns;
  • Melhor tempo de resposta: TVs NanoCell também podem ter tempo de resposta menor em relação a telas comuns, o que resulta em redução no desfoque de movimentos;
  • Preço mais acessível: dependendo do modelo, TVs NanoCell podem ser mais baratas do que modelos OLED com o mesmo tamanho ou resolução.

Desvantagens

A tecnologia NanoCell também tem alguns pontos desfavoráveis, embora nenhum deles prejudique seriamente a experiência do usuário:

  • Contraste limitado: TVs do tipo podem não ter um bom nível de contraste. Esse problema é comum a qualquer painel LCD, mas é mais pronunciado em visores IPS, que são usados com NanoCell;
  • Preto não tão profundo: telas NanoCell não têm profundidade de preto tão boa quanto em TVs OLED, em parte, por causa do contraste limitado;
  • Maior consumo de energia: telas do tipo podem consumir mais energia do que TVs OLED por exigirem um backlight de LEDs;
  • Vazamento de luz: TVs NanoCell podem ter um escape de iluminação nas extremidades, pois esse é um problema inerentes a telas LCD com luz de fundo gerado por LEDs.

Perguntas frequentes

TV NanoCell tem vida útil maior?

Telas com a tecnologia NanoCell tendem a durar mais do que visores OLED por não terem compostos orgânicos, que são mais suscetíveis a desgaste. Porém, o tempo de vida útil de uma TV NanoCell depende de vários outros fatores, como a qualidade de seus componentes.

TVs NanoCell têm local dimming?

Algumas TVs NanoCell usam local dimming para atenuar o contraste limitado. Para isso, elas podem contar com painéis FALD (Full-Array Local Dimming), que são baseados em uma grande quantidade de LEDs, razão pela essa abordagem existe só em modelos mais caros.

Como limpar uma TV NanoCell?

Basta seguir os mesmos cuidados da limpeza de qualquer tipo de tela. Começa em desligar a TV e não jogar água diretamente nela. Também é recomendável usar um pano de boa qualidade para o procedimento, de preferência, um próprio para limpar telas.

Como transportar uma TV NanoCell?

Com os mesmos cuidados para se transportar outros tipos de TVs. Eles incluem certificar-se de que os cabos foram desconectados e movê-la com o auxílio de outra pessoa. Para transporte em veículos, é importante colocá-la na embalagem original ou protegê-la com itens como isopor e plástico-bolha.

TV 8K LG Nano96 com NanoCell (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
TV 8K LG Nano96 com NanoCell (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Tecnologias similares

Nosso comparativo mostra, em detalhes, as diferenças entre as tecnologias derivadas do LCD e do OLED, incluindo QLED, QNED e o próprio NanoCell.

Abaixo, você confere um resumo das principais rivais do NanoCell:

NanoCell vs OLED

Telas NanoCell têm contraste inferior às telas OLED, pois são baseadas na tecnologia LCD, que exige backlight para iluminar os pixels. Desse modo, você pode esperar um preto mais acinzentado e cores menos vivas.

Por outro lado, as telas OLED têm durabilidade menor do que as NanoCell, já que são baseadas em material orgânico que tende a se desgastar mais rápido. Essa característica também torna TVs OLED mais suscetíveis ao efeito burn-in.

NanoCell vs QLED

Telas QLED e NanoCell são baseadas em LCD. Mas as QLED costumam ser associadas a painéis VA, enquanto uma TV LG NanoCell usa geralmente um painel IPS. Desse modo, as telas QLED tendem a apresentar ângulo de visão menor do que uma TV NanoCell.

A Samsung usa o termo QLED para se referir a telas que contam com uma camada de pontos quânticos sobre o LCD. Já o NanoCell é uma marca da LG para displays que usam um filtro de cores formado por nanopartículas.

NanoCell vs LG QNED

O NanoCell é uma tecnologia da LG usada em telas LCD para entregar cores mais vivas por meio de um filtro de nanopartículas. Essa técnica também é empregado na linha LG QNED, em associação a uma camada de pontos quânticos, que também visa melhorar a reprodução de cores.

TVs LG QNED avançadas podem ter backlight de miniLED. Por causa disso, esses modelos apresentam brilho mais intenso e preto mais profundo na comparação com TVs NanoCell.

Vale ressaltar que LG QNED é diferente de QNED (Quantum Dot Nanorod LED), uma tecnologia autoemissiva que ainda está em desenvolvimento.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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