F1 22 é fiel à categoria, traz novidades, mas peca na falta de conteúdo

Novo jogo da franquia chega oficialmente dia 1º de julho com preços a partir de R$ 249; em consoles da nova geração é preciso desembolsar R$ 339

Victor Toledo
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• Atualizado há 11 meses
F1 22 traz atualizações em carros, pistas e pilotos (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Ano após ano, os fãs da Fórmula 1 aguardam ansiosamente a chegada de um novo jogo da franquia. Mudanças de regulamento, novos carros, pistas estreantes, isso tudo faz parte do pacote de uma das categorias de automobilismo mais assistidas em todo o mundo. Em F1 22, o jogo segue à risca todas as mudanças feitas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para a temporada.

Entretanto, a falta de conteúdo que vá além do modo carreira é um dos principais pontos negativos do título, que se limita à personalização de personagem e presença de carros esportivos. Acompanhe, a seguir, todos os detalhes do jogo, seus pontos positivos e o que os desenvolvedores precisam melhorar na próxima versão do game.

F1 22 chega oficialmente no dia 1º julho de 2022 para PC, PS4, PS5, Xbox One e Series S/X, com textos e dublagem em português, assim como em jogos anteriores da franquia. Para produzir este review, o Tecnoblog testou a versão final do game para Xbox Series S no patch 1.089, por meio de uma chave cedida pela Electronic Arts.

Presença de novos carros é a principal novidade

Carros estão maiores em 2022 (Imagem: Divulgação/EA)

Com a mudança de regulamento apresentada pela FIA para 2022, os desenvolvedores tiveram que alterar completamente o modelo de chassi dos veículos do jogo. Apesar da Federação Internacional prometer que, no campeonato real, as ultrapassagens seriam mais frequentes, não foi isso que eu senti em F1 22.

Como os carros estão maiores, fazer uma ultrapassagem se tornou uma tarefa mais complicada, principalmente para jogadores menos experientes. Isso se torna ainda mais evidente em circuitos mais estreitos e com poucos pontos de ultrapassagem como Mônaco, Arábia Saudita e Hungria, por exemplo.

Apesar de sentir poucas mudanças na inteligência artificial de um ano para outro, essa dificuldade vai de acordo com o escolhido pelo usuário nas configurações. É possível definir o nível entre: Muito Fácil, Fácil, Médio, Difícil, Especialista, Mestre, Lenda e Supremo.

Supercarros disponíveis no F1 22
É possível escolher entre diversos carros esportivos no F1 22 (Imagem: Victor Toledo/Tecnoblog)

Aproveitando a alteração nos modelos dirigidos pelos pilotos, em F1 22 também é possível pilotar carros esportivos nos circuitos presentes no calendário da Fórmula 1. Com um aspecto que lembra — e muito — os jogos da série Gran Turismo e Forza, o jogo oferece desafios de drift e de checkpoints que podem ser concluídos com modelos de Ferrari, McLaren, Mercedes, e até mesmo com os Safety Cars da F1.

O modo foi adicionado para fazer referência aos modelos esportivos das equipes na vida real. Em cada cidade-sede de Grande Prêmio, os pilotos participam de eventos nas ruas e nos autódromos, com o objetivo de aumentar a participação do público e aproximar a F1 dos fãs. No F1 22, por exemplo, esses eventos também estão presentes no tradicional modo carreira.

Etapa de Miami e alterações em circuitos

Etapa de Miami é novidade em 2022 (Imagem: Divulgação/F1)

Outra novidade que seguiu à risca as alterações implementadas pela FIA é a presença do circuito de Miami. Diferente do que aconteceu na versão anterior do jogo, a EA adicionou o novíssimo autódromo já na versão de lançamento — em F1 2021 algumas etapas só chegaram via atualização após alguns meses.

Além disso, as mudanças nos circuitos da Austrália, Espanha e Abu Dhabi também foram notadas pelos desenvolvedores e estão presentes na versão de lançamento. O mesmo aconteceu com as Sprint Races, que fazem sucesso na Fórmula 1 e também foram incluídas.

Em meus testes, foi possível notar também algumas mudanças nas telemetrias. Em treinos livres ficou mais fácil ter acesso a dados como consumo de combustível e desgaste de pneus, por exemplo.

Enquanto participa de uma sessão, um gráfico que permite acompanhar o desempenho em tempo real é gerado no centro da tela, além de um mapa que apresenta seus pontos fortes e fracos em cada circuito. Isso é interessante principalmente para quem começou a jogar a pouco tempo, já que garante o acompanhamento do jogador em todas as etapas da F1.

Realidade virtual é aposta da EA

F1 Life permite trocar sofá, pintar paredes e comprar novo tapete para seu QG (Imagem: Victor Toledo/Tecnoblog)

Uma das apostas da EA para os próximos jogos da franquia é a possibilidade de jogar usando óculos de realidade virtual. Digo isso, pois, em seus anúncios, um dos principais pontos apresentados era a imersividade do jogador durante as corridas.

Infelizmente, não pude testar o recurso para saber mais sobre o desempenho, qualidade e responsividade da ferramenta. A presença do aba F1 Life também tem esse objetivo. O jogador pode criar seu piloto, colecionar carros esportivos e troféus, além de conseguir personalizar sua sede com novos quadros, móveis e pinturas de parede.

Apesar de ser uma das novidades em F1 22, o modo F1 Life funciona apenas como decoração na página inicial e não como um modo de jogo efetivo. Aliás, essa falta de conteúdo é um dos maiores problemas da versão atual da franquia.

Falta de conteúdo é um dos problemas em F1 22

Pacote gráfico continua o mesmo de 2021 (Imagem: Victor Toledo/Tecnoblog)

A chegada do F1 Life foi no mesmo instante em que o modo história foi retirado do jogo. Presente na versão de 2021, esse modo introduzia o esporte aos novos jogadores ao te colocar no papel de Aiden Jackson, um piloto da Fórmula 2 que busca conseguir espaço na principal categoria automobilística do mundo.

Porém, talvez por falta de tempo para construir uma nova narrativa, esse modo não está presente no F1 22. Dessa forma, o único conteúdo single-player oferecido pela EA é o já conhecido modo carreira, que pode ser maçante, tedioso e pouco desafiador para os mais iniciantes.

Além disso, pouco mudou nas cutscenes de pódio e de transição entre uma corrida e outra. Até mesmo o pacote gráfico do grid de largada é igual e não foi alterado — diferente das transmissões oficiais da Fórmula 1. Parece até o mesmo jogo do ano passado com novos carros e novos pilotos.

Preço alto pode afastar jogadores

Com preços a partir de R$ 249 na versão de PC e R$ 339 em consoles da nova geração, o valor pode assustar e afastar novos jogadores. Os mais experientes e fãs da Fórmula 1 podem achar interessante comprar o jogo para ter acesso aos novos carros e pilotos ingressantes na categoria.

Além disso, os modos de jogo disponíveis podem ser suficientes para quem já é fã do esporte e curte competir em todos os circuitos por diversas temporadas.

Entretanto, se você é apenas um jogador casual e busca conteúdo alternativo ao tradicional modo carreira, pode não valer a pena investir esse valor em um jogo que pouco mudou de um ano para outro. Talvez seja melhor esperar uma promoção interessante para comprar, já que o jogo é bem semelhante ao F1 2021.

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Victor Toledo

Analista de conteúdo

Victor Toledo é jornalista formado pela Unesp, com ensino técnico em informática. Antes de entrar para o time do Tecnoblog, em 2021, escreveu sobre informática, eletrônicos e videogames no TechTudo (Editora Globo) e no Zoom. Atua na estratégia de conteúdo e SEO do TB. É apaixonado por esportes e passa boa parte do tempo livre em simuladores de corrida e assistindo futebol.

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