Stranger of Paradise é o Final Fantasy mais divertido e sem noção que joguei

Com dezenas de classes únicas e jogabilidade em estilo hack and slash frenético, Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins é uma farofa deliciosa que merece sua atenção

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 11 meses
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Divulgação/Square Enix)
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Divulgação/Square Enix)

Para um jogo ser bom, na minha opinião, ele precisa ser divertido acima de tudo. Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins foi uma grata surpresa que me garantiu várias horas de felicidade genuína. Além de não se levar a sério em nenhum momento, o game valoriza o fundamental: a diversão. Continua comigo nas linhas a seguir, onde compartilho minha experiência em detalhes.

Stranger of Paradise é uma farofa no melhor sentido

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Divulgação/Square Enix)
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Divulgação/Square Enix)

Sou muito fã de jogos de ação e de produções que gosto de definir como “farofa”. Nesses casos, uso o termo farofa no melhor sentido possível. É como se o game, filme ou série fosse igual a um prato de comida em que você pode misturar um monte de ingredientes diferentes, como ovo, bacon e banana, e ele ainda fica gostoso.

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins é isso: uma mistura de vários elementos diferentes inspirados em outros jogos de ação e títulos da própria franquia da Square Enix. No final, por algum motivo bizarro, isso deu muito certo.

Logo após ser revelado, o jogo se tornou meme e recebeu várias críticas relacionadas ao visual, à personalidade aparentemente vazia do protagonista e até mesmo aos criadores. Apesar de ser publicado pela Square Enix, o projeto é desenvolvido pela Team Ninja, conhecida por criar franquias que definiram o gênero dos jogos de ação, como Dead or Alive, Ninja Gaiden e Nioh.

Vi bastante gente ficar com um pé atrás quando anunciaram que a Team Ninja havia sido escolhida para fazer um Final Fantasy. Afinal, a franquia é conhecida pelos ótimos RPGs de turno, e a ação costuma ficar separada em Kingdom Hearts ou nos mais recentes Final Fantasy XV e Final Fantasy VII Remake.

Ação frenética e classes únicas são divertidas demais

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Contudo, essa parceria inusitada resultou em um jogo super divertido que mistura elementos estratégicos e visuais de Final Fantasy, com a ação frenética em hack and slash que lembra bastante Nioh e Ninja Gaiden. Por mais que algumas características lembrem Dark Souls, Stranger of Paradise pega pouca coisa emprestada da franquia da FromSoftware.

Uma das mecânicas mais legais é o sistema de classes, que oferece mais de 20 opções diferentes. Cada classe tem sua própria árvore de habilidades que podem ser customizadas a gosto do jogador. Você pode ser guerreiro, samurai, espadachim, mago, monge, lanceiro, duelista… E ainda dá para desbloquear especializações avançadas, as quais permitem ainda mais estilos de jogo.

Quanto mais avançada for a sua classe, maior será a liberdade na hora de customizar as habilidades do protagonista Jack. A especialização Tyrant, por exemplo, é obtida ao evoluir as classes Monk, que usa os punhos para causar dano, e Red Mage, que pode equipar espadas, adagas ou maças e ainda conjura magias.

Devido a essa mistura, o Tyrant pode não só utilizar todo o arsenal de armas das classes anteriores, como também conta com habilidades únicas — e isso vale para todas as especializações avançadas de Stranger of Paradise. Essa liberdade de customização me agradou muito, porque gosto de ter a opção de mudar meu estilo de jogo a qualquer momento.

Além disso, não é necessário interromper a ação para trocar de classe. O jogo permite configurar até duas especializações para mudar rapidamente durante a luta, apertando apenas um botão. Dá para fazer combinações bastante inusitadas, como misturar uma classe mágica com uma de dano físico, por exemplo.

Stranger of Paradise é um belíssimo hack and slash

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Na jogabilidade, Stranger of Paradise é muito mais inspirado no estilo hack and slash do que jogos da franquia Souls. Não existe barra de energia para limitar os seus movimentos. No lugar, há um recurso chamado Soul Shield, que você pode usar para se defender de certos ataques. Ao gastar tudo, porém, Jack fica atordoado e vulnerável por alguns segundos.

Também não há perda de recursos ao morrer, então você pode falhar quantas vezes quiser, sem se preocupar em atrasar sua evolução. A ideia é encaixar combos diferentes, misturar as classes e estraçalhar os inimigos após acabar com suas barras de energia. É muito recompensador transformar monstros em cristal para depois quebrá-los com um soco na cara.

Para quem gosta de itens com raridades diferentes, assim como eu, Stranger of Paradise tem muito loot. Por isso, prepare-se para acumular milhares de equipamentos comuns, raros, épicos, entre outros níveis durante as fases. Você ainda pode montar configurações únicas para cada classe, garantindo bônus específicos conforme a sua especialização.

Enredos não precisam ser complexos o tempo todo

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Deixando um pouco a jogabilidade de lado, vale falar do enredo. A história de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins mostra, em uma perspectiva diferente, os acontecimentos do primeiro Final Fantasy, lançado em 1987. O protagonista Jack, ao lado de outros Guerreiros da Luz, recebem a missão de derrotar um ser conhecido apenas como Chaos.

Jack e os demais Guerreiros da Luz acreditam fazer parte de uma profecia antiga, perdida a centenas de anos. Após encontraram gemas misteriosas, os protagonistas partem em uma jornada para derrotar quatro demônios poderosos que servem a Chaos, antes de chegarem ao destino final.

O protagonista Jack é completamente sem noção — e eu o amo por isso. Nada vai o atrapalhar de cumprir sua missão de matar Chaos. Sua vida depende exclusivamente da destruição de Chaos. O mundo será melhor sem Chaos, e Jack sabe disso. Como ele mesmo diz, o resto é apenas “bullsh*t”.

Não espere uma história super complexa, porque esse não é o ponto aqui. Nem todo jogo precisa ser um The Last of Us da vida, e está tudo bem. Stranger of Paradise é um game para esvaziar a cabeça e macetar os botões do controle enquanto ouve alguma música animada. Se eu quisesse pensar, leria um livro.

Caso tenha se interessado em jogar essa maravilha dos videogames modernos, Stranger of Paradise: Final Fantasy Origins está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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