O mercado de notebooks no Brasil é extremamente vasto. Fabricantes precisam se esforçar para conseguir vender seu peixe criando um computador portátil com algum diferencial. É isso que a ASUS fez com o NX90. Pelo design, ele deixa claro que é um notebook de luxo e, embora se encaixe muito bem nessa categoria, ele também é um computador multimídia de respeito. Prova disso é a tela de 18,4 polegadas de LED e as duas caixas de som embutidas em cada lado dela.

Seu hardware, aliás, não tem nada de modesto. Além da tela e caixas de som, ele também conta com um processador Intel Core i7, placa de vídeo NVidia GeForce, 4 GB de RAM e dois touchpads de cada lado do teclado, algo certamente incomum. O NX90 não é, portanto, um notebook qualquer. Ele foi criado para funcionar como um centro multimídia com um certo estilo. Ele entrega o que se espera de um computador do tipo? Leia abaixo para descobrir.

Design

Por fora, o NX90 se destaca por dois fatores. O primeiro é o revestimento cromado, feito de alumínio polido, que é praticamente um espelho. O segundo é o seu seu comprimento não usual para laptops, que pode confundir pessoas que passarem os olhos pela primeira vez no notebook, confundindo-o com uma torradeira futurista ou uma nova versão do George Foreman Grill. Por dentro, fica mais claro ainda que ele não tem um design de um notebook comum. Quer dizer, a tela fecha sob o teclado como qualquer outro computador portátil do tipo mas as similaridades terminam aí, como pode ser visto nas imagens abaixo.

Nas laterais estão localizados o leitor de cartão de memória, as portas USB e e-SATA, as saídas HDMI, Ethernet e VGA, além da saída de antena para TV digital. Um detalhe do design que não me agradou foi o fato do conector da fonte ficar na lateral e não na traseira do notebook. Para encaixá-lo ou retirá-lo é necessário abrir a tampa.

Tela e qualidade de imagem

Apesar do tamanho de 18,4 polegadas não ser exatamente um padrão da indústria, a tela tem uma proporção que todos conhecemos: 16:9. Isso faz com que filmes nessa resolução se encaixem perfeitamente no visor quando tocados em modo full screen. A tecnologia de LED também não é a mais usada por fabricantes de notebooks, mas ela é bem aproveitada aqui com a resolução de 1920×1080 pixels e com as três configurações de brilho e contraste diferentes pré-programadas pela ASUS. Um botão no teclado permite mudar entre as três, o que é bem prático e já adotado por várias fabricantes.

Por contar com uma saída HDMI, o NX90 também pode ser conectado numa TV com tela maior e usado como centro de mídia ou também como um luxuoso tocador de filmes Blu-ray. Com a ajuda de algum software e um controle remoto universal, também é possível controlar o computador sentado no sofá, já que ele também conta com uma porta infravermelho. Ou pode-se usar o Bluetooth 3.0 para conectar um teclado e mouse externos, você decide.

Teclado e touchpads

Diferentemente dos teclados de notebooks normais, o do NX90 tem teclas espaçadas umas das outras, além de serem bem macias para digitar. O espaço entre elas, no entanto, deixa evidente o acúmulo de poeira que eventualmente vai acontecer se o dono morar em um local com esse tipo de sujeira. Deixando isso de lado, gostei de ver que o botão de ligar e dos controles multimídia são parte do teclado (não estão em um painel separado acima dele ou incorporados às teclas de função, como fazem a maioria dos fabricantes).

Os touchpads são uma característica à parte. Eles são compatíveis com multitouch e vêm com botões do mouse dos dois lados, também integrados no teclado. Há uma combinação de teclas que serve para desativar um deles, mas na minha opinião a ASUS cometeu um erro aí. Em vez de desativar o touchpad esquerdo, deixando o direito para movimentar o mouse, é o contrário que acontece. Talvez tenha um método de inverter essa ordem, mas o padrão de fábrica parece mesmo dar preferência aos usuários canhotos.

Como qualquer forma nova de entrada, há uma curva de aprendizado que o dono desse notebook precisará passar para não ficar procurando um touchpad no meio do computador. Mas depois de acostumado com a presença de dois nas laterais, o aproveitamento aumenta.

Extras

A marca de áudio Bang & Olufsen é conhecida lá fora pela sua qualidade, por isso a ASUS escolheu integrar essa tecnologia no NX90. O resultado é claramente perceptível: a qualidade de áudio não é nada menos do que espetacular. Os sons de músicas ou filmes parecem ser bem mais nítidos e intensos do que nos demais notebooks, que usam alto-falantes normais. O áudio melhorado também é perceptível em games: embora eu usasse o fone de ouvido para não perturbar meus colegas de trabalho, eu preferiria não usá-los por causa da qualidade das caixas de som.

Além do áudio, o NX90 também vem com uma antena para captação de TV Digital, que se integra ao Windows Media Center pré-instalado. Provavelmente por morar em um prédio e estar no meio de muita interferência, não consegui pegar um sinal muito claro, mas consegui ver alguns traços de vídeo no meio de muito chuvisco. Um detalhe que eles deixaram escapar foi que ao conectar a antena no notebook, o cabo da fonte precisa ser virado para cima ou o notebook fica só na bateria. Ops.

Uma webcam de 2 megapixels, uma porta e-SATA integrada com USB e um leitor de Blu-ray com DVD são outros itens que complementam o já decente hardware do NX90. A imagem da webcam não é perfeita, mas para video chamadas e conferências ela funciona melhor do que o esperado pra uma câmera integrada. E para uma tela de LED com a resolução citada mais acima, um leitor de Blu-ray era o mínimo que a ASUS poderia colocar nesse aparelho.

Bateria

O NX90 não foi feito para ser levado para todos os lados. Sua forma de notebook realmente facilita o transporte, mas sua vida de bateria vai te impedir de ficar longe de uma tomada por muito tempo. Nos testes que executei, com Wi-Fi ligado, brilho de tela no máximo e navegação leve de internet, a bateria durou 1 hora e 40 minutos antes de pedir arrego. Como já é padrão no Windows 7, também há uma opção de economia de energia embutida no sistema. Mas ela também não foi lá muito satisfatória: brilho de tela no mínimo, Wi-Fi desligado e uso leve de internet me rendeu pouco mais de 2 horas e 10 minutos.

Não ache que você vai poder comprar uma bateria extra para usar em casos de emergência, como quando um filme tiver duração de 2 horas e meia e o notebook desligar no meio dele. No NX90, a ASUS tirou uma página do manual Apple de construção de notebooks e resolveu embutir a bateria no corpo do portátil. Ou seja, não é possível retirá-la e trocá-la por uma nova, além de não ser possível atualizar o hardware.

Benchmarks

Como já é de costume, testamos o computador nos três benchmarks que usamos em todos. O Blackbox, que mostra a velocidade de diversos componentes do computador, o Street Fighter 4 Benchmark, que dá uma nota de A a E de acordo com a capacidade que o computador tem de rodar o nada graficamente intensivo jogo de luta, e o sistema de notas do próprio Windows 7.

Blackbox

Street Fighter 4

Pontuação do Windows 7

Especificações técnicas

  • Intel Core i7 Q720 com quatro núcleos e 1,6 GHz de clock (com Turbo Boost pode chegar a 2,8 GHz);
  • Placa de vídeo NVidia GeForce GT 335M com 1 GB de VRAM;
  • 4 GB de memória RAM (existem versões com até 8GB);
  • Windows 7 Home Premium de 64 bits;
  • 2 HDs de 500 GB cada;
  • Saídas HDMI, VGA e Ethernet;
  • Conectividade WiFi 802.11n e Bluetooth 3.0;
  • USB 3.0;
  • Leitor de cartão de memória SD, MMC e MS.

Pontos positivos

  • Hardware de última geração;
  • Tela de LED;
  • Qualidade de áudio sem igual no mercado;
  • Blu-ray integrado.

Pontos negativos

  • Preço alto (R$ 9.990,00);
  • Peso (são 4,8 kg).

Conclusão

O NX90 entrega sim o que ele propõe. Um computador multimídia com um tela decente e um som que dispensa auto-falantes separados e ri na cara de qualquer fone de ouvido que for conectado à ele. Ele também é ótimo para games, embora ainda não seja o ideal para rodar Crysis com as configurações de vídeo no máximo. Ele peca, no entanto, na bateria e no peso, fazem do NX90 bem menos portátil do que deveria.

Esse é um notebook com design único que pode muito bem substituir um computador desktop sem muita dificuldade, não só em games e multimídia. O preço ainda é bastante alto para o Brasil, já que os 10 mil reais só se justificam em parte na tela, no áudio e no hardware extremamente atual. Há certamente uma taxa de design incluída nesse preço e que a maioria dos brasileiros ainda não quer nem pretende pagar. Mas quem se arriscar no NX90 não corre o risco de ficar decepcionado num futuro próximo.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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