Sony Xperia XA: olha, sem as bordas

Praticamente sem bordas, Xperia XA é um smartphone compacto com tela de 5 polegadas

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 11 meses
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Nem parece, mas o Xperia XA possui tela de 5 polegadas. Junto com o Xperia X, ele faz parte da nova linha de smartphones premium da Sony, mas adota um corpo bem diferente, praticamente sem bordas ao redor da tela.

Cobrando 1.799 reais, a Sony aposta no design compacto, no conjunto de câmeras rápidas e num processador acima da concorrência para chamar os consumidores. Será que é uma boa opção de compra? Eu testei o Xperia XA e conto minhas impressões neste breve review.

Review em vídeo

Design e tela

Em tempos de smartphones cada vez maiores, é bom ver que a Sony também se preocupa em atender o nicho de consumidores que preferem aparelhos compactos. Com tela de 5 polegadas, o Xperia XA é um pouquinho mais estreito que um iPhone 6s. O painel LCD da Sony é brilhante, apresenta bom contraste e tem ótima qualidade, apesar da resolução de 1280×720 pixels, abaixo da média da categoria.

As bordas quase inexistentes já foram adotadas em outros aparelhos, como o gigante Xperia C5 Ultra, mas é a primeira vez que estamos vendo uma combinação de design compacto com tela compacta na Sony. A construção é boa, embora não tenha nada especial no acabamento, e a ergonomia agrada bastante: dá para alcançar todos os cantos da tela sem fazer alongamento de dedão.

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Boas práticas da Sony, como o botão dedicado da câmera, que aciona o software rapidamente, continuam presentes no Xperia XA. A tradicional portinha com entradas para os dois chips de operadoras e cartão de memória continua ali — e você muito provavelmente vai precisar do microSD, porque metade dos 16 GB de armazenamento (o que já é pouco) estão preenchidos de fábrica pelo software da Sony.

Infelizmente, faltou um leitor de impressões digitais, um componente cada vez mais comum, que está no principal concorrente, o Moto G4 Plus, por 300 reais a menos.

Software

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A Sony fez um bom trabalho de software na transição para o Android 6.0 Marshmallow, com telas trabalhadas e aplicativos bem desenvolvidos. A interface é a mesma do Xperia X, bem como os recursos, como o modo Stamina, que reduz o consumo de bateria ao limitar conexões móveis em segundo plano; e uma secretária eletrônica, que atende suas chamadas e grava os recados (e faz você economizar no serviço de caixa postal da operadora).

Eu notei que o Xperia XA está uma versão do Android atrás do Xperia X (6.0, contra 6.0.1 do irmão mais caro). Por enquanto, isso não é nenhum grande problema, mas pode ser no futuro se você se importa muito com atualizações — historicamente, smartphones com processadores da MediaTek demoram um pouquinho mais para receber novas versões em comparação com os chips da Qualcomm.

Câmera

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A câmera de 13 megapixels do Xperia XA não é exatamente ruim. Só que Moto G4 Plus e Moto X Play entregam fotos bem melhores e, ainda assim, custam menos. Em comparação com os aparelhos da Lenovo, a Sony oferece fotos com definição menor e nível de ruído mais alto, especialmente quando a iluminação não colabora muito com o fotógrafo.

A mão pesada da Sony no pós-processamento é notável em fotos de ambientes internos. O ruído gerado pelo sensor de imagem é reduzido por software, que também acaba removendo detalhes importantes das fotos, transformando objetos em coisas chapadas.

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Embora o software seja rápido e a câmera entregue resultados satisfatórios se você não for muito exigente, há opções bem melhores nessa faixa de preço.

Hardware e bateria

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Em vez de ser mais um dos incontáveis smartphones intermediários com Snapdragon 61x, a Sony apostou no MediaTek Helio P10 para equipar o Xperia XA. Dá para dizer que foi uma decisão acertada, porque o desempenho da CPU é melhor — ele possui os mesmos núcleos Cortex-A53 do concorrente direto da Qualcomm, só que operando a uma frequência maior, de 2,0 GHz, o que pode dar uma sobrevida ao dispositivo.

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A GPU Mali-T860MP2 também agrada, lidando sem problemas com a tela de 1280×720 pixels. A maioria dos jogos, com os gráficos no médio, roda com taxa de quadros boa e constante. Além disso, em conjunto com os 2 GB de RAM, ela é capaz de manter as animações do sistema sem travadinhas e deixando a execução de aplicativos sempre rápida — o que, ironicamente, não é bem verdade no irmão mais caro, o Xperia X.

Só a bateria de 2.300 mAh me decepcionou. A Sony tem bom histórico em fazer mais com menos, entregando boa autonomia sem precisar elevar tanto a capacidade nominal da bateria. Infelizmente, no Xperia XA, eu cheguei ao final dos meus dias de teste quase sempre com a bateria no limite.

No dia de monitoramento, tirei o smartphone da tomada às 11h, ouvi streaming de música no 4G por 2 horas e naveguei na web por 1h30min, também pela rede móvel. A tela, que ficou ligada por exatamente 1h41min, estava com o brilho no automático. Às 20h35, o nível alcançou os 16%. Definitivamente não é uma marca boa: um Moto G4 Plus, nas mesmas condições, alcançaria algo entre 30% e 40% com sua bateria de 3.000 mAh.

Conclusão

Eu não consigo enxergar um bom perfil de usuário que teria o Xperia XA como melhor opção de compra — talvez apenas as pessoas que fazem questão do design super compacto. Ele entrega bom desempenho sem ser absurdamente grande, então é meio único no mercado, ainda mais levando em conta que o Xperia Z5 Compact, lançado há quase um ano, não deve aparecer no mercado brasileiro, e os iPhones têm preços proibitivos para quase todo mundo.

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Quem acompanha minhas opiniões há mais tempo sabe que prefiro os aparelhos menores, porque eles são mais confortáveis de manusear. Embora eu passe boa parte do meu tempo utilizando celulares com telas de 5,5, 5,7 ou até 6 polegadas e já tenha me acostumado, é sempre um alívio voltar para o meu smartphone de 4,7 polegadas. Por isso, o Xperia XA pode até ser uma opção interessante pensando no equilíbrio entre design e performance.

Ainda assim, acho que o gasto de 1.799 reais não vale a pena para a maioria das pessoas. Em comparação com o concorrente Moto G4 Plus, de 1.499 reais, a Sony entrega tela, bateria, câmera e armazenamento inferiores. Além disso, levando em consideração que os aparelhos da Sony costumam desvalorizar menos que os concorrentes e o Xperia XA deve se manter nesse patamar por um tempo razoável, dá para pensar em comprar um LG G4 ou Moto X Style em promoções do varejo, que são smartphones bastante superiores.

Especificações técnicas

  • Bateria: 2.300 mAh;
  • Câmera: 13 megapixels (traseira) e 8 megapixels (frontal);
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11n, GPS, Bluetooth 4.1, USB 2.0, rádio FM, NFC;
  • Dimensões: 143,6 x 66,8 x 7,9 mm;
  • GPU: Mali-T860MP2;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 200 GB;
  • Memória interna: 16 GB;
  • Memória RAM: 2 GB;
  • Peso: 139 gramas;
  • Plataforma: Android 6.0 (Marshmallow);
  • Processador: octa-core MediaTek Helio P10 de 2,0 GHz;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, bússola;
  • Tela: IPS LCD de 5 polegadas com resolução de 1280×720 pixels.

Sony Xperia XA

Prós

  • Conjunto de hardware oferece bom desempenho
  • O melhor exemplo de aproveitamento de espaço

Contras

  • Baixa capacidade de armazenamento interno
  • Câmera com definição inferior à concorrência
  • Duração de bateria medíocre
  • Tela com resolução abaixo da média
Nota Final 7.4
Bateria
7
Câmera
7
Conectividade
7
Desempenho
8
Design
8
Software
8
Tela
7

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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