LG Volt, um bom smartphone intermediário

Com tela de 4,7 polegadas, TV digital e câmera de 8 megapixels, modelo é uma opção para quem quer algo um pouco além do básico

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 11 meses
LG Volt

O segmento de smartphones intermediários nunca foi tão disputado no Brasil. Moto G e Zenfone 5 são as linhas que mais se sobressaem atualmente, com a chegada da Xiaomi ao Brasil trazendo atenção também para o Redmi 2. A LG quer fazer parte dessa briga, é claro, e uma de suas armas é o LG Volt.

Chamado de LG Spirit nos Estados Unidos e em outros países, o aparelho faz parte de uma leva de quatro modelos de categoria básica para intermediária que a companhia sul-coreana trouxe para o Brasil. O LG Volt se posiciona como uma opção para quem quer algo mais em conta, mas, ainda assim, com combinação razoável de recursos.

Há duas versões do LG Volt. Ambas são dual-SIM e vêm com TV digital, mas uma possui processador Snapdragon 410 de 1,2 GHz com 4G. A outra, a que eu testei para este review, vem com chip MediaTek MT6582 de 1,3 GHz e 3G (há uma variação dessa versão sem TV). Será que essa opção corresponde às expectativas de quem procura um smartphone que oferece um pouco mais do que o essencial? Me acompanhe nesta página para descobrir.

Design e pegada

Na primeira olhada, os traços do LG Volt me pareceram semelhantes às linhas do LG G4. Não é prática incomum fabricantes adotarem visual em dispositivos mais simples que remete a modelos topo de linha, mas de forma alguma isso desabona o Volt.

LG Volt

A traseira do aparelho é levemente curvada, o que te ajuda a encaixá-lo melhor na mão e faz o dispositivo parecer mais fino (sua espessura é de 10 mm). A tampa é toda de plástico, mas tem um efeito de metal escovado que a deixa imune a marcas de dedo e lhe confere algum requinte — eu, pelo menos, gostei bastante.

LG Volt
LG Volt

Já virou marca registrada da LG manter o botão Power e os controles de volume na parte traseira. O Volt não é exceção. Trata-se de uma ideia interessante, mas que exige algum tempo de adaptação.

Embora eu já tenha testado outros aparelhos da LG com o mesmo posicionamento de botões, eu passei os primeiros dias com o Volt procurando-os nas laterais. Me acostumei com a ideia lá pelo terceiro dia, mas vez ou outra eu acabava tocando na câmera, logo acima dos botões.

LG Volt

Também não precisa dizer “como você é burro”. No quarto ou quinto dia eu já não errava mais. O botão Power é liso e um pouco mais alto. As teclas de volume têm textura com efeito áspero, logo, fica fácil diferenciá-los só pelo tato.

LG Volt

Com os botões lá atrás, as laterais ficaram livres, com exceção para um pequeno detalhe no lado direito: uma discreta ranhura que serve para desencaixar a tampa traseira — a remoção é fácil, para alívio das nossas unhas. A parte inferior ficou com a porta micro-USB e, o topo, com a conexão P2 (fones de ouvido) e a antena para TV digital.

LG Volt
LG Volt

De modo geral, o LG Volt é um smartphone confortável de se manusear e transportar. A textura e a discreta curvatura da traseira proporcionam ergonomia e segurança — você não fica com a impressão de que poderá deixá-lo escorregar a qualquer momento. A leveza do dispositivo ajuda: são 121 gramas.

O aspecto que me desagradou um pouco é a moldura que circula a tela. Ela está ali para protegê-la, mas a borda é um tiquinho mais elevada que a superfície do visor, o que facilita o acúmulo de sujeira. Nada que uma dose maior de zelo não resolva, certo?

LG Volt

Tela

O LG Volt é uma boa opção para quem, como eu, prefere uma tela generosa, mas nem tanto: o visor do modelo, do tipo IPS, tem 4,7 polegadas e resolução de 1280×720 pixels (312 ppi), uma combinação muito boa para um smartphone intermediário, afinal, você obtém boa definição e, ao mesmo tempo, não judia da bateria.

 LG Volt

Na embalagem do produto, a LG cita entre as características do Volt a tela levemente curvada. Pois é, não é só a traseira que tem esse aspecto. Mas a curvatura é discreta mesmo. O olhar mais desatento provavelmente não irá percebê-la.

Não se trata de um mero detalhe estético. Segundo a LG, a curvatura proporciona cores mais vivas e toques mais precisos, pois o painel curvado traz menos camadas, deixando os sensores touch mais próximos.

Se esse fator influencia mesmo, eu não sei, mas fiquei realmente satisfeito com a qualidade da tela. Além de os pixels não serem facilmente perceptíveis, há boa saturação de cores, amplo ângulo de visão e brilho forte o suficiente para possibilitar visualização em ambientes com forte iluminação (ainda que você encontre no mercado modelos que, nesse quesito, oferecem mais intensidade). Senti falta de um sensor de luz para regulação automática, porém.

 LG Volt

Câmera

Fotos não são um ponto forte do LG Volt, mas dá para dizer que a câmera traseira do modelo cumpre o seu dever com alguma dignidade. Com sensor de 8 megapixels e foco automático, o componente até gera imagens boas, mas um olhar mais apurado pode notar perdas de tonalidade e definição mesmo em ambientes bem iluminados.

Foto tirada com o LG Volt
Foto tirada com o LG Volt
Foto tirada com o LG Volt
Foto tirada com o LG Volt
Foto tirada com o LG Volt

Mas, considerando a categoria do smartphone, é pouco provável que você vá reclamar das fotos quando há bastante luz. O problema se manifesta com vontade quando a iluminação não é tão expressiva. Nessa situação, qualquer câmera apresenta perda de qualidade, mas no LG Volt os ruídos aparecem com muita facilidade.

Foto tirada com o LG Volt

Sim, o flash vai ser obrigatório nessas condições. Só não espere milagres.

Foto tirada com o LG Volt

O app de câmera do dispositivo tem poucas opções de configuração (você não pode ajustar balanço de branco ou ISO, por exemplo), mas vem com algumas funcionalidades interessantes. Arrastando o dedo para cima ou para baixo na tela, você consegue mudar de câmera (o Volt tem câmera frontal de 1,3 megapixel), por exemplo. Também dá para usar comando de voz para tirar selfies: basta pronunciar palavras como cheese, smile e LG (com pronúncia em inglês).

LG Volt

Software e multimídia

O LG Volt sai de fábrica com o Android 5.0.1 Lollipop e a mesma interface customizada (Optimus UI) que a gente encontra, por exemplo, no G Flex 2. Ícones em estilo flat, cores sólidas e efeitos de transição sutis são algumas das características perceptíveis prontamente, mas uma rápida vasculhada nos revela outros recursos implementados pela LG, alguns interessantes.

 LG Volt

Você pode customizar facilmente as teclas de início incluindo ou excluindo botões para notificações ou mudança de chip, assim como usar um tema diferente para cada SIM card, por exemplo. Também dá para tocar o meio da tela e arrastar o dedo para baixo para consultar as horas quando o aparelho estiver em standby.

 LG Volt

O Knock Code, que permite bloquear o smartphone com uma sequência de quatro toques na tela, também está presente. O recurso funciona mesmo se o display estiver apagado, como mostra o GIF altamente profissional que eu fiz. Note também que você pode bloquear o LG Volt rapidamente dando dois toques rápidos na tela.

LG Volt

Um dos atrativos do modelo é a recepção de TV digital. Um aplicativo correspondente está presente, naturalmente, e funciona bem. Na primeira execução, o app faz uma varredura automática para encontrar canais e os disponibiliza em uma lista de botões bastante prática. Também é possível gravar, fazer captura de tela e conferir a programação de cada canal.

 LG Volt

Só não tenha grandes expectativas em relação às imagens: o LG Volt exibe apenas sinais no padrão 1seg — previsível, mas uma pena se considerarmos a qualidade da tela.

 LG Volt

Um detalhe curioso é que o aparelho também vem com rádio FM, mas a funcionalidade exige fones de ouvido. Sim, eu sei, isso é comum, mas eu esperava que o rádio também pudesse usar a antena de TV que o dispositivo possui.

Desempenho e bateria

Processador quad-core MediaTek MT6582 de 1,3 GHz (núcleos Cortex-A7), GPU Mali-400MP2, 1 GB de RAM, 8 GB para armazenamento interno de dados e bateria de 2.020 mAh. Essa é a configuração básica do LG Volt.

Trata-se de um conjunto de hardware bem mais ou menos, mas que dá conta da maioria das tarefas. Nos testes, aplicativos de redes sociais, navegadores (Chrome e Firefox), players e joguinhos casuais rodaram numa boa. Vez ou outra, porém, eu notava certa letargia na resposta da interface, ainda que discreta. Fiquei com impressão de que faltou à LG lapidar a customização um pouco mais.

Pontuação no AnTuTu Benckmark
Pontuação no AnTuTu Benckmark

Mas é com uma aplicação mais pesada que notamos mesmo que estamos falando de especificações não muito empolgantes. Em cenários com muitos elementos, o game Asphalt 8: Airborne deu ligeiras “desaceleradas” (exibiu menos frames por segundo), mesmo estando com gráficos em nível intermediário. Apesar disso, dá para jogar sem passar raiva.

Asphalt 8: Airborne no LG Volt
Asphalt 8: Airborne no LG Volt

A instalação do jogo, que requer cerca de 1,5 GB, deixou o smartphone quase sem espaço. Pudera: dos 8 GB do LG Volt, apenas 3,5 GB vêm disponíveis para o usuário. O resto é preenchido com sistema operacional, interface e aplicativos pré-instalados.

Não gosto disso. Para mim, o ideal é ter pelo menos 5 GB livres. Mas é cada vez mais difícil encontrar um aparelho com 8 GB de capacidade que não saia de fábrica com pelo menos metade do espaço ocupado. Para quem vive tirando fotos ou armazenando música, por exemplo, não dá para dispensar o microSD — o LG Volt suporta cartões com até 32 GB.

Se você se preocupa com a bateria (e quem não?), saiba que o LG Volt se saiu bem, mas sem impressionar. Testei o componente executando as seguintes tarefas:

  • Filme O Senhor dos Anéis – As Duas Torres via Netflix e tela com brilho no máximo (2h59min);
  • Aproximadamente 20 minutos de Asphalt 8: Airborne;
  • 40 minutos de MixRadio;
  • Uma chamada de 10 minutos;
  • TV Digital por 30 minutos.

Com essas atividades, a carga da bateria pulou de 100% para 39%. Dá para passar o dia todo com o aparelho longe da tomada, portanto. Basta tomar cuidado com os aplicativos mais exigentes.

LG Volt

O tempo de recarga também está dentro da média: a bateria do LG Volt demorou 1h43min para sair de 11% para 100% de carga.

Durante esses testes eu também avaliei a qualidade do áudio. Localizado na tampa traseira, o alto-falante do LG Volt quase não distorce, mas o volume máximo não é dos mais altos.

Outro detalhe: se você usar o aparelho na horizontal (para jogar, por exemplo), poderá obstruir a saída de áudio com os dedos. Eu fiz isso jogando Asphalt 8: Airborne.

Como acontece com praticamente qualquer smartphone, você vai ter uma experiência de áudio realmente interessante com fones de ouvido. Mas é bom comprar à parte: o LG Volt vem com o acessório, mas é um modelo bem simples.

LG Volt

Conclusão

Mesmo quem compra um smartphone mais em conta faz questão de bom desempenho nas atividades cotidianas. A busca pela melhor relação custo-benefício é e sempre será uma constante. Nesse aspecto, o LG Volt consegue se sair bem.

O aparelho tem bom design (embora a falta de costume com os botões na traseira possa afastar potenciais compradores), a tela não decepciona na qualidade de imagem e os apps mais comuns (redes sociais e jogos casuais, principalmente) rodam sem intercorrências. Importante para muita gente (sempre noto várias pessoas usando no Metrô de São Paulo, por exemplo), a função de TV também agrada, apesar da baixa resolução.

LG Volt

E as fotos? Bom, a LG tem melhorado a qualidade das câmeras de seus smartphones, por isso, eu esperava um pouco mais do Volt nesse aspecto. Mas dá para fazer registros razoáveis, principalmente se você estiver em um ambiente aberto e bem iluminado.

Em abril, quando foi lançado no Brasil, o LG Volt custava até R$ 929. Preço proibitivo! Mas agora já é possível encontrá-lo com valores bem mais atraentes: em uma rápida pesquisa, encontrei a versão testada aqui em várias lojas online por menos de R$ 600. Bem melhor, não? Ainda mais se considerarmos as cotações atuais do dólar.

Tecnicamente, o LG Volt tem potencial para conquista espaço no mercado, ainda mais se os preços caírem mais um pouquinho. O que falta, ao meu ver, é apelo comercial: essa estratégia de manter vários modelos (relembrando, o LG Volt chegou com outros três smartphones) pulveriza o foco que a fabricante deve dar à promoção de seus produtos. Em outras palavras, eles ficam mais “apagados” no mercado.

Se você não é muito exigente, o LG Volt pode ser uma boa escolha. Mas só leve o aparelho se conseguir bom preço. Do contrário, talvez valha a pena dar mais uma pesquisada nas lojas.

Especificações técnicas

  • Bateria: 2.020 mAh;
  • Câmera: 8 megapixels (traseira) e 1,3 megapixel (frontal);
  • Conectividade: 3G, Wi-Fi 802.11n, GPS, Bluetooth 4.1, USB 2.0;
  • Dimensões: 133,3 x 66,1 x 10 mm;
  • GPU: Mali-400MP2 (Adreno 306 na versão com 4G);
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 32 GB;
  • Memória interna: 8 GB (3,5 GB disponíveis para o usuário);
  • Memória RAM: 1 GB;
  • Peso: 121 gramas;
  • Plataforma: Android 5.0.1 (Lollipop);
  • Processador: quad-core Mediatek MT6582 de 1,3 GHz (Snapdragon 410 de 1,2 GHz na versão com 4G);
  • Sensores: acelerômetro, proximidade;
  • Tela: ISP LCD de 4,7 polegadas com resolução de 1280×720 pixels (312 ppi) e Gorilla Glass 3.

Prós

  • Design ergonômico
  • Tela com boa qualidade de imagem

Contras

  • Câmera faz apenas fotos medianas
  • TV digital com baixa resolução
Nota Final 7.6
Bateria
7
Câmera
6
Conectividade
9
Desempenho
7
Design
8
Software
7
Tela
9

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Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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