Sony Xperia Z2, uma pequena (e ótima) atualização
Próximo smartphone topo de linha da Sony chega ao Brasil no primeiro semestre.
Às vezes não arriscar muito pode ser um ponto positivo.
Direto de Barcelona — Durante a Mobile World Congress, a Sony revelou o Xperia Z2, sucessor do Xperia Z1, que foi lançado no Brasil em outubro. Visualmente, as mudanças não foram tão grandes: com design semelhante, é fácil confundir o novo aparelho com o antecessor. Mas há melhorias muito importantes no software e em alguns componentes de hardware, especialmente na tela, que certamente farão a diferença.
A tela aumentou de 5 polegadas para 5,2 polegadas e continua com resolução de 1920×1080 pixels. A definição, que era ótima, permanece muito boa. Uma melhoria é bastante notável logo de cara: o ângulo de visão está significativamente maior, o que é ótimo para manter a fidelidade de cores e enxergar melhor a tela em certas situações, como quando o aparelho está sobre a mesa e você precisa dar uma olhada nas notificações ou no relógio, por exemplo.
A melhoria no ângulo de visão pode ser explicada por uma troca do painel, que passou de TFT para IPS LCD. Esse problema do ângulo de visão afetava não apenas o Xperia Z1, mas também o velho Xperia ZQ. Antes tarde do que mais tarde, é bom saber que a Sony percebeu e corrigiu o defeito: embora esse detalhe não fosse muito perceptível ao olhar exatamente de frente para o aparelho, os smartphones da Sony eram os únicos que tinham o problema entre os principais celulares caros.
Mesmo com o aumento no tamanho da tela, o corpo do Xperia Z2 não cresceu em relação ao do Xperia Z1: na verdade, a largura e espessura até diminuíram um pouquinho, o que é bom para manter uma pegada confortável para uso com uma mão. Ele ainda não vai agradar quem prefere aparelhos menores, mas pelo menos não haverá falta de opção. O design continua elegante, mas a traseira infelizmente ainda atrai muitas marcas de dedo.
O Android foi atualizado para a última versão disponível (4.4.2), o que também gerou algumas modificações na interface, como no caso da central de notificações, que perdeu a barra de configurações rápidas: ela se transformou em um painel de botões personalizável. Tem ainda um tal de modo simplificado: quando ativado, a tela inicial é substituída por uma grade de atalhos para funções básicas (como telefone e SMS) e as fontes aumentam de tamanho. Se você der um Xperia Z2 de presente para a vovó, já sabe o que fazer.
Na câmera, continuamos um sensor Exmor RS de 1/2,3 polegada e resolução de 20,7 MP, mas a filmagem melhorou e agora é possível gravar vídeos em 4K a 30 fps. Para isso, como há apenas 16 GB de armazenamento, talvez você precise aproveitar a entrada para cartão microSD, já que um teste rápido de apenas 14 segundos gerou um arquivo de nada menos que 96 MB. Também é possível filmar em 720p a 120 fps para gerar vídeos em slow motion.
O aplicativo da câmera foi alterado e está mais intuitivo. Logo na primeira linha de ícones estão os modos que serão mais utilizados: automático, manual e gravação em 4K (é estranho saber que existe um modo específico apenas por causa da resolução mais alta). No modo automático, a câmera faz oversampling das fotos; para capturar imagens com 20,7 MP de resolução, é necessário partir para o manual.
Como em outros aparelhos da Sony, há uma série de recursos de software para a câmera. Alguns são úteis, outros só servem para mostrar para os amigos e nunca mais usar:
- Fundo desfocado: permite que você foque em um objeto e borre o plano de fundo, simulando uma profundidade de campo rasa (é possível ajustar a intensidade do efeito);
- AR effect: adiciona efeitos em tempo real na cena com realidade aumentada, como dinossauros em 3D ou vulcões em erupção (tem que aproveitar a potência do processador, oras). No Xperia Z2, é possível adicionar esses efeitos em vídeos.
- Vídeo com timeshift: este é o modo de câmera lenta. O filme é gravado originalmente a 120 frames por segundo; depois, você pode escolher o trecho que ficará com o efeito de slow motion.
- Timeshift burst: tira 61 fotos em 2 segundos, sendo que 30 são capturadas antes mesmo de você pressionar o botão da câmera;
- Social live: transmite um vídeo ao vivo pelo Facebook.
O desempenho, como esperado para um topo de linha, foi ótimo nos poucos minutos em que pude brincar com ele, sem nenhum engasgo nas animações. O hardware ganhou poucas e boas melhorias em relação ao Xperia Z1: há 1 GB de RAM a mais, processador atualizado e bateria ainda maior. Estas são as especificações técnicas:
- Processador: quad-core Snapdragon 801 de 2,3 GHz;
- GPU: Adreno 330 (rodando a uma frequência maior que no Snapdragon 800);
- RAM: 3 GB;
- Armazenamento interno: 16 GB (com entrada para microSD de até 64 GB);
- Tela: IPS LCD de 5,2 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels;
- Bateria: 3.200 mAh.
Antes que eu me esqueça: o Xperia Z2 continua com resistência a água. Como a Sony está demonstrando isso na Mobile World Congress? Assim:
Ainda precisamos fazer testes para descobrir a qualidade da câmera, a bateria e o desempenho com uso real, mas as primeiras impressões são boas: em vez de se arriscar em grandes mudanças, a Sony manteve o que era bom no Xperia Z1 e melhorou o que estava ruim, corrigindo pontos negativos mostrados em reviews. Embora ainda seja cedo para afirmar qualquer coisa, é quase certo que estamos falando de um dos melhores smartphones topo de linha com Android do ano.
O Xperia Z2 será lançado mundialmente a partir de março. No Brasil, a assessoria de imprensa da Sony afirma apenas que o aparelho tem previsão para chegar às lojas “no primeiro semestre” em uma versão diferente da global, que terá suporte a TV digital. O preço ainda não foi divulgado. O antecessor Xperia Z1 chegou custando R$ 2.399 e hoje pode ser encontrado por cerca de R$ 1,7 mil em promoções; espere algo não muito diferente disso.
Paulo Higa viajou para Barcelona a convite da Nokia.