Apple Music ganha versão para Android; eis as nossas primeiras impressões

Como prometida, a versão chegou antes do ano acabar; serviço custa US$ 4,99 por mês no plano individual

Jean Prado
Por
• Atualizado há 3 semanas
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A Apple liberou nesta terça-feira (10) o Apple Music para os usuários do Android. O aplicativo chegou a tempo (a promessa era até o final do ano) e ainda se encontra em fase beta.

Como usuário do Spotify que ainda não havia ativado o período de degustação do Apple Music, resolvi baixar o app para testar. Eu gosto da experiência de uso do Spotify no Android, e a do Apple Music não foi muito diferente.

Para minha surpresa, o aplicativo até que funciona bem. Logo no login, tive um pouco de receio porque percebi que os campos de escrita não seguiam os padrões de design do Android, mas isso é o de menos; até o SwiftKey, teclado diferente do padrão do Android, foi reconhecido (o que às vezes não acontece em aplicativos muito ruins).

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Depois, como acontece no iOS, tive de passar por duas telas que pedem para escolher os gêneros e artistas que mais gosto ― com esses dados, a Apple gera playlists e recomendações personalizadas. Segundo a empresa, elas são “curadas por humanos”, diferente de outros serviços de streaming, como o Spotify, que fazem isso por algoritmos.

Eu disse para o Apple Music que gosto muito de Adele tocando duas vezes no nome da artista. Assim, a primeira playlist que apareceu na tela “Para Você” do aplicativo foi “Introdução à Adele”, com as principais músicas da artista. Dei play, a música começou e… com cerca de 20 segundos, o streaming travou. Precisei fechar o aplicativo e abrir de novo.

Apesar dessa ótima primeira impressão, nas outras vezes o aplicativo não demorou para carregar as outras seções ou sequer o começo de outras músicas. Até agora, o único problema é quando vou fazer streaming de uma música que eu não ouvi antes e arrasto a barra de reprodução para a metade da música ― preciso ficar esperando até cinco segundos para a canção iniciar.

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Diferente de muitos desenvolvedores, a Apple entendeu que no Android não se usa um menu na parte inferior do dispositivo, então colocou o menu “hambúrguer” onde ficaria o ícone para mostrar o seu perfil. Como você pode ver acima, também não consegui colocar uma foto no aplicativo; passei pelo processo de recortar a imagem e salvar o perfil, mas ela continuou preta.

Depois da seção “Para Você”, há a “Novo”, que mostra as novidades no serviço de streaming, assim como playlists criadas pelos editores da Apple, curadores ou até mesmo outras para fazer atividades físicas. Assim como no iOS, são mostradas as principais músicas que estão sendo ouvidas pelos usuários do serviço.

A seção “Rádio” também não é muito diferente: é possível ouvir a Beats 1 sem problemas, com direito ao player em segundo plano que mostra as informações da música em reprodução. O meu maior problema foi com o menu “Connect”, que mostra atualizações específicas de artistas famosos.

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Eu não estava conseguindo reproduzir os vídeos oferecidos, mas depois descobri que é normal esperar dez segundos para o conteúdo carregar. O player também não é o ideal: a barra de status e navegação não são ocultadas, o que não cria a imersão desejada para reproduzir um vídeo.

Por fim, o serviço também dedica outras seções para às playlists criadas pelo usuário ou já existentes no Apple Music, que foram salvas. Há também a seção “Músicas”, reunindo o que você adicionou, estando apenas salvo no app ou transferido para o dispositivo.

Pelo que usei até agora, o aplicativo parece estar bem adaptado ao sistema. As páginas de artistas são igualmente bonitas quando comparadas à versão do iOS e me parece que o layout do aplicativo em geral não deve confundir ou incomodar muita gente. Eu só estranhei um pouco as telas brancas em contraste ao fundo preto usado no Spotify, mas é algo que dá para se acostumar.

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Para uma versão beta, o app do Apple Music está decente, fora algumas vezes que ele parou de reproduzir a música de repente. Nas configurações, também há opções para controlar o tamanho do cache da reprodução se você não estiver com muita memória livre no seu dispositivo. Se você colocar, por exemplo, 200 MB, o Apple Music irá armazenar temporariamente as músicas que você mais ouve sem que você necessariamente precise baixá-las.

O player em segundo plano funciona bem, assim como o download. Um aviso: se você estiver em alguma conexão móvel, não salve nada no Apple Music porque a opção de transferir apenas via Wi-Fi vem desativada por padrão. Fiquei surpreso que as informações de reprodução aparecem em alta resolução na tela de bloqueio, assim como a função de abrir alguma música a partir de um link fora do aplicativo estar ativa.

Você já pode baixar o aplicativo no Google Play e, caso seu período de degustação de três meses já tenha esgotado, será preciso desembolsar US$ 4,99 para o plano individual ou US$ 7,99 para o familiar. O pagamento é feito diretamente no Apple ID, e você precisa confirmar as informações de cobrança quando entrar com seus dados.

Se você ativou o período de degustação agora, para não se assustar com uma cobrança de US$ 4,99 ― ou seja, 20 reais ― enquanto você estiver comemorando o Carnaval, é só ir em Conta (clique na seta ao lado do seu nome no menu lateral) > Assinatura do Apple Music > Assinatura e desativar a “Renovação Automática”. Disponha.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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