Vale a pena jogar: Monster Hunter Rise

Monster Hunter Rise chega ao Switch com a missão de continuar o sucesso de MH World, mas será que consegue?

Vivi Werneck
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• Atualizado há 1 ano
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Monster Hunter Rise (Imagem: Divulgação/Capcom)

Monster Hunter: World (2017) “adaptou” a franquia Monster Hunter para um paladar mais Ocidental. Seguido pela expansão Iceborne (2019), o game se tornou o maior sucesso da Capcom. Monster Hunter Rise chega com a expectativa de ser tão bom quanto ou até superar World. Disponível, em princípio, apenas para o Nintendo Switch, Rise refina alguns conceitos do World, traz novidades, legendas em PT-BR e tem potencial para entregar ainda mais.

Dito isso, por que vale a pena jogar Monster Hunter Rise? Você confere, a seguir, alguns pontos sobre gameplay e outras novidades que podem te ajudar a fazer sua escolha. O game tem data de lançamento para o dia 26 de março de 2021.

Atenção: não há spoilers neste texto!

Amigável com os veteranos, um desafio para os novatos

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Monster Hunter Rise (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

Se você jogou bastante Monster Hunter: World não terá dificuldade alguma em se adaptar aos controles, sistema de criação e grinding de Rise. É tudo quase o mesmo, salvo alguns detalhes (falarei sobre eles). Inclusive, até as posições dos botões de combate são iguais, mesmo estando no controle do Switch.

Os detalhes, como mencionei antes, e que são um pouco diferentes de World referem-se ao crafting das armaduras dos Amigatos (os Palicos) e dos Amicães (os Palamutes), que agora dependem dos restos de materiais que sobram quando forjam sua armadura. Reciclar é importante!

Mas o grande pulo do Amigato de MH Rise, em termos de jogabilidade, é a adição dos Cabinsetos (Wirebugs). Estes insetos, que parecem uma mistura de vespa com vagalume, são bem versáteis na hora da caça e substituem (não com a mesma função) os vagalumes de World, que te guiavam pelo caminho.

Os Cabinsetos são usados para criar “cabos de energia” para que seu Hunter possa escalar paredes, ser usado em algum ataque aéreo (te projetando acima do monstro), montar em criaturas atordoadas e, meu preferido, para desencadear combos únicos para cada arma do jogo. Dependendo da arma que estiver usando, um combo de ataque com o Cabinseto pode te ajudar a escapar rápido da morte e já te posicionar no lugar certo para um contra-ataque.

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Um Cabinseto em Monster Hunter Rise (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

No geral, quem já conhece a franquia Monster Hunter de jogos passados, ou apenas do World, terá pouca coisa para realmente aprender em Rise e o que há de novo será facilmente assimilado e incorporado ao conhecimento de caça que você já tinha.

Para os novatos, no entanto, a vida possivelmente será um pouco mais complicada. Isso porque a série nunca foi lá muito amigável com novatos (e olha que melhorou muito com o World). Felizmente, o básico está muito bem explicado em dezenas de textos e tutoriais. Basta ter paciência para ler. Sair em expedições (que não têm tempo limite de missão) também é uma ótima forma de treinar.

Monster Hunter é essencialmente grinding e experimentação, seja de formas diferentes de fazer a melhor build para seu personagem, como criar estratégias específicas para derrotar cada monstro. Mesmo sabendo o básico, explicado pelo próprio jogo, é só na prática mesmo para se adaptar a este estilo de gameplay que te coloca, em quase toda missão, numa espécie de boss fight.

Amigatos e Amicães: seus melhores amigos

Talvez o que mais tenha chamado a atenção deste game – durante seu período promocional – foi a chegada do Amicão (palmas para a equipe de localização, porque este nome ficou ótimo!) como um companheiro extra para o seu Hunter, além do Amigato. Se estiver caçando sozinho, poderá escolher entre levar um Amigato e um Amicão ou dois da mesma espécie. No multiplayer, você poderá escolher apenas um para te acompanhar.

Buddies em Monster Hunter Rise (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

A adição do “buddy” canino é excelente, principalmente, em termos de mobilidade pelo cenário. Em uma das atualizações de World foi possível domesticar algumas das criaturas do mundo para te servir como “táxi” até seu objetivo. O contratempo disso é que você precisava definir uma rota de destino, sem liberdade para muitas outras ações.

Felizmente, isso foi consertado em Rise e seu Palamute, além de poder ser montado, pode ir aonde você quiser, pular, escalar algumas paredes e até fazer ataques enquanto o Hunter estiver montado. Você pode minerar, coletar itens e até talhar monstros sem precisar desmontar. Seu Amicão também é um ótimo suporte na caçada, dado que o equipe bem e escolha um comportamento para ele que combine com seu estilo de jogo.

É possível definir o comportamento do seu Amigato também e, juntamente com as habilidades que escolheu para o Amicão, criar seu próprio “dream team” para caçar monstros. No meu gameplay, coloquei o Palico para usar armadilhas e o Palamute para sempre atacar no sentido oposto à posição que minha Hunter estiver. Assim, o Amigato distrai ou prende o monstro por alguns segundos enquanto o Palamute e eu atacamos de lados diferentes. A estratégia tem funcionado bem.

MH Rise refina alguns conceitos de World

Alguns sistemas criados (ou atualizados) em MH: World foram ainda mais otimizados em Monster Hunter Rise. A primeira coisa que irá notar, ainda em Kamura (a aldeia do jogo) é a facilidade de encontrar pontos de interesse pelo mapa e fazer viagens rápidas até eles.

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Usando o Cabinseto para montar num monstro (Rathian) e atacar outro (Anjanath) (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

Certas funções estão mais claras agora também. Por exemplo, editar o menu radial e sua barra de atalhos não é mais uma quest só para achar onde as coisas ficam. Apertando o botão “+”, no controle, você já tem acesso claro a esta e demais informações e status do seu Hunter.

Os próprios Cabinsetos podem ser vistos como uma versão melhorada da Prendedora (Clutch Claw), inserida na expansão Iceborne, por mais que tenham ocupado o lugar dos Vagalumes. Inclusive, navegar pelos mapas do jogo não é tão difícil e até se perder pode revelar algumas surpresas. Você nem sentirá falta dos antigos guias bioluminescentes.

Tirando o ferreiro que agora, finalmente, fica na área principal, o comerciante e os dois refeitórios do jogo (um também na área principal e outro na área de encontro) estão em locais parecidos como em Astera e Seliana. Já o Argosy (o navio que traz “especiarias” de outros continentes) e a central para enviar seus buddies (Amigatos e Amicães) em missões de coleta estão numa área à parte.

É nesse local que poderá recrutar “miaucenários” (Palicos e Palamutes) de variadas habilidades. É possível, inclusive, levá-los em missões com você também ou enviá-los para coletar itens – assim como já funcionava em World.

As missões de Frenesi

As missões do tipo Frenesi (ou Rampage) lembram um pouco o cerco à Seliana, em MHW: Iceborne, onde seu Hunter precisava impedir que Velkhana invadisse a cidade usando mais as próprias defesas do local (canhões, balistas e o queridinho Dragonrazer, por exemplo) do que a força bruta. Particularmente, nunca vi muita lógica nessa missão já que o monstro é alado e poderia simplesmente voar por sobre o portão e invadir Seliana, mas enfim. Voltando…

Em Monster Hunter Rise, você também deve proteger os portões de Kamura, só que agora contra hordas de monstros diferentes e exponencialmente poderosos, de acordo com seu ranking. É nesse momento que alguns jogadores veteranos podem sentir algum estranhamento. Esta é uma proposta diferente de gameplay dentro do próprio jogo.

Não que você seja impedido de tentar conter as ondas de monstros “no braço”, mas se estiver jogando solo é provável que enquanto estiver ocupado com um, outros já estejam destruindo o portão. A mecânica, nos Frenesis, é dar um foco maior no planejamento estratégico para posicionar canhões, balistas, armadilhas, Hunters de elite (pode-se assim dizer) e etc.

Ainda não decidi se gostei dessa opção de gameplay ou não. Como só a joguei (até agora) no singleplayer, achei meio cansativo. Talvez eu mude de opinião quando conseguir fazer estas missões no multiplayer. Tirando algumas poucas Frenesis obrigatórias, você não terá que fazer estas quests o tempo todo para progredir. Mas se decidir encará-las, e for bem sucedido, ganhará a possibilidade de fazer upgrades nas suas armas potencializando suas características, como dano elemental, ataque, defesa e etc. Sim, é parecido com o que já acontecia com as armas do cerco à Safi’jiiva (Iceborne).

Jogar sozinho ou com outros Hunters?

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O multiplayer é ainda a melhor experiência Monster Hunter (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

Durante o período de testes foi um pouco difícil encontrar com quem jogar, já que o servidor estava limitado aos quem analisavam MH Rise. Por isso, passei boa parte do meu gameplay jogando apenas eu, Hades (meu Amigato) e Cerberus (meu Amicão).

Provavelmente, devido à minha experiência prévia com MH: World somada ao maravilhoso Cabinseto e minha dupla peluda de assistência, passei até com muita facilidade das missões de ranking baixo. A coisa começa a complicar um pouco mais só a partir do ranking alto.

Algo que notei em comum, tanto jogando sozinha quanto em multiplayer foi a velocidade nos loadings em todas as transições e, principalmente, para iniciar uma missão. Em Monster Hunter World: Iceborne dava tempo de comer uma pizza enquanto o jogo carregava sua missão, isso quando não dava erro no servidor.

Não posso afirmar se quando o jogo já estiver disponível para o público essa maravilha vai continuar, mas em se tratando de um game para o Nintendo Switch é para bater palmas para a Capcom em relação a isso. Antes tarde do que nunca!

Sobre o multiplayer, consegui uns amigos para jogar, e a experiência continua bem divertida. E o melhor: o pareamento da partida foi rápido e o servidor não caiu! Tomara que continue assim no lançamento. Na verdade, por mais que seja ótimo jogar sozinho com os seus buddies, na minha opinião, a melhor experiência Monster Hunter é mesmo no cooperativo.

Mas e aí? Vale a pena jogar?

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Monster Hunter Rise (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

Sim! Especialmente se você gostou de MHW. Monster Hunter Rise ainda tem um caminho para trilhar em termos de conteúdo adicional, mas tem potencial para superar o que Iceborne ainda é hoje. Acredito que com o passar dos meses mais recursos novos, monstros, armaduras e itens cosméticos aparecerão.

Os loadings melhoraram consideravelmente em relação a World, ao menos no período de testes, e a trilha sonora é cativante. Visualmente, não chega a ser deslumbrante, mas o resultado é bem decente no Switch e os buddies são umas fofuras. Não encontrei bugs alarmantes e o game não travou em nenhum momento.

Não posso falar muito sobre as missões de ranking mais alto, para evitar spoilers de monstros ainda não divulgados, mas senti que faltou amarrar um pouco melhor as coisas tanto para as missões de Kamura, quanto para as quests da área de encontro (que são mais difíceis). No entanto, no quesito gameplay, não tenho críticas a fazer. É basicamente o que deu certo em World com algumas novidades. Eu te amo, Cabinseto!

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Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.

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