O que é taxa de atualização de tela?

Entenda o que significa a taxa de atualização em monitores, TVs e celulares, e saiba como ela afeta a reprodução de imagens

Emerson Alecrim Ana Marques
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• Atualizado há 11 meses
TV Samsung Neo QLED QN90B tem taxa de atualização de 144 Hz (imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
TV Samsung Neo QLED QN90B tem taxa de atualização de 144 Hz (imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Taxa de atualização, representada em Hertz (Hz), indica o número de quadros por segundo que uma tela exibe. É comum encontrarmos o padrão de 60 Hz em TVs, monitores convencionais e smartphones. No entanto, fabricantes vêm investindo em taxas maiores, de 120 Hz ou mais.

Quanto maior a taxa de atualização, melhor?

De modo geral, quanto maior a taxa de atualização, mais fluida é a reprodução de vídeos ou animações na tela. Taxas altas também ajudam a reduzir o motion blur indesejado, que proporciona níveis de desfoque acima do normal.

Em termos práticos: uma tela com taxa de atualização de 60 Hz é atualizada 60 vezes por segundo. Já uma tela de 120 Hz dobra essa frequência. Esse ganho faz imagens com ações rápidas serem reproduzidas de modo mais responsivo e suave.

Mas nem sempre taxas acima de 60 Hz são necessárias, e a percepção de fluidez pode depender também do tipo de uso.

É por isso que celulares, notebooks, monitores e TVs com taxas de 90 Hz ou superior costumam ser indicados para jogos, já que esse tipo de conteúdo costuma ter cenas muito movimentadas. Uma taxa de atualização elevada ajuda o jogador a melhorar o desempenho em razão da percepção mais apurada das ações no game.

Já em um monitor usado para tarefas que não envolvem animações ou jogos, uma taxa de atualização acima 60 Hz pouco ou nada contribuirá para a experiência do usuário.

Além disso, telas com altas taxas de atualização têm consumo de energia maior e tendem a ser mais caras. Por isso, o número de Hz não deve ser o único fator considerado para a escolha do dispositivo.

Taxa de atualização de 60, 90 e 120 Hz (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Taxa de atualização de 60, 90 e 120 Hz (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Taxa de atualização variável

A taxa de atualização variável (VRR, na sigla em inglês) é uma técnica que permite a celulares, monitores e TVs ajustarem a frequência de quadros em tempo real, de acordo com o conteúdo reproduzido. Isso vale principalmente para jogos, que mudam a taxa a todo momento.

Com o VRR, a tela trabalha com uma taxa de atualização alta somente quando há demanda para isso, o que resulta em economia de energia e, em notebooks e celulares, maior duração da bateria.

Mas a técnica só funciona em telas compatíveis. É o caso da tecnologia AMOLED Dinâmico, da Samsung, que define a taxa de atualização entre 1 e 120 Hz em celulares como o Galaxy S23 Ultra. Em dispositivos como o iPhone 14 Pro, a tela Super Retina XDR usa a tecnologia LTPO para ajustar a taxa em até 120 Hz.

Fatores que afetam a taxa de atualização

A taxa de atualização de uma tela é determinada pelo fabricante e está relacionada a características técnicas, como a tecnologia de painel utilizada.

Telas OLED modernas conseguem chegar facilmente a 120 Hz e, em alguns dispositivos, esse número dobra. É o caso do monitor gamer LG UltraGear OLED que tem taxa de atualização de 240 Hz.

Em visores LCD, o tipo TN é o que costuma apresentar as taxas de atualização mais altas por causa da velocidade com a qual os cristais líquidos mudam de posição. Em 2022, a Asus chegou a lançar um monitor Rog Swift, voltado para jogos, com visor TN LCD capaz de trabalhar a 500 Hz.

Contudo, displays de cristal líquido dos tipos VA e IPS já conseguem oferecem taxas de atualização acima do padrão de 60 Hz.

A tecnologia de comunicação com a tela também afeta parâmetro. É caso do HDMI 2.1, que permite a TVs e monitores com resolução 4K trabalhar com taxas de 120 Hz, ou com resolução 8K e 60 Hz, desde que o cabo siga a mesma especificação. O HDMI 2.1 também é requisito em modelos com taxa de atualização variável.

60 Hz, 90 Hz e 120 Hz: é possível notar a diferença?

A diferença de taxa de atualização é perceptível entre 60 Hz e 120 Hz, e também pode ser notada entre 60 Hz e 90 Hz, tanto em TVs ou monitores quanto em celulares.

Mas diferenciar as taxas de 90 e 120 Hz é mais complicado, especialmente em celulares topo de linha. Isso porque, além de as telas serem relativamente pequenas, o conjunto de hardware (memória RAM e CPU) acaba sendo tão avançado nesses aparelhos, que atinge um nível de fluidez difícil de ser distinguido em uso comum.

Por exemplo: o Motorola Edge+ tem taxa de atualização de 90 Hz, e a usabilidade do Android se mostrou tão fluida quanto à do Galaxy S20 Ultra, com 120 Hz, em testes práticos.

A interface do sistema também tem grande peso para uma experiência mais suave. Em aparelhos como iPhone 13 Pro e iPhone 14 Pro, a tecnologia ProMotion ajusta automaticamente a taxa de atualização para até 120 Hz. Mas, mesmo em iPhones com taxa de 60 Hz, o iOS parece tornar tudo mais responsivo.

iPhone 14 Pro tem taxa de até 120 Hz (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
iPhone 14 Pro tem taxa de até 120 Hz (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Perguntas frequentes

Qual é a diferença entre taxa de atualização e tempo de resposta?

A taxa de atualização indica, em Hertz (Hz), a quantidade de quadros exibidos por segundo pela tela. Já o tempo de resposta aponta, em milissegundos (ms), a velocidade com a qual os pixels do display mudam de cor. Para os padrões atuais, o ideal é um tempo inferior a 10 ms. Quanto menor esse número, melhor.

Qual é a diferença entre taxa de atualização e FPS?

FPS é a sigla em inglês para quadros por segundo. Trata-se de uma medida equivalente à taxa de atualização. Porém, os FPS são usados para informar quantas imagens por segundo um vídeo ou jogo reproduz, sendo muito usada para avaliar o desempenho de placas de vídeo. A taxa de atualização se limita a telas.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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