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TV 4K LG A1: OLED boa para filmes, não para games — Review

A LG A1 se vende como "a primeira TV OLED" para quem quer assistir filmes e séries, mas decisões de design a tornam desinteressante para games

2 anos atrás

ATUALIZAÇÃO: a primeira versão deste artigo descrevia a A1 como uma TV voltada inicialmente para o público gamer, mas de acordo com a assessoria de imprensa da LG, o posicionamento do marketing desta é voltado para o consumidor de entrada padrão; segundo a empresa, o aparelho direcionado para quem joga, seja em consoles ou PC, é a C1.

O texto foi atualizado.


A LG A1 é uma TV OLED 4K que faz parte da linha 2021 de televisores de ponta da companha sul-coreana, à qual também pertence a C1. Diferente desta, voltada ao consumidor premium, a A1 é posicionada como um modelo de entrada, para quem deseja migrar dos displays LCD para os de LEDs orgânicos.

A campanha de marketing da LG posiciona a A1 como "a primeira OLED" para o público geral, visto que ela possui limitações que a tornam menos que ideal para o público gamer.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Vale a pena pagar R$ 4,3 mil para ter a LG A1 como sua primeira TV OLED? Eu a testei por duas semanas e conto o que achei dela a seguir.

Review da LG A1 em vídeo

Nota de transparência

Desde 2004, o Meio Bit publica análises opinativas com o intuito de ajudar os leitores a tomarem sua própria decisão de compra, seja de um gadget, um game ou um serviço/software/app. Nós somos francos em nossas opiniões e destacamos pontos positivos e negativos de igual maneira, não importando a natureza dos produtos, de modo a manter a integridade e transparência do site.

Ninguém externo à redação do Meio Bit teve acesso a este review de forma antecipada, bem como não houve nenhum tipo de interferência, pagamento ou direcionamento da LG, ou de terceiros, em relação ao seu conteúdo.

A A1 foi fornecida pela LG como doação e não será devolvida à empresa.

Design, conexões e controle remoto

Olhando de longe, o design da LG A1 é quase idêntica ao da C1 e da CX, com uma pequena diferença: ao invés de usar o largo pé frontal, este aliado ao suporte para colocá-la sobre uma bancada ou rack, o modelo mais simples utiliza dois pequenos pés individuais, semelhantes aos que a Samsung usa nos seus televisores de entrada.

Fora isso, ela segue a mesma apresentação ultrafina no topo e base mais "gorda", onde estão os conectores e circuitos internos. A LG definitivamente não tem a menor intenção de alterar muito essa identidade visual, que permanece basicamente a mesma desde 2019, com a introdução da B9.

Como o televisor não possui o suporte largo, não há organizador de cabos para você arrumar a bagunça de conexões, se bem que não há muitas opções desde o início.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

No meu caso particular, eu optei por instalar a LG A1 na parede, deixando um vão para alcançar as conexões principais na traseira, mas ali só existem 4 conectores: uma porta HDMI 2.0, sendo esta a única compatível com eARC/ARC, a saída de áudio digital, a entrada coaxial para antena/cabo, e a porta Ethernet. E só.

Em 2021, a LG deixou claro que a porta RCA para vídeo componente não tem mais lugar, e ela foi removida de todos modelos de suas linhas, de OLED, NanoCell e QNED; mesmo as LED/UHD de entrada deram adeus à conexão legada.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

A lógica da LG é simples: hoje, os usuários consomem conteúdo apenas via rede aberta/TV a cabo, dispositivos conectados às portas HDMI, e forçando a barra, em unidades de armazenamento externas USB. A A1 possui duas destas, 2.0, na lateral.

Ao lado delas se encontram as 2 portas HDMI restantes, também 2.0.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

O controle remoto Smart Magic é o mesmo modelo da C1, uma repaginação quando comparado aos de anos anteriores. A LG não abre mão de incluir o teclado numérico, o que faz dele grandalhão, mas é bom ter opções, principalmente para quem prefere digitar os números, ou acha mais fácil navegar entre canais assim.

O uso como um mouse está presente aqui também, para navegar pelos menus do webOS e apps, e há teclas dedicadas para os serviços de streaming Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e Globoplay, bem como para as assistentes virtuais Google Assistente e Amazon Alexa.

A única coisa que o Smart Magic da LG A1 não possui em relação ao da C1, é suporte ao NFC; assim, o recurso Magic Tap, que compartilha conteúdos em smartphones com a TV, não está presente aqui.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

De resto, a LG A1 suporta Wi-Fi 802.11ac de 5 GHz e Bluetooth 5.0, tal qual sua irmã maior C1 e a antecessora CX.

Tela e qualidade de imagem

O display presente na LG A1 é um OLED com resolução de 3.840 x 2.160 pixels e tempo de resposta nominal de 1 ms, mas ligeiramente inferior aos da C1 e CX. Isso porque devido contar com portas HDMI apenas 2.0, sua taxa de atualização só vai até 60 Hz, ao invés dos 120 Hz das acima citadas.

Pode parecer um detalhe menor, mas isso cria alguns problemas para o consumidor gamer, que não é o foco aqui.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Comecemos do básico. A parte "chover no molhado" em termos de OLED permanece inalterada, a qualidade de imagem da A1 é impecável, com preto perfeito, fidelidade de cores, alto contraste, nada de color banding (formação de faixas, ou gradação de cores) e um ótimo ângulo de visão, sem distorções ao ver a tela em qualquer ângulo que não de frente.

Por outro lado, o processador Alpha 7 de 4.ª geração é bem mais conservador no que diz respeito ao brilho da tela, em relação ao Alpha 9 4th Gen da A1; em verdade ele se comporta de forma bem similar ao Alpha 9 de 3.ª geração da CX, no que o circuito ABL (Limitador Automático de Brilho), que regula o brilho da TV em relação ao que está sendo exibido, é bastante conservador.

O algoritmo do ABL tende a manter as cenas mais escuras do que precisam ser, e derruba o brilho violentamente quando não há muita variação no que está sendo exibido. Some-se a isso o brilho máximo da tela de 500 nits, e você consegue prever o resultado.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Já na parte de reproduzir jogos, a A1 fica bem atrás da C1 e mesmo da CX. Como as portas HDMI 2.0 estão limitadas a 60 Hz, você não terá como extrair o máximo desempenho em games que rodam a 120 quadros por segundo (fps) no PS5 e Xbox Series X, e para jogar no PC, ela definitivamente não é a melhor opção de display, mesmo tendo suporte a chroma sampling de 4:4:4.

Ainda assim é possível jogar com um decente nível de input lag, que cravou uma média de 10 ms em todas as resoluções, 1080p, 1440p (2K) e 4K. O que é uma coisa boa, pois a LG A1 não oferece as opções de configuração para reduzir o atraso, presentes na C1.

Isso ocorre porque o modo Amplificador, não incluído aqui, envia um sinal de 120 Hz quando jogando a 60 Hz; logo, não dá para fazer mágica.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Isso não quer dizer que a A1 é um desastre para jogar. Ela reconhece quaisquer consoles que você conectar, e nos meus testes, ela identificou de primeira tanto o PS5 quanto o Xbox Series X. O Raspberry Pi também funcionou, mas assim como em outros modelos de TV da LG, ele foi identificado como um dispositivo Roku; pelo menos, ela libera o sinal de imediato e não age como as TVs da Samsung, que exigem cadastro manual de dispositivos, quando ela não reconhece algum.

Já o menu otimizado para jogos foi a melhor adição que a LG fez em suas TVs mais recentes. Quando no modo para games, apertar o botão Menu no controle remoto exibirá opções (acima) para alterar o estabilizador de preto, ativar o modo de baixa latência ou o som IA, ou alternar entre ajustes para 4 gêneros de jogos distintos, sendo eles Standard/Padrão, RPG, FPS e RTS.

Nas configurações completas (abaixo), você tem acesso ao estabilizador de branco e um ajuste para reduzir a luz azul, e é isso. Ficou de fora o suporte a VRR, presente no PS5, Xbox Series X|S e Xbox One, que ajusta a taxa de quadros automaticamente em relação ao que a fonte de vídeo transmitir, e que é suportado na LG C1.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Também não estão presentes ambas tecnologias anti-quebra de quadros da Nvidia e AMD, respectivamente G-Sync e FreeSync, tornando a A1 ainda menos interessante para a Glorious PC Gamer Master Race.

Sendo bastante sincero, a A1 não é um produto future-proof, nome que se dá à inclusão de tecnologias e recursos que estendam a vida útil do mesmo. Ao não suportar VRR, 120 Hz, G-Sync e FreeSync, esta TV não é indicada para donos dos mais recentes consoles da Sony e Microsoft, e também não é tão interessante para jogar no PC. Por outro lado, ela atende quem possui um PS4, Xbox One ou Nintendo Switch.

De fato, a LG explica que a A1 é um aparelho para quem deseja sair dos aparelhos de LCD IPS e entrar nos de OLED, especialmente para assistir conteúdo da TV aberta/cabo, e filmes e séries via streaming.

Qualidade de som

Por ser uma OLED de entrada, a LG A1 não possui a qualidade sonora da C1 ou da CX, ambas equipadas com 4 speakers em 2.2, provendo uma potência de 40 W e melhorada pelo recurso IA Pro. Aqui, você encontra dois alto-falantes (som 2.0) e apenas 20 W.

O Som IA também é um pouquinho menos inteligente, visto que o processador é um Alpha 7 e não um Alpha 9. Ele ainda consegue reconhecer o conteúdo em execução e ajustar o equalizador da maneira que acha mais conveniente, mas os resultados finais ficam abaixo dos da C1 e da CX, que são mais potentes e espertas.

Claro, você continua com suporte a Dolby Atmos.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

No geral o áudio é bom, mas apenas suficiente, logo, não espere por definição de graves e agudos. Para uma melhor qualidade sonora, atenha-se à solução clássica: use uma soundbar ou um conjunto de Home Theater.

Software, apps e extras

O webOS 6.0 da LG A1 é o exato mesmo software presente na C1, logo, o dito lá também vale aqui. A experiência do menu de apps é de tela inteira, no que a LG entende como a melhor opção, e os recursos clássicos como o LG ThinQ, ligado ao Painel de Controle para gerenciar dispositivos de casa inteligente e Internet das Coisas, estão todos em seus lugares.

O suporte de apps também é o mesmo: você encontra os suspeitos habituais Netflix, Amazon Prime Video, Apple TV, Disney+, YouTube, Globoplay, HBO Max e Star+, e outros como Globosat Play, Telecine Play, Plex, Twitch, Claro Vídeo, Esporte Interativo, Spotify, Deezer e etc. As ausências continuam sendo alguns exclusivos de outros sistemas, como Crunchyroll e Paramount+.

Há também o Alerta de Esportes, exclusivo das TVs OLED da LG, que permite cadastrar seu time favorito em diversos esportes, para receber notificações sobre o início do próximo jogo, e resultados em tempo real.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Na parte de assistentes virtuais, a A1 traz os mesmos 3 presentes na C1, sendo Google Assistente, Amazon Alexa e o proprietário da LG, que usa recursos do ThinQ. Todos possuem teclas dedicadas no controle remoto, no que a terceira é ligada ao botão padrão de microfone.

Ao acionar qualquer um deles pela primeira vez, o usuário é guiado pelas opções de configuração, e uma vez definidas, basta segurar o botão correspondente à sua assistente favorita e fazer as solicitações de voz. O microfone do controle é bem preciso e não falhou nenhuma vez.

É bem provável que a maioria dos usuários não use a assistente da LG, preferindo optar entre a Google Assistente e a Alexa, que são bastante precisas e inteligentes; a segunda possui total integração à Amazon e permite inclusive realizar compras na loja.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

No mais, o webOS 6.0 permance sendo o canivete suíço dos sistemas operacionais em TVs: cheio de opções, mas com dificuldade de ir direto ao ponto. Seria interessante se nas próximas versões, a LG trabalhasse melhor na objetividade do software.

Sobre o burn-in

É uma TV OLED, logo, não dá para deixar o assunto burn-in de fora. As TVs de hoje que usam essa tecnologia de display, são bem mais amigáveis, e oferecem modos para evitar o desgaste prematuro da tela. Com a LG A1, não é diferente.

Este modelo também possui um protetor de tela na forma de um relógio analógico, que entra em ação quando o conteúdo da tela se torna estático (menos no modo PC), e o recurso Limpeza de Pixels, um ajuste manual que executa uma varredura no display, para dar um refresh nos pixels. Caso ele não seja ativado pelo usuário, a TV o acionará automaticamente após 2 mil horas de uso.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

No geral, executar a Limpeza de Pixels uma vez a cada 15 dias é o suficiente para evitar que os temidos "fantasmas" grudem permanentemente na tela de sua TV. Isso pode ser observado na C1, que após 10 meses de uso, está do jeito que estava quando tirada da caixa, sem nenhuma marquinha.

Quanto à A1, voltaremos a ela daqui a um ano para checar o burn-in, pois não é possível verificar o efeito de persistência de imagem em tão pouco tempo.

LG C1 10 meses depois: zero marcas na tela (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

LG C1 10 meses depois: zero marcas na tela (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Conclusão

A LG A1 é uma TV interessante para quem está procurando um aparelho OLED como o seu primeiro, de olho em um bom produto por um preço decente. Embora um bom display para assistir filmes e séries, a falta de recursos avançados para suporte em jogos a tornam uma carta fora do baralho para consumidores gamer mais exigentes.

O preço sugerido oficial da A1 de 55 polegadas, o modelo testado, é de R$ 4.299 na data de publicação deste review, e pode ser comprada com 10% de desconto à vista; para o público geral é uma boa opção, já para o gamer, a LG C1 de 48" é mais interessante, podendo esta ser adquirida por R$ 4,8 mil.

TV 4K LG A1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Sim, eu sei que a C1 é mais cara e menor, mas ao menos é uma TV OLED 4K future-proof. Eu não vejo sentido em gastar dinheiro na A1 de 55" para games, se ela não pode oferecer o melhor desempenho em PCs e nos consoles atuais.

Agora, se você não joga e quer uma OLED acessível para curtir seus serviços de streaming no sofá, a LG A1 tem uma ótima relação custo/benefício.

TV OLED LG A1 — Ficha Técnica

  • Modelo: OLED55A1PSA;
  • Tipo do painel: OLED (WRGB);
  • Tamanho do painel: 55 polegadas;
  • Resolução: 3.840 x 2.160 pixels;
  • Taxa de atualização: 60 Hz;
  • Tempo de resposta: 1 ms;
  • Tecnologias de imagem suportadas:  Dolby Vision IQ, HDR10 Pro, HDR Effect e HLG;
  • Tecnologias de suporte a games: HDR GiG e ALLM;
  • Alto-falantes: 2 speakers (som 2.0) e potência de 20 W;
  • Tecnologias de áudio suportadas: Dolby Atmos;
  • Conexões: Apple AirPlay 2, Bluetooth 5.0, Wi-Fi 802.11b/g/n/ac e Wi-Fi Direct;
  • Entradas de vídeo: 3 HDMI 2.0 (ALLM, eARC, HDMI-CEC), 1 RF coaxial;
  • Saídas de áudio: 1 óptica digital;
  • Outras portas: 2 USB 2.0 e 1 Ethernet;
  • Consumo de energia: 284 W (médio), menos de 1 W (stand-by);
  • Sistema operacional: webOS 6.0;
  • Dimensões: 122,8 x 76,7 x 27,1 cm (com base), 122,8 x 70,6 x 4,7 cm (sem base);
  • Peso: 18,7 kg (com base), 18,4 kg (sem base).

Pontos fortes:

  • Como toda OLED, a imagem é ótima;
  • Menus dedicados para ajustes em jogos;
  • Preço acessível para a categoria.

Pontos fracos:

  • ABL bem agressivo;
  • Sem VRR, ajustes de input lag, Nvidia G-Sync e AMD FreeSync;
  • Em tempos de PS5 e Xbox Series X, 60 Hz é pouco.

Colaborou: Darlan Helder (review em vídeo)

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