O que é TDP?

Aprenda sobre o que é TDP de um processador, e por que a medição de calor e consumo de energia do componente são importantes

Ronaldo Gogoni
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• Atualizado há 2 semanas

O TDP de um processador ou placa de vídeo está relacionado a quanto calor esses componentes são capazes de gerar, em situações de uso normal a pesado. Saber essa informação é importante para quem está montando um desktop, pois facilita na hora de escolher o sistema de resfriamento ativo. Descubra a seguir o que é TDP e para o que ele serve.

Processador visto de perto (Imagem: TobiasD/Pixabay)
Processador visto de perto (Imagem: TobiasD/Pixabay)

O que é TDP?

TDP é a silgla de Thermal Design Power, ou em português, Potência de Design Térmico. Ele determina a potência térmica (calor) máxima gerada por um componente eletrônico, geralmente um processador ou uma placa de vídeo, que um sistema de resfriamento ativo (cooler) precisa dissipar.

O TDP é medido em watts (W) e não deve ser confundido com a potência máxima que um componente consegue gerar em momentos de pico, atingido geralmente em testes para saber qual o máximo de calor que o mesmo pode gerar, ou através de vírus específicos, que infectam um computador e forçam uma CPU a trabalhar na potência máxima até literalmente fritar.

Ao invés disso, o TDP informa a quantidade máxima de calor que um processador ou GPU pode gerar em situações normais de uso, rodando aplicações cotidianas ou mais pesadas, como programas exigentes ou jogos, de forma que o sistema de resfriamento dê conta dele.

Por que saber o TDP é importante?

O TDP de um processador é baseado em sua frequência (clock) base, e não considera recursos como TurboBoost e overclock, onde o calor gerado será maior. A potência máxima gerada em momentos de pico, onde a CPU ou GPU são forçados ao máximo, é por convenção até 50% maior do que o TDP base.

Saber qual é o TDP de um processador ou placa de vídeo é importante para quem está montando um desktop, pois tais dados são necessários na hora de escolher o sistema de resfriamento ativo para ambos os componentes. Coolers de ventoinha ou water coolers, que usam água para manter a temperatura dos componentes baixa, trazem especificações precisas sobre quanto calor conseguem dissipar.

Water cooler Cooler Master MasterLiquid ML240L: suporta TDP de até 200 W (Imagem: Divulgação/Cooler Master)
Water cooler Cooler Master MasterLiquid ML240L: suporta TDP de até 200 W (Imagem: Divulgação/Cooler Master)

Por exemplo: o processador para desktop Intel Core i9-10900K conta com um clock base de 3,7 GHz, mas pode chegar até 5,3 GHz em TurboBoost. Em operações normais seu TDP é de 125 W, um número já  alto, mas se levarmos em conta o aumento na potência ao usar o modo de alto desempenho, a potência pode chegar até 188 W.

Para processadores de alto desempenho como este, um cooler de ventoinha não basta, principalmente se o usuário considerar o uso do TurboBoost. O interessado em usar esta CPU em seu desktop terá que investir em um sistema de resfriamento realmente eficiente, como um water cooler (acima), que possa dissipar uma potência maior do que o limite teórico do processador.

A título de comparação, processadores ARM como os usados em celulares e tablets, o que inclui também o Apple M1, presente nos Macs mais recentes, possuem um TDP muito menor e dispensam sistemas de resfriamento ativo, com os fabricantes usando sistemas passivos, como os usados nos laptops em geral.

O processador da Apple, por exemplo, gera um TDP entre 10 W e 20 W; a companhia não revelou o número exato.

Como saber o TDP de uma CPU ou GPU?

Por padrão, as informações sobre o TDP de um processador ou de uma placa de vídeo podem ser encontradas na página de especificações do componente, entre suas outras características. Em geral, as fabricantes usam o termo para designar a potência gerada pelas CPUs, mas o mesmo pode não ocorrer com as de GPUs.

A Nvidia por exemplo usa o termo “potência da placa gráfica”, enquanto a AMD prefere “alimentação da GPU”. No entanto, ambas se referem ao TDP e devem ser levadas em conta pelo usuário, na hora de montar seu desktop, para não ter surpresas quentes no futuro.

Com informações: Intel.

Ronaldo Gogoni

Ronaldo Gogoni é formado em Análise de Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia da Informação pela Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo). No Tecnoblog, fez parte do TB Responde, explicando conceitos de hardware, facilitando o uso de aplicativos e ensinando truques em jogos eletrônicos. Atento ao mundo científico, escreve artigos focados em ciência e tecnologia para o Meio Bit desde 2013.

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