7 vezes que um conteúdo extra foi melhor que o jogo principal

Nem todo DLC precisa ser um caça-níquel. Dá uma olhada em alguns extras lançados para games que até superam os títulos originais

Vivi Werneck
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• Atualizado há 11 meses
Far Cry 3: Blood Dragon (Imagem: Divulgaçao/Ubisoft)

Não é tão difícil encontrar algum jogo cujo spin-off ou mesmo só um DLC tenha feito mais sucesso ou, minimamente, seja mais divertido que o próprio game original. Inclusive, algumas franquias tiveram origem a partir de um conteúdo extra, como a série Forza Horizon – por exemplo.

Os conteúdos extras comumente lançados para games, como os DLCs que costumam dar seguimento à campanha principal de algum game ou adicionam novos recursos e/ou personagens, podem não ser tão bem vistos para jogadores que compram um jogo e esperam por uma experiência completa (e isso faz muito sentido). No entanto, intencionalmente ou não, há extras que não apenas melhoram o original como, por vezes, superam o jogo base.

Para essa lista, procurei levar muito da minha própria experiência com os respectivos títulos. Conheça, a seguir, alguns spin-offs, expansões ou DLCs que fizeram ou ainda fazem muito sucesso.

1. Far Cry 3: Blood Dragon

Às vezes acho que nem mesmo a Ubisoft imaginava que este spin-off de Far Cry 3 faria tanto sucesso. Extremamente fanfarrão e nostálgico, toda a estética deste game é inspirada nos clássicos filmes de ação dos anos 80, em que algum soldado super treinado norte americano vai sozinho salvar “o mundo”. No caso deste standalone, estamos falando do protagonista, e ciborgue militar, Rex Power Colt.  

Blood Dragon é uma espécie de skin, cheia de neon e dinossauros cibernéticos (por que não?), sobre a engine de Far Cry 3. Inclusive os controles são idênticos, mas mesmo assim o game faz questão de te obrigar, da maneira mais cômica possível, a fazer um tutorial para aprender o básico – tirando sarro dos próprios jogos da Ubisoft e de outros games que insistem a te “ensinar” a usar o analógico para se movimentar, por exemplo.

Far Cry 3: Blood Dragon já esteve de graça algumas vezes e costuma estar sempre em alguma promoção. Se você está buscando por algum game de tiro, com a fórmula Far Cry, mas que está pouco se preocupando com a profundidade da narrativa e só quer ser divertido e extremamente sarcástico, jogue este! De longe é o melhor conteúdo extra já lançado para esta franquia.

2. The Witcher 3 – Hearts of Stone e Blood and Wine

Antes da CD Projekt Red queimar seu filme com os fãs, por conta do lançamento problemático de Cyberpunk 2077, o estúdio polonês sempre foi o queridinho dos jogadores por não cobrar por seus DLCs, especialmente os que apenas se resumiam a skins e outros itens cosméticos. The Witcher 3: Wild Hunt, que é um jogo muito bom por si só, teve dois conteúdos extras cobrados: Hearts of Stone e Blood and Wine.

Essas duas expansões, que podiam ser adquiridas também numa linda versão física com direito a um baralho de Gwent em cada uma, acrescentam horas e mais horas de gameplay, além de uma narrativa bem amarrada e com alguns plot twists muito bons. Em termos de história, alguns as consideram melhores que a campanha de Wild Hunt (eu me incluo nessa opinião). 

A primeira expansão, Hearts of Stone, traz novos personagens à história, novas cartas de Gwent, uma opção extra de romance para Geralt, além de monstros poderosos inéditos. Os jogadores também serão apresentados a uma nova mecânica de gameplay, chamada Runewords.

Já em Blood and Wine, segunda expansão e particularmente minha preferida das duas, traz em torno de 30 horas a mais de campanha além de apresentar ao jogador uma nova região: a bela Toussaint. Essa expansão também traz novos monstros e personagens, além de novas armaduras e armas. Você receberá também um novo deck de Gwent e poderá usufruir de uma nova mecânica para aprimorar armaduras.

3. Forza Horizon

A série Forza Horizon alcançou seu brilho próprio e até mesmo já ofuscou o fato de ter sido, um dia, originada a partir de um conteúdo spin-off de Forza Motorsport. Horizon trouxe um gameplay mais arcade para os jogos de corrida da série Forza e descomplicou os controles para muitos jogadores, que talvez não fossem tão familiarizados com simuladores de corrida.

Uma das características desse game é sempre trazer um visual semi realista dos países em que se passa cada evento Horizon. Nessa, o jogo já teve passagens pelo Reino Unido, França, Itália, Austrália e, no quinto título, México. Inclusive, recomendo muitíssimo jogar Forza Horizon 5 (que faz parte do Xbox Game Pass). 

É um jogo de corrida incrível, cheio de atividades que vão além das próprias corridas (que podem ser jogadas na ordem que quiser e quando quiser), carros para desbloquear e boas opções de acessibilidade.

4. Super Mario Bros.

É até curioso imaginar a franquia Super Mario Bros como um spin-off, mas acredito que muitos devam lembrar (ou não) que a primeira aparição do encanador bigodudo foi no jogo Donkey Kong, de 1981. Neste game, já com 40 anos de lançamento, Mario precisava subir por escadas e desviar de barris, jogados por Donkey Kong, até conseguir alcançar sua namorada Pauline e salvá-la.

Após Super Mario Bros virar os holofotes para Mario, que também colocou no mapa outros personagens como Luigi, Princesa Peach e Bowser, o herói se tornou um dos maiores ícones da indústria dos games. Inclusive, personagens que conhecemos da própria franquia Super Mario Bros também já ganharam seus próprios spin-offs, como: Yoshi’s Island, Luigi’s Mansion, Captain Toad: Treasure Tracker e outros. 

Este é um caso de spin-off que fez tanto sucesso que gerou outros spin-offs. Em relação a Super Mario Bros, a série superou em popularidade o game no qual Mario debutou, mesmo que o gorilão Donkey Kong ainda seja muito querido pelos fãs.

5. The Elder Scrolls IV: Oblivion – Shivering Isles

Antes de Skyrim consumir horas e mais horas da vida de muitos jogadores, seu antecessor Oblivion já havia feito um bom trabalho em prender bastante a atenção pelo reino de Tamriel. Como em todo jogo da franquia The Elder Scrolls há centenas de atividades para fazer e muito o que explorar. 

O mapa do jogo base de Oblivion já é imenso por si só, mas a expansão Shivering Isles insere uma nova região, quase tão grande quanto a original, dentro do próprio game. A única diferença é que este mapa da expansão se encontra em um “outro mundo” acessado por um portal bem peculiar que brota numa pequena ilha, que também surge do nada, no cenário principal.

Ao entrar, o jogador encontrará um lugar bem louco, como se o filme Alice no País das Maravilhas fosse dirigido por Tim Burton e Guillermo del Toro. Shivering Isle apresenta novos personagens e uma nova história ao apresentar uma região governada pelo Príncipe da Loucura, Sheogorath. Todos os habitantes da ilha têm níveis diferentes de loucura, então você pode esperar por diálogos bem insanos e divertidos por conta disso. 

6. Borderlands 2: Tiny Tina’s Assault on Dragon Keep

Borderlands 2 é, na minha opinião, o melhor game desta franquia até o momento. No entanto, o que fez esse segundo jogo realmente brilhar, para mim, foi o DLC Tiny Tina’s Assault on Dragon’s Keep. Esse conteúdo extra fez tanto sucesso que ganhou até uma continuação standalone própria com Tiny Tina’s Wonderlands.

Tiny Tina é uma menina de gostos bem peculiares por explosivos e totalmente insana, assim como quase todo mundo no universo Borderlands. Em Assault on Dragon’s Keep, a jovem é a Dungeon Master de uma sessão de RPG de mesa envolvendo os próprios dwellers da campanha original de Borderlands 2.

Apesar de completamente fora de si, Tiny Tina é completamente adorável e vai te guiando, com uma narração hilária, pelas várias etapas que precisará passar até conseguir completar a campanha que ela criou. Um dos destaques vão para os monstros doidos que ela conjura na hora e até para a participação dos próprios vault dwellers falando sobre quais movimentos ou golpes vão usar e etc. É claro, você é quem vai ter que resolver a situação depois.

7. World of Warcraft

Não dá para falar de um spin-off de sucesso sem comentar sobre World of Warcraft. Este MMORPG praticamente popularizou o gênero de jogos massivos online e já tem seus quase 20 anos de existência. WoW se passa dentro do universo de Warcraft (um jogo de estratégia em tempo real) e começa, aproximadamente, quatro anos após os eventos de Warcraft III: The Frozen Throne.

Com várias expansões já lançadas ao longo dos anos, sua fórmula e muito da sua mecânica serviram de inspiração para dezenas de outros games do estilo que vieram depois. O constante conflito entre Aliança e Horda fez tanto sucesso que transpôs os limites do digital e já ganhou longa metragem, boardgame e livros.

Há mais exemplos? Claro que sim!

Como disse no início deste artigo, coloquei neste texto bastante da minha própria experiência com cada um desses títulos, mas é claro que existem muitos outros extras, expansões, DLCs e spin-offs que fizeram ou fazem mais sucesso que seus games originais.

O mais interessante de perceber aqui é como os estúdios aproveitam esse sucesso para gerar ainda mais conteúdo. A continuação das aventuras de Tiny Tina é um exemplo, especialmente depois de Borderlands 3 não ter sido o estouro de popularidade que foi o game anterior.

Se você que está lendo tiver jogado algum extra que te marcou e que considera que seja ainda melhor que o game base, compartilha com a gente! É sempre bom ter uns joguinhos extras na manga (ou para aumentar ainda mais o backlog).

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Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.

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