Fundador do Megaupload tem prisão preventiva decretada na Nova Zelândia

Thássius Veloso
Por
• Atualizado há 1 semana
Kim Dotcom

Este homem que você vê na foto se chama Kim Schmitz, mais conhecido como Kim Dotcom. Ele aparece se apresentando à polícia da Nova Zelândia por um motivo aparentemente banal: troca ilegal de arquivos na internet. Não fosse por um pequeno detalhe, de que Kim é fundador do Megaupload, o site de compartilhamento que instigou a maior operação policial contra pirateiros (segundo as acusações do FBI) da história da rede.

Kim teve prisão preventiva decretada pela corte do distrito de North Shore, em Auckland, nessa sexta-feira. Ele permanecerá na cadeia até segunda-feira, quando seus advogados poderão solicitar o pagamento de fiança para que ele seja solto e siga com o processo criminal em liberdade. Os advogados representando o governo americano vão contra a fiança.

Além dele, outros três homens ligados ao Megaupload foram presos na Nova Zelândia.

A operação policial por lá, conduzida pela Agência de Crime Organizado e Financeiro do país em parceira com a polícia neozelandesa, reflete cooperação com o FBI, a polícia federal americana. Há advogados dos Estados Unidos no país para processar os acusados.

Ontem o FBI foi atrás de quase dez pessoas também envolvidas na manutenção do Megaupload nos EUA. Eles são acusados de distribuir conteúdo com direitos autorais sem pagar por isso. Entre os materiais infringidos estão filmes, músicas e livros. Todo mundo sabia da atividade do Megaupload e que isso uma hora poderia acontecer, mas há internautas que utilizavam o serviço para o envio legítimo de documentos próprios para armazenamento. Por enquanto não há qualquer resposta sobre o que vai acontecer com estes arquivos.

Na polícia federal americana eles chamam o grupo de “Mega Conspiracy“, um trocadilho do sufixo “mega” que quer dizer “muito” ou “em excesso” (entre outras coisas) com o “Mega” do nome do site. Dos autos do processo constam US$ 175 milhões em procedimentos criminais e prejuízo estimado de US$ 500 milhões aos detentores de direitos autorais dos conteúdos compartilhados sem autorização.

Mais de 12 bilhões de arquivos armazenados, informava propaganda no site Megaupload

Os quatro cabeças do Megaupload presos na Oceania correm risco de sofrerem extradição para os Estados Unidos em breve. É na terra de Barack Obama que corre todo o processo criminal contra eles. Autoridades da Nova Zelândia já avisaram que o país não tem interesse em processá-los. O Megaupload.com é o principal site para a disseminação sem autorização dos conteúdos, mas o FBI lista 18 nomes de domínio associados à “Mega Conspiracy“.

A prisão preventiva é um instrumento jurídico pelo qual o acusado permanece em custódia da polícia porque, no entendimento do juiz, dessa forma se garante a eventual execução da pena. Geralmente é concedido quando há provas suficientes indicando que o delito foi, de fato, cometido pelos acusados.

Conforme o Tecnoblog noticiou, ontem à noite o grupo de hackers Anonymous promoveu um grande ataque contra sites oficiais de instituições americanas. As páginas da Casa Branca, FBI, RIAA e grupos de mídia foram atacadas e ficaram offline durante parte da noite.

Ao todo e até o presente momento foram executados mais de 20 mandados de busca e apreensão em nove países. Cerca de US$ 50 milhões em propriedades dos acusados foram recolhidos pelas polícias. Tinha até jetski nas imagens captadas pela televisão neozelandesa da chegada dos acusados à corte.

Com informações: Herald Sun, New Zealand Herald e The New York Times.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

Canal Exclusivo

Relacionados