Ypy S450, o elegante aparelho de entrada da Positivo

Pelo preço sugerido de R$ 649, o Ypy S450 não impressiona no desempenho.

Giovana Penatti
Por
• Atualizado há 11 meses
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No mês de setembro, estivemos na fábrica da Positivo, em Curitiba, e pudemos testar rapidamente alguns dos próximos lançamentos da empresa. Entre eles, estava o smartphone Ypy S450. Com preço prometido na época de 649 reais, configuração básica e boa construção, ele prometia ser uma boa opção para quem busca um aparelho de entrada.

Utilizei-o como meu smartphone principal por algumas semanas e, a seguir, dou minha opinião sobre o aparelho brasileiro.

Design e pegada

O Ypy tem o visual bem sóbrio, todo preto, com a vantagem de ter a traseira emborrachada, o que realmente ajuda a não escorregar da mão. Uma preocupação com esse tipo de acabamento é juntar poeira, mas isso não ocorreu com o aparelho durante todo o tempo que o utilizei.

O aspecto emborrachado também está na frente, nas bordas superior e inferior da tela. Isso não traz nenhuma vantagem na pegada, mas conta pontos na “integridade”, ajuda a fazer com que ele pareça uma coisa só. O design é simples, mas bem elegante, ainda mais considerando sua categoria.

Com 4 polegadas, ele chega a parecer pequeno perto do tanto de telas grandes que estamos acostumados. Por isso, cabe com sobra na mão, mas sem parecer solto, inclusive por conta do acabamento emborrachado.

A tela em si não é impressionante: com a resolução de 800×480 pixels, nem tinha como. Com o brilho no máximo, as imagens ficam mais bonitas e, apesar da resolução não ser a maior do mercado, não o deixa na retaguarda nesse quesito: é difícil observar pixels nos ícones e fotos, graças à tecnologia IPS. Ou seja, as imagens formadas pela tela são bonitas e as cores vivas, não desbotadas. Não é a melhor tela de um smartphone, mas não decepciona.

Curiosamente, todas as opções padrão de fundo de tela ficam estouradas, mas o mesmo não ocorre ao optar por uma foto da galeria.

Interface

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O sistema operacional do Ypy é o Android Jelly Bean (4.2.2). Não é a versão mais atual do sistema, que está na 4.4 (KitKat), mas este não é um problema. A Positivo ainda manteve as customizações do Android a um mínimo, o que é ótimo não apenas pelo visual simples, mas pela quase ausência de apps de fábrica, que ocupam espaço e seguram o desempenho do aparelho – algo importante, já que o processador dual-core de 1,2 GHz até segura a bronca, mas os 512 MB de RAM o freiam nesse quesito. Falaremos mais sobre isso adiante.

Entre os aplicativos embarcados, há um editor de textos estilo Office chamado Kingsoft Office, um para recarregar créditos diretamente do aparelho, o Sincronize, que facilita a sincronização com outros dispositivos, o jogo Cut The Rope, o atalho para aplicativos brasileiros exigido pelo governo e outro para fazer o download do WhatsApp, que é apontado como um dos atrativos do aparelho na caixa. O Facebook também vem instalado.

O Ypy tem 4 GB de armazenamento interno e a Positivo entrega, junto com o aparelho, um microSD de 8 GB. Caso não seja espaço o bastante, pode ser trocado por um outro de até 32 GB.

Multimídia

Fucei várias vezes o smartphone atrás do player de música e… Não encontrei! Em vez disso, fui nos widgets ver se encontrava ali algo do tipo. O que utilizei foi o player do Google Play Music, que reproduz tanto as músicas vinculadas à sua conta quanto as armazenadas no dispositivo. Não era exatamente o que eu buscava, mas talvez a escolha por ele em vez de um player separado tenha sido para economizar espaço.

Ele funciona como um player qualquer, que permite reproduzir músicas em background, criar listas de reprodução e tudo o mais. Só senti falta de equalização, algo que é sempre bem-vindo.

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O player de vídeo é um simples reprodutor de mídia; não tem nem a opção de avançar para o próximo arquivo ou o avanço automático no fim de uma faixa. No máximo, compartilhar o vídeo nas redes sociais, tocando no botão padrão do Android para isso na tela.

Quanto aos formatos, foi necessário baixar o MX Player para rodar MKV no teste de bateria. O AVI, por outro lado, rodou automaticamente.

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Câmeras

A câmera traseira do Ypy tem 5 MP e faz fotos satisfatórias. Em ambientes abertos e com luz natural, a fidelidade de cores é ótima e há boa definição nas imagens. Quanto mais se perde luz, mais se perde a qualidade das fotos. Em casos de pouca iluminação, é impossível uma foto boa sem utilizar o flash, e nem precisa ser um breu total: à meia-luz já fica bem difícil de captar alguma coisa. Há a opção do modo noturno, mas ele deixa a foto com bastante ruído e não ajuda tanto quanto uma nova fonte de luz.

O foco é outro problema. Não é possível escolher o ponto de foco manualmente, e o próprio celular não escolhe o melhor automaticamente. Com isso, se torna impossível tirar fotos de objetos próximos com nitidez ou detalhes.

A filmagem é feita em 640×480 pixels e o resultado é melhor que o esperado, apesar da pouca resolução. A captação de áudio é boa e a imagem tem boa qualidade, inclusive com pouca iluminação: fiquei surpresa ao filmar um show com a qualidade da imagem e do som capturados (ele foi num espaço fechado e relativamente pequeno; o resultado deve ser diferente em shows maiores).

O formato do vídeo gravado é o esquecido 3GP, que era bem comum nos celulares há alguns anos. Para mim, o maior inconveniente disso foi que os vídeos gravados com ele não puderam ser subidos no Instagram, já que o app não reconhece o formato.

Hardware

Com processador de 1,2 GHz dual-core e modestos 512 MB de RAM, não dá para esperar um desempenho exemplar do Ypy S450. Ele engasga, dá umas travadinhas e demora para iniciar aplicativos, especialmente os que exijam um pouco mais do processamento, como a câmera. Nada de fatal, no entanto; não houve nenhuma demora maior do que uns dois segundos, então esse ponto dá para relevar.

Surpreendentemente, ele rodou Dead Trigger 2 sem muitos problemas, apenas alguns engasgos de vez em quando, mas nada que comprometesse a jogabilidade. O celular também esquentou bem pouco durante o jogo – outra surpresa, pelo tanto que esse app exige do processamento gráfico.

O desempenho em benchmarks do Ypy S450 fica na média de outros na sua faixa de preço, como o RAZR D3 da Motorola e o Xperia M da Sony, mas perde para o Moto G, intermediário mais novo da Motorola que tem desbancado todos da categoria no custo-benefício.

Nos benchmarks online, foram estas as marcas do Ypy S450:

  • SunSpider: 1826,7 ms
  • Octane: 1300 pontos
  • Kraken: 20321,9 ms

Bateria

A duração da bateria do Ypy S540 é razoável. Nas vezes em que o testei como meu aparelho principal, não cheguei a ficar desapontada nem espantada com sua duração: utilizando-o para ouvir músicas e mexer em redes sociais no trajeto até o trabalho, com uso leve durante a tarde e o mesmo ritual da manhã à noite, ele chegava com a bateria no fim, precisando recarregar à noite.

Na parte técnica, são 1.400 mAh que rendem bem: na simulação de uso moderado, terminou o teste com 65% da carga. No uso intenso, 33%.

Conectividade e acessórios

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O Ypy é dual SIM, ou seja, acomoda dois números de telefone. Ele tem compatibilidade com redes 3G para qualquer um dos dois (é possível escolher qual fornecerá a rede de dados) e Wi-Fi IEEE 802.11 b/g/n, além de GPS, Bluetooth 3.0 e USB 2.0.

Na caixa, vêm um cabo USB, um carregador (com cabo, não com a porta USB para conectar o mesmo cabo que transfere dados para um computador) e o fone de ouvido. Como costuma ocorrer com aparelhos da categoria do Ypy S450, recomendo deixá-los de lado: são extremamente desconfortáveis, a ponto de serem doloridos, e a qualidade do som não é nem um pouco impressionante. Melhor usar os que você deve ter em casa.

Pontos positivos

  • Design elegante
  • Poucos apps de fábrica
  • MicroSD
  • Dual SIM

Pontos negativos

  • Pouca memória
  • Desempenho abaixo da média
  • Fotos inúteis sem iluminação adequada

Conclusão

O Ypy tem alguns pontos que podem ser considerado boas surpresas para um produto nacional. Nas especificações, não há nada de espantoso – os 512 MB de RAM, por exemplo, ficam longe disso – , mas na prática ele se garante com um desempenho razoável, uma boa tela e a possibilidade de utilizar dois chips. Sua construção também é boa: o design é sóbrio, mas elegante e compacto, sem aparentar fragilidade ou ter cara de barato. Arrisco dizer que é o principal ponto positivo, inclusive: ele é bem apresentável.

Dá para encontrá-lo por menos de R$ 500 em e-commerces pela internet afora, que é um preço bem aceitável pelo que ele oferece. Mas, pensando no custo-benefício, pode ser vantajoso investir um pouco mais em aparelhos com configuração melhor – o Moto G, por cerca R$ 600, é um deles. A diferença compensa para alguns números a mais em capacidade de processamento e memória, que garantem um desempenho mais fluido e adiam a necessidade de troca do aparelho.

Tirando-o de comparações com outros smartphones disponíveis no mercado, especialmente no que diz respeito ao custo-benefício, o S450 é um bom modelo de entrada, especialmente para quem procura um que aceite dois chips.

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Ficha técnica

  • Bateria: 1.400 mAh
  • Câmera: 5 MP (traseira) e VGA (frontal)
  • Conectividade: 3G, Wi-Fi 802.11n, GPS, Bluetooth 3.0 e USB 2.0.
  • Dimensões: 13 x 6 x 1 centímetros
  • GPU: Mali 400-MP
  • Memória externa: microSD até 32GB
  • Memória interna: 4 GB
  • Memória RAM: 512 MB
  • Peso: 100 gramas
  • Plataforma: Android 4.2 (Jelly Bean)
  • Processador: ARMv7 dual-core de 1,2 GHz
  • Sensores: acelerômetro, giroscópio e proximidade.
  • Tela: LCD IPS 4 polegadas, com resolução de 400×800 pixels

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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