LG Viewty KE990c mostra que alguns ainda não sabem fazer celular

O grande matador da LG para o mercado de mobiles deste ano, é o smartphone Viewty. Pelo menos é o que eles esperam. Ele foi idealizado com as características mais chamativas dos seus dois principais concorrentes, que são a câmera digital de 5 megapíxels, e tela sensível ao toque.
No Digital Experience 2008, fizeram questão de destacar que o aparelho faz vídeos a 120 fps. Isso é realmente irrelevante se a resolução do mesmo for baixa, questão que a expositora não soube responder no dia. Agora que estou com o aparelho em mãos, confirmei o óbvio – a resolução é de 320x240px. Ele faz vídeos na resolução VGA também (640x480px), mas aí a taxa de atualização vai para 30 fps – o padrão da maioria das câmeras digitais.
Olhando pelas fotos, o Viewty não me agradou nem um pouco, e o fato de ele ser considerado por alguns a nova versão do LG Prada, me dava calafrios. A verdade é que depois de navegar pelos menus por alguns minutos, minha opinião mudou um pouco. Para falar a verdade, achei a experiência bem agradável.
Como player digital, eu diria que o KE990c é um bom telefone. A começar pelo tamanho da caixinha que conecta o celular ao fone de ouvido convencional. Gigante! A boa notícia é que há um controle de volume nela, e a má, é que mesmo com ele no máximo, o volume é tão baixo que de dentro do metrô não se escuta absolutamente nada.
A falta de botões para funções musicais também é um problema. Ter que tirar o aparelho do bolso para trocar de faixa não é algo muito prático. Muito menos seguro.
Interface
Pontos positivos
- É possível executar 95% das tarefas no telefone, sem o auxílio da canetinha stylus
- Faz fotos de até 5 megapíxels, com flash xenon. Possui ainda recursos como estabilizador de imagem, foto panorâmica, e modo macro
- Utiliza lentes Schneider Kreuznach
- Tela ampla, muito confortável para visualizar e capturar imagens
- Vem com uma pequena suíte de aplicativos do Google instalada: Search, Blogger, Youtube, Gmail e Maps
- Possui botões físicos para atender e encerrar chamadas. Isso evita o dedão de churrasco.
- Suporta DivX
- Videos podem ser gravados em slow motion
Pontos negativos
- Não se conecta à rede Wi-Fi
- Caneta stylus se prende ao aparelho como um pingente de celular
- Som extremamente baixo no fone de ouvido
- Reprodutor musical repete músicas quando está no modo shuffle
- Rede 3G desabilitada no modelo brasileiro
- Fotografias saem carregadas de aberração cromática (mais aqui)
- Roda um Sistema operacional fechado da LG
- Software de transferência de arquivos é horrível, e não é compatível com Mac OS
- Preço estimado: R$ 1400,00
- Em ambientes claros demais, fica difícil enxergar a tela. Isto é um problema em um aparelho sem teclado físico.
Fotos tiradas com o Viewty
- Obras na Avenida Paulista
- Passarela do Parque Trianon
- Eu Filmando
- Aretusa
- Taças de campeão mundial do São Paulo
- Helicóptero
- Homem Pomposo
- Caixa do LG Viewty
- Darth Headless Vader
- LG Viewty
- Sobrevoando o Pq do Ibirapuera
- Céu azul e belas nuvens
- Passarela no Parque Trianon
- Foto noturna com flash
Conclusões finais
Certos fabricantes ainda não sabem fazer celular. A LG, apesar de ser uma das (senão a) primeiras a lançar um celular com câmera de 5MP, entra na minha lista negra. Afinal, a quantidade de megapíxels não significa nada.
O Viewty é um aparelho legal? Sem dúvida! É melhor do que a maioria dos aparelhos atuais. Eu não chegaria nem perto de usar o slogan A próxima tecnologia, mas como falei, eles ainda não sabem o que é isso.
Se o aparelho não fosse tão caro, eu até diria que ele é bom. O problema é que ele foi feito para ser comparado com o titã da Nokia (N95). A LG já falhou uma vez com o Prada, deveriam ter estudado melhor o mercado antes de lançar outro aparelho com os mesmos erros.
A experiência com a interface touch screen é muito agradável. Alguns efeitos fazem toda a diferença, como o de rolagem, as animações dos menus, o gadget do relógio, e as miniaturas das imagens no modo de visualização. Mas toda esta tecnologia ainda é muito nova, e mal compreendida. As empresas precisam aprender como fazer bom uso de todas as possibilidades, e saber que para alguns recursos, botões físicos são indispensáveis.