Dead Space mostra como fazer um remake de qualidade

Vou começar essa análise dizendo sem rodeios: Dead Space é um dos melhores remakes que já me deparei, definindo um novo nível de qualidade para as empresas. O trabalho da desenvolvedora Motive é soberbo, algo difícil de acreditar quando lembramos que a publicadora é a dona EA. Mesmo assim, cada momento que passei a bordo da nave Ishimura me fez ficar tenso e sedento pela próxima leva de monstros que iria enfrentar. Um jogão em todos os aspectos.

Esqueça o original

Se você nunca jogou o Dead Space original, não tem problema. O remake lançado em janeiro de 2023 supri totalmente o que o primeiro título entrega em quase uma versão 1:1. Claro que há diferenças como a adição de missões paralelas e novos meios para alcançar um objetivo, contudo, a experiência como um todo é a mesma.

Pincelando rapidamente a história, o jogador personifica Isaac Clarke, um engenheiro encarregado de auxiliar no conserto de uma nave chamada Ishimura que está no meio do espaço. Porém, não demora nada para ele se ver em meio a uma conspiração com teor religioso e cercado por monstros assustadores.

Aqui entra uma parte bastante estratégica em um survival horror, já que não adianta apenas atirar que nem um Chris Redfield nas criaturas. Você precisa desmembrá-los, acertando suas juntas para derrotá-los. Eu sempre gostei dessa ideia, pois ela aumenta a tensão ao se deparar com seres tão aterrorizantes.

A partir daí, uma jornada de cerca de 15 horas começa, exigindo do dono do controle boa pontaria, força de vontade e inteligência para se preparar para cada nova sala. É verdade que além dos muitos pontos de salvamento pelos corredores, o jogo ainda traz checkpoints, o que faz com que a aventura não seja tão difícil. Ao menos no modo normal.

Ambientação que beira à perfeição

Por ser um game do gênero survival horror, uma das maiores qualidades de Dead Space Remake é toda a atmosfera que o pessoal da Motive oferece ao jogador. Assim que os personagens chegam à nave Ishimura, dá para sentir que há algo especial ali. Os diálogos que começam casuais e vão tomando ares de frustração e, consequentemente, desespero são sensacionais.

Os efeitos de luz mostram muito bem o poder dos consoles de atual geração (PlayStation 5 e Xbox Series), especialmente se você jogar no modo de qualidade, que traz o ray-tracing como destaque. Por outro lado, isso faz com que a jogatina fique travada nos 30 quadros por segundo.

Caso queira curtir o terror de forma mais fluída, é só jogar no modo desempenho, que remove o ray-tracing, mas adiciona os 60 quadros por segundo de maneira bastante competente. Seja como preferir, a experiência é extremamente competente nos dois jeitos.

De qualquer forma, a parte que mais gostei no quesito ambientação é direcionada aos efeitos sonoros. Vai por mim: é extremamente importante jogar Dead Space Remake com fones de ouvido ou com um poderoso sistema de som. Cada movimentação, grito ou grunhido das criaturas fazem com que o game seja uma obra-prima nessa área.

E sim, vou fazer analogia com o primeiro filme da série Alien, pois a sensação de medo é muito similar.

Quem vai desbancar Dead Space Remake?

Até começar a jogar o novo título da Motive e da EA, eu considerava o remake do primeiro Resident Evil (lançado primeiramente para o GameCube em 2002) como o suprassumo dos jogos refeitos. No entanto, após finalizar a estrondosa campanha a bordo da Ishimura, sinto que talvez a coroa deva pertencer a outro nome.

As mudanças não são muitas, mas são o suficiente para dar uma sensação de novidade para quem jogou o original. Ademais, essa obra acaba sendo uma excelente porta de entrada para quem quer conhecer o gênero e o que a franquia pode trazer para a mesa.

São tantas temáticas distintas, que não tem como não aplaudir o trabalho de toda a equipe. Sem dúvida alguma, este já é um dos grandes lançamentos de 2023. Não deixe de jogar e de se assustar!

Dead Space Remake está disponível para Xbox Series X/S, PlayStation 5 e PC.

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