Jogamos o League of Legends Wild Rift: o LoL para celular e consoles

Público da CCXP 2019 pôde jogar o League of Legends Wild Rift, versão do jogo para celulares e consoles, que chega em 2020

Lucas Lima
Por
• Atualizado há 11 meses
Estande da Riot Games na Comic Con (CCXP) 2019

Uma das novidades anunciadas pela Riot Games no aniversário de 10 anos de League of Legends foi o Wild Rift, uma versão do MOBA (multiplayer online battle arena) para dispositivos móveis (smartphones e tablets) e consoles. Eu joguei o novo jogo por cerca de 40 minutos e conto minhas impressões abaixo.

O estande da Riot Games na CCXP

A edição de 2019 foi a estreia da empresa na Comic Con. Nada mais justo, este também foi o ano que marcou uma década de LoL com várias novidades para os fãs: além de Wild Rift, outros quatro jogos e uma série de animação cinemática estão em desenvolvimento pela Riot Games.

Foi na CCXP também que veio o anúncio da Riot Forge, uma “desenvolvedora de jogos ‘completáveis’, com aspecto single player e em parceria com estúdios independentes e o universo de League of Legends”, como descrito.

O primeiro jogo publicado pela Riot Forge deve ser anunciado na quinta-feira, 12 de dezembro, durante o The Game Awards — cerimônia que premia os melhores jogos do ano.

Em estrutura, o estande ocupava dois espaços, um deles com a ambientação de Águas de Sentina e outro Freljord, duas terras do universo de League of Legends. Nos arredores não faltavam cosplayers que davam vida aos personagens do jogo e interagiam com o cenário do estande.

cosplayers no estande da riot games na ccxp
Ban no Yasuo!

Wild Rift é rápido, então seja mais rápido

Para jogar Wild Rift na Comic Con era necessário fazer um pré-registro e agendas um horário no estande. Depois, a equipe informava os participantes via SMS que o horário da sessão estava próximo, a fim de que eles se dirigissem ao local.

A sala era trancada, com quatro mesas redondas e cinco celulares em cada mesa, totalizando 20 jogadores por sessão — podendo jogar duas partidas cada. O gameplay foi feito em um iPhone 8 Plus. Não era possível fazer nenhuma imagem dentro da sala trancada e, a propósito, nossos celulares ficavam do lado de fora, guardados em um envelope.

A formação das partidas:

Cada equipe ficava em uma mesa, com cinco jogadores, as posições eram acertadas assim como no League of Legends para PC — havia um suporte, um atirador, um campeão na rota do topo, outro no meio e mais um na selva, todos tinham a mesma função.

No início, os instrutores orientaram os participantes sobre a posição dos elementos do mapa e o espelhamento das rotas. Para a primeira equipe, a posição era natural: o Barão Na’Shor ficava entre a rota do topo e a do meio e o Dragão na parte inferior do mapa.

Para a segunda equipe, esses elementos são invertidos, o Barão fica na parte inferior, enquanto o Dragão fica na região superior.

Assim era também com a posição das rotas para os jogadores. O atirador e suporte do segundo time vão por cima e o topo por baixo. Por mais que estivessem no time vermelho, o que fica do lado direito, a visão continua sendo como se estivessem no time azul.

Por quê? Eu arrisco dizer que para facilitar os controles e a visão de jogo, já que em praticamente todos os jogos para mobile e consoles o polegar esquerdo controla a movimentação, enquanto a mão direita se encarrega das ações.

Se o mapa fosse invertido, como no League of Legends tradicional, o controle da movimentação poderia atrapalhar a visão do mapa.

Falando em controles:

Você já deve ter visto como ficaram os controles em Wild Rift, sendo a movimentação controlada pelo polegar esquerdo, enquanto as habilidades são usadas pelo direito. Mas como usar tais habilidades?

Bem, mesmo em habilidades que funcionam como projéteis de precisão, como o Q do Ezreal ou o R da Ashe, ao dar apenas um toque no botão dessa habilidade, ela será direcionada ao campeão inimigo mais próximo.

Por outro lado, ao segurar o botão dessas habilidades, é possível escolher a direção do projétil e ainda ver o alcance dela.

Habilidades que podem ser conjuradas em você mesmo, como o escudo da Janna, exigiam que você arrastasse o botão da habilidade em direção ao aliado para que fosse conjurado nele. Nesses casos, só tocar no botão do escudo faz com que ele seja conjurado em você.

O mesmo vale para os Feitiços de Invocador, ao usar um Incendiar, o inimigo mais próximo é acertado, caso vários deles estejam por perto, é necessário arrastar o controle para direcionar o alvo.

Durante uma luta, tudo acontece muito rápido, não que na versão para PC isso não aconteça, mas é necessário prestar mais atenção ao usar habilidades, é muito fácil errar e a vontade de sair usando tudo logo que um inimigo aparece é grande.

A exemplo, acabei perdendo lutas com meu atirador quando usei a cura da Nami em mim ao invés do meu aliado e usei uma Exaustão no Garen ao invés de outro inimigo que pudesse causar mais dano.

Perguntei sobre o uso de controles externos conectados ao celular, como o DualShock do PlayStation, e não houve manifestação contrária do instrutor. Desde que funcione, pode ser possível conectar e jogar com eles.

Mapa e visão de jogo:

Em Wild Rift, cada rota é defendida por três torres até chegar ao Nexus, diferente do League of Legends tradicional, não há aquelas duas torres finais que defendem o objetivo principal. Contudo, nessa versão, o próprio Nexus funciona como uma torre.

A câmera é fixa, ou seja, ela ficará focada no seu personagem. Para navegar e ver o que acontece em outras rotas, é necessário pressionar e arrastar com o polegar esquerdo no mapa, que fica acima do controle de movimentação.

A visão do jogo é mais simples: há uma indicação que aparece nos cantos da tela quando um campeão inimigo se aproxima (desde que ele esteja em uma área coberta pela sua visão do mapa).

Colocar sentinelas, no entanto, é bem mais limitado: apenas alguns pontos específicos permitem o posicionamento de sentinelas. Não posso, por exemplo, deixar uma delas no meio do rio.

Quando for possível posicionar uma sentinela, um círculo aparecerá naquela área. Devo ficar sobre esse círculo por uns 2 ou 3 segundos até que a sentinela seja posta.

League of legends wild rift no celular

Loja e itens:

A loja também foi renovada, é dividida em seções que categorizam os itens de acordo com o atributo deles. O jeito mais fácil de comprar um item específico é saber sua árvore de construção e seguir esse caminho.

Nem todos os itens de League of Legends para PC estão em Wild Rift e nem todos têm o mesmo atributo. É claro que muitas mudanças ainda serão feitas. Durante o gameplay, não havia uma página de itens recomendados, o que deve ser implementado no futuro para todos os personagens do jogo.

Com isso, comprar um item nas duas partidas que joguei na CCXP foi uma prova de fogo: eu perdia muito tempo tentando lembrar das árvores de construção ou mesmo da decisão sobre qual item seria melhor. Enquanto isso, eu deixava as rotas livres para o time inimigo avançar.

Houve vezes que um dos instrutores da sala me viu perdido e disse “compra qualquer coisa que esteja nos destaques”, para agilizar o processo. Mas, claro, qualquer um dos itens que estavam nos destaques ainda eram bem genéricos, eu ainda tinha que escolher aquele que tinha um atributo adequado para o meu personagem.

Em relação aos itens, meu destaque vai para as botas, que agora são itens ativáveis e podem funcionar como Ampulheta de Zhonya ou o feitiço Fantasma.

Esses ativáveis, assim como a Redenção, ficam acima das habilidades, para serem alcançados com o polegar direito.

Notei também a ausência de consumíveis, como poções para recuperar a vida na fase de rotas. Porém, há bem mais plantas Frutamel espalhadas no mapa.

O combate:

Como eu disse no tópico dos controles, tudo acontece muito rapidamente em Wild Rift (justifica o nome). Como o jogo é projetado para cada partida durar em média 20 minutos, é esperado sentir essa pressão do tempo, especialmente se você já está acostumado com a versão tradicional de League of Legends, que tem partidas de 40 minutos ou mais.

Uma diferença eminente que deu para sentir é a fragilidade das torres e objetivos, seja por que eles têm menos vida ou os campeões têm mais dano. Destruir ou conquistar esses objetivos torna-se muito mais rápido.

Assim sendo, é preciso ficar mais atento ao momento certo de retornar à base. Se deixar a rota sozinha com a equipe inimiga, o tempo do retorno não será suficiente para defender a torre.

Tal como são nas lutas também, os segundos que você passa focando o campeão inimigo errado podem prejudicar o rumo da luta (foque a Jinx, sem sombra de dúvida). Os campeões com maior dano de ataque por segundo, como atiradores, ganham vantagem em relação aos campeões de habilidade, por exemplo — se estes errarem as habilidades, é melhor sair da luta, se puder.

Os combates são constantes em objetivos como o Barão e o Dragão, os pontos do mapa menos cobertos por visão (o Arongueijo ainda está lá). Se o time inimigo sumiu, é provável que esteja em algum destes dois pontos.

Corra, o tempo é selvagem.

Comunicação:

Ainda não dá para saber se o Wild Rift também terá o League Voice para comunicação por voz com os outros jogadores.

Na gameplay, era possível usar alguns pings como “à caminho” e “perigo” para sinalizar os outros jogadores no mapa, apesar de estarem todos lado a lado. Quanto ao chat, há algumas frases pré-definidas para facilitar essa comunicação.

Para quem é Wild Rift?

wild rift na ccxp 2019

Para além dos fãs de League of Legends, Wild Rift deixa o universo menos complexo para os jogadores que nunca ouviram falar de LoL. Por ter partidas mais curtas, o jogo se torna um atrativo para fazer o tempo passar mais rápido enquanto aguarda em uma sala de espera.

Wild Rift também é mais casual. Em uma reunião de amigos, por exemplo, é provável que todos tenham um celular que rode o jogo, dispensando espaço físico e computadores parrudos para jogar League — exceto pela conexão, ainda aguardo para ver como funcionará com cinco ou dez pessoas conectadas ao mesmo Wi-Fi, se for o caso desses encontros.

Por outro lado, deve exigir menos banda que o League para PC, se alguém estiver jogando de casa, sozinho. O que facilita a jogabilidade se tiver alguém de casa pendurado na Netflix.

Vale lembrar que o Wild Rift é totalmente independente do League of Legends para PC. Não há cross-play entre as plataformas e todo conteúdo adquirido no jogo para desktop fica lá (skins, campeões e níveis).

Quais os requisitos e quando chega?

O site informa que o jogo é desenvolvido para chegar em um maior número de pessoas possível.

A previsão é que rode pelo menos em um iPhone 5S ou um Android semelhante ao Galaxy A7, que tenha no mínimo 1 GB de RAM, processador Qualcomm Snapdragon 410 e uma GPU Adreno 306.

A Riot estima que o jogo seja lançado para todo o mundo até o final de 2020, para smartphones. Ainda não há uma data definida para liberação dos testes públicos no Brasil. Também não sabemos para quais consoles o jogo chegará no futuro.

Por enquanto, o teste público de Wild Rift, que se encontra em fase de testes (alfa), só foi feito na CCXP 2019. Confira o trailer oficial:

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Lucas Lima

Lucas Lima

Editor-assistente

Lucas Lima trabalha no Tecnoblog desde 2019 cobrindo software, hardware e serviços. Pós-graduando em Data Science, formou-se em Jornalismo em 2018 e concluiu o técnico em Informática em 2014, mas respira tecnologia desde 2006, quando ganhou o primeiro computador e varava noites abrindo janelas do Windows XP. Teve experiências com comunicação no poder público e no setor de educação musical antes de atuar na estratégia de conteúdo e SEO do TB.

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