Review Xbox Series S: pequeno até demais e ideal para o formato digital
No review do Xbox Series S você conhece o console em detalhes e passa a saber seus prós e contras pelo formato digital
No review do Xbox Series S você conhece o console em detalhes e passa a saber seus prós e contras pelo formato digital
O Xbox Series S chegou e inaugurou, ao lado do Series X, a nova geração de consoles da Microsoft. O Tecnoblog inicia sua bateria de análises com o videogame branco da empresa e comentar, em detalhes, o que ele tem a oferecer para o público. Diminuto em tamanho e no preço, o Series S é um aparelho, no mínimo, curioso. Está valendo o investimento? Acompanhe o review e descubra.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente de tecnologia que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises de produtos são opinativas e não possuem nenhuma intenção publicitária. Por isso, sempre destacamos de forma transparente os pontos positivos e negativos de cada produto.
Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Xbox Series S foi fornecido pela Microsoft por empréstimo por tempo indeterminado. O produto será usado em conteúdos futuros.
O Xbox Series S pode ser chamado de “console menor”, literalmente, tanto em poder, quanto em design. Mas engana-se quem acha que ele tem menos importância do que o Xbox Series X, seu irmão “mais poderoso”.
Com este aparelho a Microsoft quer alcançar um tipo de público bem definido, quem quer entrar na nova geração gastando o menos possível. Seja em dinheiro para o videogame, em espaço ou até em investimento na coleção de jogos – e vamos detalhar sobre isso, ao longo da análise.
Nos EUA o Series S custa US$ 299. O preço é o mesmo de um Nintendo Switch, console que foi lançado em 2017 e que já está, mais ou menos, na metade de sua “vida útil”. No Brasil, ele chega a ser até mais barato do que o aparelho da Nintendo: R$ 2.799 é o preço praticado pela Microsoft por aqui, contra os R$ 2.999 do Switch.
Mas isso não é uma comparação, e sim análise do Xbox Series S como aparelho individual, sem depender de outros. O exemplo dado foi apenas para se ter uma ideia de que tipo de público sua produtora pretende alcançar com ele.
O valor cobrado em sua venda é uma excelente pista, mas o Series S tem outros atrativos que podem servir de chamariz.
Aqui, no Tecnoblog, já fizemos um unboxing com o Xbox Series S. Para quem perdeu, aqui está:
Na caixa, o produto completo é composto por:
Não deixe de conferir o vídeo do unboxing para saber mais sobre nossa primeira impressão e conhecer o visual do Xbox Series S assim que ele “nasce”.
Confesso, achei toda a nova geração de consoles um pouco estranha em termos de design, na primeira vez que vi as imagens pela Internet. Nenhum deles se parece com um “videogame tradicional”, se é que a gente pode considerar um conceito assim.
Mas o visual do Xbox Series S me chamou a atenção de maneira positiva, ou menos negativa do que os outros.
As dimensões oficiais do Series S são 6,5 cm x 15,1 cm x 27,5 cm. Pode não parecer, mas o aparelho é minúsculo, na medida do possível. Um pouco maior que o Wii, que é conhecido por ser pequeno, e bem menor do que o primeiro Xbox One, que é enorme.
Outro detalhe é que o Xbox Series S também é leve. Menos de 2kg, ou 1,92kg, se você quiser precisão.
Mas, como disse, achei o design do aparelho de um bom gosto bem único, na verdade. Sim, ele lembra uma caixinha de som portátil, graças ao círculo que serve de ventilação na parte superior, ou frontal, dependendo do ponto de vista. Ao menos é diferente!
O Series S tem um ar de “aparelho do futuro” e combina bem com as coisas inusitadas que a tecnologia vem nos apresentando nos últimos anos. A combinação da cor branca com a grade preta que cobra a saída de ar também caiu muito bem no design.
Ah, e vale a dica: cuidado para não tapar essa mesma saída: apesar de grande e larga, ela precisa de ventilação, já que o aparelho esquenta um pouquinho – não ao ponto de preocupar. Ao mesmo tempo o pequeno Xbox é extremamente silencioso. Você só ouve o “bip” de ligar ou desligar. Não ouvi nenhum ruído de “motorzinho” ou cooler barulhento, torço para que continue assim com o passar dos anos.
Os elogios ao design também se estendem ao controle. O Xbox Series S acompanha um joystick na cor branca, seguindo o padrão do aparelho. Ele é um pouco menor do que o acessório do Xbox One S, mas compartilha quase todas as funções – tanto que funciona normalmente no aparelho anterior.
Uma das grandes novidades é um botão “Share”, no centro do joystick, que captura telas e vídeos de jogos de maneira mais rápida – herança inspirada no mesmo botão que já existia no DualShock 4, da linha PlayStation, que finalmente chega à concorrência. Uma mudança mais do que bem-vinda, aliás.
O controle, em um geral, ficou um pouquinho menor e mais leve, mas é quase imperceptível. Os gatilhos também reduziram o tamanho, o que não é ruim, e ganharam uma leve textura para ajudar a “prender” melhor os seus dedos neles.
Outra grande novidade é o direcional digital, ou D-Pad, que não é mais no formato de cruz, mas sim um disco com direções encravadas, parecendo com o que foi visto no Xbox One Elite Controller. Apesar de ser uma mudança que eu vejo com bons olhos, achei o D-Pad bem mais barulhento nessa nova versão do joystick. Pode ser por se tratar um aparelho novo e que com o tempo fique melhor e menos ruidoso, mas é algo que só saberemos mais adiante.
O Xbox Series S é um pequeno notável. É um console com muito menos poder gráfico que o Xbox Series X, mas não faz feio ao rodar jogos mais atuais, como Fortnite, Marvel’s Avengers, Gears 5 ou Forza Horizon 4, entre outros que testei.
É realmente impressionante o que a Microsoft na arquitetura do aparelho, em especial se você pensar que o Series S tem “apenas” 4 teraflops de capacidade de processamento, voltados para o poder gráfico – para quem não se lembra, o Series X vem com 12 teraflops.
Mesmo assim, o Series S é capaz de realizar quase todos os feitos do seu irmão maior: roda games em até 120 FPS, dependendo do título, é compatível com Ray Tracing em alguns casos, tem o Auto HDR que melhora as cores de jogos antigos da linha Xbox, entre outras funções.
Eu queria dar uma pausa no debate de gráficos e falar sobre outro ponto importante no Series S. O que impressiona neste modelo mais básico é a velocidade.
Graças à arquitetura Xbox Velocity, que é um grupo de tecnologia usadas no design dos dois aparelhos, tudo no Series S é incrivelmente mais rápido do que em qualquer modelo passado do Xbox One. Carregar um jogo muito pesado pode ir de 60 para 15 segundos, ou até menos, dependendo do caso.
O coração da ideia por trás do Velocity está no armazenamento SSD NVME personalizado para os novos Xbox. No caso do Series S, de apenas 512 GB, mas que consegue impressionar na hora de carregar os jogos de maior tempo de loading possíveis.
O SSD é outro mundo. Quando você começa a jogar com este tipo de armazenamento equipado, não quer voltar atrás. Esta é uma realidade que já era muito presente em computadores, ainda que muitos tenham adaptado SSDs para videogames antigos nos últimos anos, mas agora temos uma tecnologia dedicada a consoles.
O único problema aqui é que, de fato, são apenas 512 GB. Quem está acostumado a jogar em consoles recentes, como PS4 ou Xbox One, sabe que muitos jogos ocupam muito espaço em disco. Em meus testes, instalei entre 4 e 6 jogos, que tomaram quase todo o armazenamento e não me permitiu baixar mais nada.
É de se imaginar que o SSD menor, somado a um console menos poderoso e sem entrada para mídia física, sejam alguns dos principais responsáveis por tornar o aparelho bem mais barato do que o outro modelo.
Ainda assim, o armazenamento poderia ser um tantinho maior, se a proposta é depender apenas de jogos digitais.
Uma coisa… Estranha, na falta de palavra melhor, nestes novos modelos do Xbox é que eles compartilham a interface do Xbox One, em sua versão mais atualizada. Há apenas pequenas novidades, como um fundo animado personalizável, o Quick Resume – que tira proveito do SSD – e pequenas opções nas configurações. Mas de resto é tudo o mesmo, com uma velocidade maior, também pelo processamento e armazenamento.
Ao mesmo tempo em que isso é bom, também pode ser ruim para algumas pessoas.
Entenda o ponto: quando avançamos de uma geração de consoles para outra, a tendência é que os novos aparelhos tenham tudo novo, desde a forma que inicia ao menu, configurações e opções de jogos.
Com o Xbox Series S, e também o X, não é bem assim. A sensação é de jogar em um Xbox One mais poderoso, já que toda a interface é virtualmente a mesma.
O lado bom é que, quem migrou de uma plataforma antiga para a mais nova, terá familiaridade e não perderá tempo indo direto ao ponto, os jogos. O lado ruim é que isso não passa a exata sensação de “Nova geração” que um console do tipo requer.
De certa forma, o mesmo acontece com a biblioteca de jogos. Qual grande game exclusivo da empresa está sendo lançado com a chegada do Xbox Series S e do Xbox Series X? Seria Halo Infinite, mas foi adiado para 2021. Temos, sim, grandes jogos multiplataforma, como Assassin’s Creed: Valhalla, Watch Dogs: Legion, além de outros que desembarcam na mesma época, como Gears Tactics.
Mas a ausência de algo no calibre de um Halo inédito acaba reforçando a sensação de ainda estarmos na mesma geração, poder gráfico mais poderoso e maior processamento à parte.
Sim, os jogos são parte importante do ecossistema do Xbox Series S, ainda que ele seja menos poderoso do que o outro modelo. O console não faz feio. Muitos games estão extremamente bonitos, em especial os que são exclusivos da Microsoft.
Tecnicamente, Xbox Series S é o console de nova geração menos poderoso, quando comparado ao irmão da Microsoft e com a concorrência. Ainda assim, há efeitos visuais de destaque. Jogos como Gears 5 e Forza Horizon 4, que já estão otimizados, ficam ainda mais bonitos. Resolução e taxa de quadros aumento e tido fica mais vistoso aos olhos.
Mas, muito além de gráficos, o Xbox Series S se define por algo importantíssimo: o Game Pass. Já que não tem entrada para discos, o aparelho é altamente dependente de uma assinatura do serviço da Microsoft, que agora conta com mais de 100 jogos e receberá ainda títulos da EA, por meio do EA Play, em seu lançamento, no dia 10 de novembro.
É verdade que o espaço livre no SSD continuará sendo um problema, mas os donos do Series S terão que se acostumar com a ideia de jogar cada game aos poucos. Baixando, jogando, deletando e baixando de novo, quando quiser retomar algum game antigo ou dar uma chance para aquele que jogou um pouco e não seguiu.
Mesmo com as pequenas críticas, é inegável que Series S e Game Pass foram feitos um para o outro, tanto que quase rimam. Bem que a Microsoft poderia ter encartado uma assinatura na caixa deste modelo para os compradores, no mínimo uma degustação de 30 dias, mas talvez isso seja sonhar demais, tendo em vista o preço cobrado no console.
Leve em conta ainda que a retrocompatibilidade do Xbox Series S (e do Series X) é imensa. Todos os jogos de Xbox One, Xbox 360 e Xbox disponíveis no Xbox One rodam aqui, exceto aqueles que precisam do Kinect, acessório com sensor de movimentos que não existe mais.
Mesmo no Series S os jogos velhos recebem melhorias, como o próprio HDR, já citado, e maior resolução e suavidade, com mais Frames Por Segundo. No geral, se você é usuário antigo de Xbox e sua conta da Xbox Live está recheada de games comprados, o aparelho vai cair como uma luva e garantir horas de diversão.
Apesar das minhas críticas, não tem como tirar o mérito da Microsoft com o Xbox Series S. É um excelente console. Se eu resolvesse embarcar na nova geração de aparelhos do zero, sem ter nenhum videogame antes, seria minha opção, principalmente morando no Brasil.
Por aqui, comprar jogos físicos nem sempre é uma boa saída. Dependemos de entregas demoradas, de ir buscar o game em algum lugar. Além disso, no caso da linha Xbox, as promoções digitais são muito melhores, sem falar em jogos antigos e retrocompatíveis de Xbox One, Xbox 360 e Xbox original.
E, claro, temos o Game Pass na jogada. São dezenas de jogos por um preço de assinatura que custa menos do que alguns streamings de filmes oferecidos no país. O Xbox Series S foi feito para isso.
O preço do aparelho também é altamente convidativo: R$ 2.799 por um videogame que acabou de sair do forno. Neste ano de 2020 eu mesmo comprei um Xbox One S All-Digital por R$ 2.299, uma pequena diferença de R$ 500 que separa duas gerações distintas.
E ainda temos outros fatores positivos: é um console extremamente portátil, cabe em qualquer mochila, quem quiser viajar pode facilmente levar para qualquer lugar, cabe na estante de modo versátil, funciona para limpar – apesar de ser branco –, entre outros pontos positivos e contidos no design.
Se não se importa com um console de enorme potência, mas quer participar da nova geração e comprar um aparelho que vai receber os mesmos games do Xbox Series X, o Xbox Series S deve ser sua opção. A longo prazo, ele só tem a crescer, com games exclusivos e outras novidades que a Microsoft resolver inventar ou estúdios que decidir comprar.
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