Seguindo o ritmo do artigo da semana passada, que detalhava as características do PSP Go e se o investimento no console valeria a pena, nada mais apropriado que examinar o novo modelo do concorrente, o Nintendo DSi.

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O Nintendo DSi é a terceira versão do popular Nintendo DS. O DS Lite – a versão intermediária entre os dois consoles, que é o que eu possuo – trazia mudanças estéticas mais perceptíveis que esse modelo mais novo. Enfim, o que há de interessante no tal DSi?

A mudança mais expressiva no design do aparelho provavelmente é a adição de duas câmeras VGA de 0.3mp, uma voltada para o usuário, outra instalada na “tampa” do console. A idéia de Satoru Iwata, o CEO da Nintendo, é que o DS já tinha o sentido de toque e o de audição (através do microfone). O próximo passo lógico seria dar ao aparelho capacidade de visão. Na teoria, faz sentido.

As telas do DSi também são imperceptivelmente maiores (6mm maiores, pra ser exato) que a das versões anteriores. Há um slot pra cartão SD, através do qual o usuário pode acessar e tocar arquivos de mídia no DSi – .mp4, .m4a, e .3GP. O formato mp3 está misteriosamente ausente. Se eu fosse apostar, eu diria que a culpa são as taxas de licenciamento do formato. Licenças similares foram o empecilho contra a reprodução de DVDs de vídeo no Wii.

O DSi também tem um software que permite aplicar filtros sobre as imagens capturadas pela câmera. No entanto, lembre-se que estamos falando de câmeras VGA de 0.3 megapixels, que é equivalente à resolução da primeira geração de celulares com câmeras. Não vá se empolgando muito!

A maior desvantagem do novo modelo do console foi a perda do slot pra jogos de GBA, o que certamente causará desinteresse nos gamers que pensavam em fazer o upgrade mas ainda curtem seus jogos favoritos do Game Boy Advance. Era uma mudança esperada, no entanto, já que a Nintendo “matou” o suporte à linha Game Boy há alguns anos. Eles não poderiam continuar investindo em retrocompatibilidade pra sempre.

Uma outra grande mudança – que foi sem dúvida inspirada pelo modelo e influência da AppStore – foi a criação da DSi Shop, onde gamers podem comprar jogos e aplicativos para o console. O DSi Browser foi um dos primeiros apps gratuitos, e é um navegador baseado no Opera. Pra fazer compras na loja virtual do DSi, o usuário precisa adquirir “Nintendo Points” na forma de cartões pré-pagos disponíveis nas grandes cadeias de eletrônicos como Best Buy ou Walmart.

A lista de jogos e aplicativos já disponíveis é consideravelmente grande, mas ainda não há nada de muita expressão por lá. Vale lembrar que clássicos da AppStore, como Fieldrunners e Mecho Wars, já estão na lista. Não dá pra negar que estamos vendo uma Segunda Renascença das gamehouses independentes, que viveram seus dias de glória nos primórdios da história do videogame – e que, ao passo que gaming se tornou um mercado maior e mais sério, eventualmente deram lugar às grandes produtoras.

Finalmente, a característica definitiva – o preço. O DSi foi lançado nos EUA custando US$170,00 – 40 dólares mais caro que um DS Lite. Para o norte-americano padrão, 40 dólares não significa uma diferença muito relevante. Apesar disso, é importante lembrar que simplesmente não há grandes mudanças pra justificar o preço mais alto. Já pro público brasileiro, esses 40 dólares extras facilmente se transformarão num acréscimo de 200 ou 300 reais. O upgrade parece ainda mais inviável pra gente.

Apesar do esforço da Nintendo, ninguém realmente verá o DSi como um aparelho convergente. A capacidade multimídia do aparelho é equivalente a de um celular de 2005; competir com esse tipo de hardware num mundo pós-iPod é uma tentativa pífia. E não há nenhum grande título na DSi Shop que justifique abandonar o seu DS velho de guerra que ainda pode rodar Pokemon FireRed pela entrada de cartuchos de GBA.

Vale a pena comprar o DSi? Aos novos donos, eu recomendaria comprar o DS Lite, que é mais barato e tem por enquanto uma biblioteca maior de jogos.  E aos que já o tem, fique com ele mesmo – por enquanto você não está perdendo nada.

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Izzy Nobre

Izzy Nobre

Ex-autor

Israel Nobre trabalhou no Tecnoblog entre 2009 e 2013, na cobertura de jogos, gadgets e demais temas com o time de autores. Tem passagens por outros veículos, mas é conhecido pelo seu canal "Izzy Nobre" no YouTube, criado em 2006 e no qual aborda diversos temas, dentre eles tecnologia, até hoje.

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