Smartwatch Realme Watch S: para quem está chegando agora

O Realme Watch S é um relógio inteligente com foco no básico e pode ser uma opção interessante para iniciantes nesse ecossistema

Darlan Helder
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• Atualizado há 11 meses
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Realme ainda não trouxe o relógio inteligente Watch S Pro para o Brasil, mas já lançou a versão mais acessível por aqui. Cobrando R$ 699, o Realme Watch S promete ser o grande parceiro do seu treino, é capaz de monitorar a sua saúde e atuar como uma extensão do seu celular. Ele ainda dispõe de mais de 100 mostradores, tem bateria para até 15 dias e mais de 10 modos de treino.

Parece ser uma opção interessante para quem está com o orçamento limitado, mas será que vale a pena? Eu passei os últimos dias avaliando o Realme Watch S e compartilho as minhas impressões nesta análise completa.

Análise do Realme Watch S em vídeo

Aviso de ética

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O Watch S foi fornecido pela Realme por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design e tela

O Realme Watch S é um smartwatch com aspecto tradicional, ele tem um visual despojado, formato redondo e, ao mesmo tempo, é muito leve, pesando 48 gramas. A caixa de alumínio tem um acabamento simples e recebeu dois botões na lateral direita: o primeiro dá acesso ao menu e o segundo é usado exclusivamente para os modos de esporte. Na frente, a Realme incluiu a catraca fixa com marcações para os mostradores analógicos.

Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A pulseira de silicone é de 22 mm e pode ser substituída facilmente; o vestível não pesa no pulso, ficou firme e muito confortável. Ele tem resistência à água em até 1,5 metro, entretanto a empresa não recomenda o uso no banho nem na natação. Isso significa que você terá que tirá-lo durante as atividades aquáticas, o que, por consequência, o torna mais limitado.

A Realme foge da tendência ao não oferecer uma tela melhor para o Watch S. Tudo bem que este é um relógio de entrada, mas outros modelos que estão nessa categoria já oferecem painel melhor. Sua tela LCD de 1,3 polegada tem resolução de 360 x 360 pixels e conta com a proteção Corning Gorilla Glass.

Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Eu pude perceber que os ícones no menu e os textos têm uma boa definição, mas os mostradores ficam estranhos, meio apagados, e o preto fica cinza. A diferença é significativa quando comparamos com outro smartwatch com AMOLED. Já a visualização sob a luz solar só é favorável quando o brilho da tela está perto do máximo.

Recursos e experiência de uso

Ao todo, o Realme Watch S tem 16 modos de exercício, alguns deles são: corrida ao ar livre, caminhada, futebol, yoga, tênis de mesa e aeróbica. Ao definir a modalidade, o relógio coleta a duração do treino, número de calorias queimadas e registra os batimentos cardíacos. Mas ficou faltando o GPS integrado.

Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

No Watch S, ao deslizar para cima, você acessa o menu onde está o atalho para o monitor da frequência cardíaca. Durante a medição, ele sempre marcava um número muito elevado em relação ao GT 2 Pro, que estava no meu pulso, e depois se aproximava do registro apontado pelo gadget da Huawei. É importante reforçar que o smartwatch só analisa o BPM a cada cinco, dez, vinte ou trinta minutos.

O SpO2, para analisar o nível de oxigenação no sangue, também está disponível e, no meu caso, ele apontava números semelhantes em comparação com o GT 2 Pro, novamente. Para quem gosta de meditação, o wearable tem um contador que te ajuda a se concentrar na atividade sem distrações. Ainda é possível configurar lembretes para a pessoa mexer o corpo, beber água e avisar quando os batimentos cardíacos estiverem elevados, fora do normal.

Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Um recurso que eu gosto bastante em relógios inteligentes é o monitor automático de sono. O Realme Watch S tem isso e pode mostrar os estágios da sua noite, indicando os períodos de sono leve, profundo e REM. Em simultâneo, ele acompanha a frequência cardíaca do usuário, mas eu não confiaria nesses registros, tendo em vista que há inconsistências no acompanhamento noturno. Uma vez, num sábado, o app do relógio informou que os meus batimentos ficaram em 68 sem nenhuma alteração durante 8h40min.

Todos esses dados ficam salvos no Realme Link, aplicativo para Android e iPhone, que não é muito estável e sempre demorava para sincronizar ou, às vezes, dava erro de emparelhamento. Outra coisa que me incomodou foram as informações em português e inglês que apareciam no app mesmo você definindo o idioma para português.

Aplicativo Realme Link (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Aplicativo Realme Link (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Quanto aos recursos do smartwatch, o Realme Watch S permite apenas visualizar as notificações e recusar chamadas telefônicas. O controle de música, útil durante os treinos, funcionou muito bem e deixa avançar, pausar e definir o volume, tudo através do relógio e sem atrasos. Ele exibe a previsão do tempo e mostra as condições para os próximos dois dias e não para toda a semana. Já o controlador da câmera também está disponível e funciona tanto com filmagem como com foto, e é muito ágil.

No Realme Link você pode encontrar mais de 100 mostradores para o Watch S, e até personalizar com uma foto sua e definir a posição da hora e da data. O smartwatch não suporta aplicativos de terceiros, mas, ao menos, é possível conectar ele ao Google Fit para o usuário centralizar todos os seus dados.

Bateria

Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A ausência de uma tela AMOLED contribuiu para a autonomia do Realme Watch S. A bateria dele tem 390 mAh e pode durar até 15 dias com apenas uma carga. É um número excelente e o relógio consegue chegar perto disso mesmo com vários recursos de monitoramento trabalhando. E, diariamente, eu devo ressaltar que não percebi ele sugando muito a bateria.

A minha experiência com o Watch S foi a seguinte: eu deixei todas as notificações ativadas, o monitor de frequência cardíaca fazendo a análise a cada cinco minutos e, por fim, o acompanhamento de sono. Eu cheguei ao 13º dia com o relógio pedindo alimentação e apenas 10% de carga. Em conclusão, o Realme Watch S faz um bom trabalho nesse quesito e a pessoa pode ter até mais bateria de acordo com o uso.

Realme Watch S: vale a pena?

Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme Watch S (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Realme Watch S pode ser a porta de entrada para quem nunca teve um relógio inteligente e não quer gastar rios de dinheiro agora. Ele está longe de ser um ótimo smartwatch avançado, mas se destaca pela interface enxuta, fácil de navegar e os recursos disponíveis podem ajudar no monitoramento da sua saúde. A bateria é outro destaque, tendo em vista que, com uma carga, ela pode durar mais de 10 dias mesmo com o uso intenso.

Entretanto, o gadget ficou devendo a análise de estresse e escorrega ao não permitir o uso durante atividades aquáticas, lembrando que modelos como o Huawei Watch GT 2e, o Mi Watch e o Mi Watch Lite são resistentes à água em até 50 metros. Ainda para atender aquelas pessoas que pensam em iniciar uma caminhada ou corrida, a Realme poderia incluir GPS no seu relógio.

E a tela do Watch S, porém, me faz procurar a concorrência. O painel da Realme não é de qualidade e muitos mostradores ficam estranhos e sem definição. O Amazfit Verge Lite, que está mais barato no varejo, tem AMOLED; a bateria não muda muito, mas ele perde o SpO2, para medir a saturação de oxigênio no sangue. Se você não abre mão desse recurso, de tela melhor e muita bateria, talvez valha analisar o Huawei Watch Fit, um modelo quase completo, mais bonito e tem uma tela excelente, aliás. Já o Galaxy Watch Active pode ser a melhor opção para você que quer mais recursos de smartwatch.

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Darlan Helder

Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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