Sony e Panasonic querem substituir o Blu-ray com novos discos de 300 GB
O Blu-ray nunca teve a mesma aceitação do DVD, mas isso não quer dizer que a indústria desistirá das mídias ópticas, pelo menos não de imediato: nesta segunda-feira, a Sony publicou uma nota em que afirma estar trabalhando com a Panasonic no desenvolvimento de um disco com capacidade mínima de 300 GB que terá o desafio de se tornar o novo padrão do mercado.
Em tempos de computação nas nuvens e dispositivos móveis em ascensão, pensar em uma nova geração de mídias ópticas parece um tiro no próprio pé, mas ambas as empresas apostam que o novo formato terá êxito em aplicações profissionais – a durabilidade e a elevada capacidade de armazenamento destes discos fariam seu uso ser interessante em soluções de backup, por exemplo.
Mas é claro que as companhias japonesas esperam que o novo padrão também convença no segmento de entretenimento. Neste caso, um único disco de 300 GB poderia abrigar uma temporada inteira de uma série em alta definição ou mesmo um filme com resolução de 4K codificado em H.265.
Nenhuma das partes deu detalhes do projeto. Não se sabe, por exemplo, se o novo formato contemplará discos regraváveis, se as mídias manterão as dimensões usadas atualmente (12 centímetros de diâmetro), muito menos quais tecnologias serão empregadas para fazer com que os discos tenham 300 GB (ou mais) de capacidade.
Há, todavia, pistas que indicam que os novos discos não serão muito diferentes dos padrões atuais. Para começar, o comunicado da Sony fala em compatibilidade “inter-geracional”, ou seja, os drives do novo formato muito provavelmente poderão ler CDs, DVDs e Blu-ray, o que ao menos esclarece a questão do diâmetro.
Além disso, em junho de 2010 surgiu a especificação BDXL, que consiste em discos Blu-ray com três ou quatro camadas para gravação de dados que podem armazenar, respectivamente, 100 GB e 128 GB de dados. É possível que Sony e Panasonic estejam trabalhando em uma variação mais sofisticada deste discos.
De qualquer forma, só poderemos ter certeza no final de 2015, prazo dado pelas companhias japonesas para o novo padrão ser lançado (ou pelo menos oficializado) e, certamente, receber um nome. E é bom frisar: mesmo que os novos discos cumpram com o prometido, não há garantias de que o formato será de fato o sucessor do Blu-ray – vai que alguém anuncie uma mídia mais interessante e bote tudo a perder. A gente já viu esse filme antes.