IBM cria unidade de armazenamento até 275 vezes mais rápida que um SSD comum
Unidades SSD são um caminho sem volta: instale-as uma vez em seu computador (ou compre um que já as tenha) e, provavelmente, você nunca mais estará disposto a usar somente HDs, afinal, a diferença de velocidade de um para o outro é gritante.
Mas isso é só o começo: uma série de pesquisas em andamento tornarão os dispositivos de armazenamento muitas vezes mais rápidos que nos padrões atuais, como é o caso de um projeto da IBM que conseguiu criar uma tecnologia até 275 mais veloz que os SSDs convencionais.
Chamada de projeto Theseus e conduzida em parceria com a Universidade de Patras, na Grécia, a pesquisa em questão tem como base uma tecnologia que a IBM e outras companhias vêm trabalhando há algum tempo: A PCM, sigla para Phase Change Memory – Memória de Mudança de Fase, em bom português.
Resumidamente, o conceito funciona assim: um composto feito de calcogeneto é submetido a um processo de alteração de temperatura capaz de fazer a estrutura do material mudar de cristalina para amorfa e vice-versa. Este é o processo de mudança de fase.
Quando o material está em estado amorfo, tem-se um bit 0; quando cristalino, um bit 1. Como a mudança de fase pode acontecer de maneira muita rápida e estável, em tese, estruturas PCM podem oferecer velocidades de gravação e leitura bastante elevadas.
Este tipo de memória também tende a suportar milhares de ciclos de reescrita – em torno de 10 milhões de operações -, assim, o PCM está sendo apontado como um possível substituto do SSD. O problema é que a tecnologia ainda não está madura para tanto e é extremamente cara.
O projeto Theseus apresenta algum potencial por ter uma proposta híbrida: os pesquisadores combinaram chips de memória Flash NAND – o tipo que é usado nos SSDs – com uma pequena (e, por isso, mais barata) quantidade de PCM em uma placa PCI Express.
O resultado impressionou. Nos testes, a unidade conseguiu realizar 99,9% dos processos de leitura e gravação em até 240 microssegundos (medida equivalente a um milionésimo de segundo). Um SSD convencional, sem PCM, levou de 12 a 275 vezes mais tempo para realizar as mesmas tarefas.
Nestes experimentos, os chips PCM atuaram como uma espécie de cache, reduzindo significativamente a latência (ou seja, o tempo de acesso ao dado) da unidade como um todo. Mas eles também podem trabalhar como uma camada de armazenamento intermediária, mantendo consigo os dados mais acessados por um tempo maior, uma vez que esta é uma tecnologia não volátil, ou seja, que não perde informação na ausência de eletricidade.
Os pesquisadores esperam que as primeiras unidades equipadas com chips PCM comecem a ser comercializadas a partir de 2016. Mas é bom não criarmos grandes expectativas: a ideia é atender a aplicações de cloud computing ou Big Data, por exemplo. Não há, até o momento, nenhuma previsão de uso da tecnologia em computadores pessoais.
Com informações: ExtremeTech