Entenda o conceito e os benefícios de uma cidade inteligente (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Cidades inteligentes, ou smart cities, são ambientes urbanos que integram inovação para otimizar serviços, elevar a qualidade de vida e impulsionar a sustentabilidade. Elas adotam tecnologias como Internet das Coisas e Inteligência Artificial para gerenciar recursos de forma eficiente e promover o desenvolvimento econômico e social.
O objetivo dessas cidades é facilitar a vida dos habitantes a partir de decisões baseadas em dados, otimizando desde a mobilidade urbana até a gestão de resíduos. Ações que tornam os espaços urbanos mais habitáveis e conectados às necessidades da população.
Alguns exemplos de cidades inteligentes ao redor do mundo são Singapura, Nova York (EUA), Barcelona (Espanha) e Paris (França). No Brasil, Florianópolis (SC), Vitória (ES), São Paulo (SP) e Curitiba (PR) se destacam como cidades que usam a tecnologia a favor dos habitantes.
A seguir, entenda o conceito de cidades inteligentes, as tecnologias usadas, seus benefícios e desafios.
O que são cidades inteligentes?
Cidades inteligentes, ou smart cities, são centros urbanos que integram tecnologias avançadas e dados interconectados para otimizar a gestão de recursos e melhorar a qualidade de vida. Elas buscam eficiência operacional e inovação contínua, usando a tecnologia para gerenciar as necessidades da cidade, dos habitantes e proteger o meio ambiente.
Qual é o conceito de cidades inteligentes?
Cidades inteligentes usam uma estrutura de tecnologia para enfrentar os desafios urbanos. Elas integram inovação e sustentabilidade para gerenciar de forma eficiente o espaço, recursos e serviços públicos, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos.
Similar a uma casa conectada, onde dispositivos interagem para otimizar a rotina, as smart cities aplicam tecnologias avançadas em áreas como transporte, energia, infraestrutura e gestão de resíduos. Assim, o objetivo é simplificar a vida urbana e aprimorar a comunicação com os habitantes.
Essas cidades empregam Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), sistemas de automação, aplicativos urbanos e análise de dados para tudo funcionar em harmonia. As decisões são baseadas nas informações coletadas, integrando-se ao “organismo vivo” da cidade para otimização contínua.
Inteligência artificial é uma parte importante para o funcionamento das cidades inteligentes (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Quais são as características tecnológicas de cidades inteligentes?
As cidades inteligentes e sustentáveis integram diversas tecnologias para otimizar serviços e melhorar a qualidade de vida dos habitantes. Algumas delas incluem:
Internet das Coisas (IoT): usa a infraestrutura de dispositivos conectados da Internet das Coisas, coletando dados em tempo real para monitorar e otimizar ambientes, como sensores de tráfego essenciais para a mobilidade urbana tecnológica;
Inteligência artificial (IA): sistemas de IA analisam grandes volumes de dados, identificando padrões, prevendo problemas e auxiliando na tomada de decisões para gerenciar operações urbanas, como detectar vazamentos ou otimizar o tráfego;
Tecnologia geoespacial: emprega GPS, sistemas de informação geográfica (GIS) e sensores para mapear e monitorar o ambiente urbano, identificando tendências, gerenciando e auxiliando nos desafios de mobilidade urbana e desastres naturais;
Conectividade avançada: uma rede móvel 5G de alta velocidade é fundamental para conectar bilhões de dispositivos IoT, garantindo a transmissão rápida e confiável dos dados essenciais para o funcionamento da cidade;
Computação em nuvem: atua como o repositório central para todos os dados coletados pela cidade inteligente, facilitando o armazenamento, acesso e compartilhamento seguro das informações entre autoridades e especialistas;
Análise de dados (Big Data): ferramentas avançadas de análise de dados transforma as informações coletadas em insights, permitindo uma gestão urbana mais eficiente, com melhorias contínuas e tomadas de decisão baseadas em evidências.
As conexões 5G são essenciais para a transmissão de dados em uma cidade inteligente (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Quais são exemplos de cidades inteligentes?
Diversas cidades ao redor do mundo se destacam na implementação de tecnologias inteligentes para melhorar a vida dos moradores e visitantes:
Nova York (EUA): implementa inovações para a conservação de recursos, como monitoramento do consumo de água e da qualidade do ar, além de semáforos inteligentes e acesso gratuito à internet em áreas públicas;
Londres (Inglaterra): conta com um sistema de gestão de tráfego avançado que analisa o fluxo em tempo real para otimizar semáforos, reduzindo congestionamentos e emissões de gases;
Barcelona (Espanha): utiliza uma ampla rede de sensores inteligentes em postes de luz e para monitoramento meteorológico, otimizando o consumo de energia, a iluminação pública e a manutenção urbana;
Paris (França): prioriza a sustentabilidade urbana com a criação de praças sem carros, controle de tráfego, ampliação de ciclovias e projetos que integram modernidade e respeito ao meio ambiente;
Singapura: possui um sistema de transporte integrado e proativo que monitora metrôs, ônibus, bicicletas e carros para antecipar e ajustar operações de tráfegos antes que problemas surjam;
Amsterdã (Holanda): modelo em mobilidade urbana sustentável com foco em transporte de baixo carbono, ampla rede de estações de recarga para veículos elétricos e gestão de tráfego em tempo real;
Seul (Coreia do Sul): investe em um centro de controle integrado para gerenciar tráfego, segurança e serviços públicos em tempo real, além de promover edifícios inteligentes e sustentáveis;
Tóquio (Japão): foca na resiliência urbana e no uso de tecnologias para gestão de desastres, eficiência energética e desenvolvimento de uma infraestrutura sustentável;
Dubai (Emirados Árabes Unidos): busca ser a cidade mais otimizada do mundo por meio de serviços governamentais inteligentes, transporte autônomo e uso extensivo de dados para melhorar a vida urbana.
O Brasil tem cidades inteligentes?
Sim, a 10ª edição do Ranking Connected Smart Cities, desenvolvido pela Urban Systems, classificou as 10 principais cidades inteligentes do Brasil:
Posição
Cidade (Estado)
Pontuação
1º
Florianópolis (SC)
37,525
2º
Vitória (ES)
37,513
3°
São Paulo (SP)
36,828
4º
Curitiba (PR)
36,808
5º
Niterói (RJ)
36,765
6º
Balneário Camboriú (SC)
36,699
7º
São Caetano do Sul (SP)
36,164
8º
Belo Horizonte (MG)
35,705
9º
Barueri (SP)
35,579
10°
Salvador (BA)
35,364
Florianópolis, em Santa Catarina, é considerada a principal cidade inteligente do Brasil (imagem: Eduardo Zmievski/Unsplash)
Quais são os benefícios de cidades inteligentes?
As cidades inteligentes oferecem uma série de benefícios que transformam a vida urbana, tornando-as mais eficientes, seguras e sustentáveis:
Tomadas de decisões baseadas em dados: a coleta e análise de dados permitem que as autoridades planejem ações eficazes, otimizando a distribuição de recursos e identificando as necessidades dos cidadãos;
Expansão de serviços digitais: a interação entre cidadãos e administração pública se torna mais ágil e acessível com aplicativos e plataformas online, simplificando processos e melhorando a experiência;
Igualdade digital: pontos de acesso Wi-Fi gratuitos e de alta velocidade em locais públicos promovem a inclusão digital, garantindo que todos tenham acesso à informação e aos serviços online;
Espaços públicos mais seguros: tecnologias de vigilância inteligente melhoram a segurança urbana, auxiliando na prevenção de crimes e agilizando a resposta a emergências;
Serviços públicos eficientes: sensores detectam problemas em infraestruturas essenciais, como vazamentos de tubulações de água ou falhas elétricas, permitindo reparos rápidos, redução de desperdícios e maior eficiência operacional;
Setor de saúde conectado: hospitais conectados e a integração de dados médicos otimizam o atendimento, facilitam o agendamento de consultas e melhoram a gestão da saúde pública;
Transporte aprimorado: semáforos inteligentes e aplicativos integrados otimizam o fluxo do tráfego, reduzem o congestionamento e facilitam o acesso e pagamento do transporte público;
Economia e inovação: cidades inteligentes atraem investimentos em tecnologia e startups, impulsionando a criação de empregos, o desenvolvimento de novas soluções e o crescimento econômico local;
Ações de sustentabilidade: edifícios eficientes, sensores de qualidade do ar e fontes de energia renováveis contribuem para a redução do impacto ambiental e promovem um desenvolvimento urbano mais sustentável.
Quais são os desafios de cidades inteligentes?
Estes são os pontos fracos ou que precisam ser melhorados em cidades inteligentes:
Cibersegurança: o uso de diversos dispositivos conectados aumenta o risco de ataques cibernéticos, exigindo segurança robusta para proteger dados dos habitantes e evitar interrupções nos serviços;
Dependência tecnológica: a excessiva dependência de sistemas tecnológicos pode gerar vulnerabilidades e exigir planos de contingência em caso de falhas;
Privacidade de dados: a ampla coleta de dados levanta questões sobre o uso, acesso e se os direitos de privacidade dos cidadãos estão sendo respeitados;
Inclusão digital: é crucial garantir que todos os habitantes, independentemente da renda ou familiaridade com tecnologia, tenham acesso e se beneficiem dos recursos;
Capacidade energética: o alto consumo de energia devido à grande quantidade de dispositivos demanda investimentos em redes elétricas eficientes ou fontes renováveis para garantir o funcionamento contínuo;
Infraestrutura obsoleta: a infraestrutura existente em muitas cidades pode não suportar novas tecnologias, exigindo modernização e manutenção custosas aos cofres públicos;
Gestão e governança: a complexidade dos sistemas exige uma governança clara e colaborativa entre setores públicos, privados e cidadãos para tomadas de decisão eficazes;
Financiamento e sustentabilidade: a implementação e a manutenção de tecnologias inteligentes exigem modelos de financiamento inovadores e sustentáveis a longo prazo.
Questões de cibersegurança ainda são uma parte preocupante em relação as cidades inteligentes (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Qual é a diferença entre cidades inteligentes e centros urbanos?
Cidades inteligentes usam a tecnologia para aprimorar a qualidade de vida dos cidadãos em áreas adensamento povoadas e com infraestrutura. Eles empregam dados e soluções digitais para otimizar a infraestrutura, gerenciar recursos e promover a eficiência em diversos setores.
Centros urbanos, por outro lado, são áreas densamente povoadas, caracterizadas por uma infraestrutura consolidada, forte atividade econômica e intensa interação social. No entanto, elas não necessariamente integram tecnologias para aprimorar a gestão ou as condições de vida dos habitantes.
Qual é a diferença entre cidades inteligentes e cidades sustentáveis?
Cidades inteligentes utilizam inovações tecnológicas para otimizar e resolver os desafios da vida urbana. Elas empregam soluções digitais, como Internet das Coisas e IA, para melhorar a eficiência dos serviços, a gestão de recursos e a qualidade de vida dos cidadãos.
Já as cidades sustentáveis priorizam o equilíbrio entre os pilares ambiental, social e econômico, visando garantir o bem-estar a longo prazo. Adotam práticas como uso de energias renováveis e gestão responsável de recursos, almejando a longevidade do ambiente urbano para as futuras gerações.
Nerd por natureza, Lupa Charleaux é formado em Jornalismo Multimídia pela São Judas Unimonte (2012). Iniciou a carreira como repórter de entretenimento em 2013, mas migrou para a editoria de tecnologia em 2019. Construiu experiência na área ao produzir notícias diárias sobre eletrônicos (celulares, vestíveis), inovação, mercado e conteúdos especiais sobre os temas. É repórter do Tecnoblog desde outubro de 2023. Anteriormente, atuou como redator de tecnologia e entretenimento no TecMundo (2019-2021/2022-2023) e redator de produtos no Canaltech (2021-2022).
Igor Shimabukuro
Redator
Igor Shimabukuro é jornalista graduado e pós-graduado em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. Já fez de tudo um pouco na área de jornalismo, e passou por Olhar Digital e TecMasters antes de integrar o Tecnoblog. É apaixonado por videogames, Pokémon e futebol, brinca na guitarra, e não dispensa uma boa pescaria.