As câmeras dos smartphones poderão ficar melhores com este composto derivado do grafeno

Batizado de 2D-BNCO, a mistura leva boro, nitrogênio, carbono e oxigênio e é atomicamente fina

Jean Prado
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• Atualizado há 2 semanas
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A câmera do seu celular pode ficar melhor com esta descoberta de pesquisadores da Universidade Northeastern, de Boston. A partir de uma modificação do grafeno, uma folha de carbono supercondutora, os cientistas Swastik Kar e Srinivas Sridhar desenvolveram um composto com inúmeras aplicações em eletrônicos que pode até aperfeiçoar pequenos sensores de câmera.

Inicialmente, o projeto era melhorar câmeras térmicas com sensor infravermelho usadas no exército, conforme solicitado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA, na sigla em inglês). Durante a modificação do grafeno, no entanto, foi descoberto um composto que não só cumpre a solicitação da DARPA, mas também tem propriedades que podem ser aplicadas em sensores de 20 megapixels para smartphones e até na construção de transistores atomicamente finos para computadores.

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Enquanto os pesquisadores adicionavam boro e nitrogênio ao grafeno para incorporar a condutividade necessária para produzir um isolante elétrico, eles notaram que o oxigênio estava contaminando a composição. O que não era esperado é que o gás na verdade organizava toda a estrutura: ao corroer a superfície do carbono, o oxigênio dava espaço para o boro e nitrogênio preencherem o buraco na mistura, formando cristais.

O novo material, batizado de 2D-BNCO, possui propriedades magnéticas, óticas, elétricas e térmicas, por isso suas aplicações são diversas na indústria de eletrônicos. Nas câmeras, ele poderia ser usado para criar sensores mais sensíveis à luz e com maior desempenho em ambientes escuros. Note que, por ser superfino e leve, há o prefixo indicando a (quase) bidimensionalidade no nome do composto, seguido dos elementos que o integram.

Apesar de já ser comprovado que o 2D-BNCO é perfeitamente expansível e pode ser reproduzido, ele ainda precisa ser testado e estudado. Sua capacidade magnética, por exemplo, é intrigante, uma vez que vem de quatro compostos não condutores. Também é necessário ver como ele pode ser fabricado em massa para suas propriedades poderem ser aplicadas na indústria.

Com informações: PhysOrg e Science Advances.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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