O que os reviews dizem sobre o Razer Phone
No começo de novembro, a Razer transformou os rumores em realidade: lançou o Razer Phone, primeiro smartphone da marca — quiçá do mercado — pensado especialmente para jogos pesados. Apesar disso, a companhia não se preocupou em equipá-lo com algum tipo de joystick ou em deixá-lo com visual rebuscado. Os atributos estão concentrados no hardware.
Começa pela tela de 5,7 polegadas com frequência de 120 Hz, passa pelos 8 GB de RAM e 64 GB de espaço interno para dados, e chega ao processador, um Snapdragon 835 com GPU Adreno 540. Como esse conjunto encara a jogatina? E o que esperar do aparelho nas aplicações rotineiras? Vamos descobrir o que os primeiros reviews dizem.
Baita tela, mas ela não é perfeita
Com tecnologia IGZO LCD, 5,7 polegadas de tamanho, resolução de 2560×1440 pixels, suporte a HDR e Wide Color Gamut (padrão que dá mais profundidade às cores), além da frequência de 120 Hz, não tem como a tela não ser o chamariz do Razer Phone.
Para Nicole Lee, do Engadget, esses detalhes realmente fazem diferença. Ela explica que, embora nem todo game consiga aproveitar os 120 Hz, essa taxa de atualização torna a experiência de jogo “maravilhosamente suave” em vários títulos, como Arena of Valor e Final Fantasy XV. Lee também destaca que não é só com jogos: os 120 Hz deixam a navegação em páginas web mais fluída, por exemplo.
Mas nem tudo é perfeito. Praticamente todos os reviews ressaltam que a tela não tem brilho forte. No Tom’s Guide, Sherri Smith se diz impressionada com a profundidade de cores do componente, mas lamenta que o brilho não passe de 310 nits enquanto a média atual no mercado é de 448 nits.
O resultado é uma tela com cores vívidas, mas ofuscada pela falta de brilho e também pelo consequente reflexo — Nicole Lee afirma que, em determinados momentos, teve que proteger a tela com a mão para evitar que ela refletisse em demasia a luz do ambiente.
Design e pegada: do laptop para o smartphone
Você já deve saber, mas não custa relembrar: o Razer Phone é inspirado no formato “quadradrão” do Nextbit Robin. Não surpreende, afinal, a Razer comprou a Nextbit no início do ano. Mas, se na aparência ambos os modelos são muito parecidos, no acabamento a situação muda: o Razer Phone é muito mais robusto.
Sherri Smith afirma em seu review que gosta dos laptops da Razer por conta dos materiais “premium” usados neles e que ficou satisfeita ao percebe que o mesmo cuidado foi direcionado ao Razer Phone: o dispositivo tem o acabamento de alumínio que pode ser encontrado na linha gamer Razer Blade, por exemplo, eliminando completamente a aparente fragilidade do Robin.
Esse aspecto é bastante positivo porque o Razer Phone é grandalhão, portanto, você precisa sentir segurança ao pegá-lo, sensação que o acabamento em alumínio consegue proporcionar. Mas Nicole Lee avisa: quem tem mãos pequenas pode se atrapalhar um pouco com o aparelho.
O que desagrada é a ausência de alguns recursos. Alex Dobie, do Android Central, e Sean Hollister, do CNET, chamam atenção para a falta de resistência à água, culpa, em parte, dos alto-falantes generosos do Razer Phone. Mas o que desagradou todo mundo é a inexistência de conexão para fones de ouvido — a explicação do CEO da Razer de que a entrada de 3,5 mm foi retirada para aumentar a capacidade da bateria não colou.
As câmeras da concorrência estão um passo à frente
O Razer Phone tem dois sensores traseiros, um de 12 megapixels e lente f/1,8, outro com 13 megapixels e lente f/2,6 (para zoom). Mas quantidade não é sinônimo de qualidade: no CNET, Hollister afirma que as fotos feitas com o aparelho não chegam a ser ruins, mas ficam para trás na comparação com topos de linha da concorrência.
Ainda para Hollister, o efeito de zoom da câmera secundária funciona bem e, em boas condições de iluminação, o aparelho consegue registrar fotos com nitidez convincente. Por outro lado, o app de câmera é lento e a qualidade da imagem fica muito pobre em condições de baixa luminosidade.
No Android Central, Alex Dobie também criticou o aplicativo da câmera e ressaltou que, frequentemente, as fotos feitas com o Razer Phone são mais escuras e sem vivacidade do que deveriam; quando a iluminação é boa, os resultados melhoram, mas são inferiores até aos de smartphones mais baratos.
Como parece que parte do problema está no software, é de se esperar (ou torcer) que atualizações pelo menos amenizem a situação nos próximos meses.
Desempenho inquestionável; bateria nem tanto
Sherri Smith classificou o desempenho do Razer Phone como impressionante. Alex Dobie fez declaração parecida. Na verdade, nenhum review demonstrou decepção com o desempenho. Pudera: o Razer Phone realmente faz bonito no hardware. O conjunto básico é um processador Snapdragon 835 com GPU Adreno 540 e 8 GB, só para relembrar. Com essa configuração, praticamente todos os jogos e aplicativos pesados rodaram sem pestanejar.
Já a bateria, com seus 4.000 mAh e suporte ao Quick Charge 4.0+ (para recarga rápida), divide opiniões. Nos testes de Smith no Tom’s Guide, a autonomia ficou apenas dentro da média, necessitando de recarga todos os dias, e melhorou ligeiramente quando a tela foi configurada para trabalhar com 60 Hz em vez de 90 Hz (padrão).
Por sua vez, Alex Dobie, do Android Central, expressou satisfação (e até certo alívio) ao constatar que a bateria tem autonomia para pelo menos um dia e meio de uso por carga completa, ainda que, presumivelmente, esse período possa cair para menos de um dia se você ficar muito tempo jogando.
O que mais?
Havia algumas incertezas com relação ao software porque a Razer (ainda) não tem tradição no universo do Android, mas, de modo geral, o sistema operacional do Razer Phone agrada. No Engadget, Nicole Lee relembra que o dispositivo vem com o Android 7.1, mas há previsão de atualização para o Android 8.0 no começo do próximo ano. A Nova Launcher Prime, ativada por padrão, compensa esse atraso no Android por ser bastante personalizável.
As duas saídas de áudio frontais também convencem. No CNET, Sean Hollister chega a dizer que ambas têm mais volume que as saídas de som de muitos laptops por aí. Além disso, o som é claro e não distorce.
No fim das contas, o Razer Phone é um aparelho que realmente consegue oferecer uma experiência positiva, tanto para quem quer jogar quanto para quem deseja apenas rodar qualquer aplicativo sem se preocupar com o desempenho.
Mas é preciso estar ciente de que o modelo está longe da perfeição: se você quer fotos caprichadas ou têm medo de que o brilho relativamente baixo da tela possa atrapalhar (embora o problema só seja notável em ambientes bem iluminados), talvez seja melhor esperar para saber se atualizações de software resolvem alguma coisa ou simplesmente aguardar o próximo smartphone da Razer.
Nos Estados Unidos, o Razer Phone tem preço sugerido de US$ 699,99. Não há previsão de lançamento no Brasil.