CEO do Twitter e Jay-Z criam fundo milionário de bitcoin

Jack Dorsey e Jay Z criam fundo ₿trust de US$ 24 milhões em bitcoin (BTC) para ajudar a desenvolver a criptomoeda na África e Índia

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 2 meses
Jack Dorsey, CEO do Twitter (Imagem: JD Lasica/Flickr)
Jack Dorsey, CEO do Twitter (Imagem: JD Lasica/Flickr)

Jack Dorsey, CEO do Twitter e da plataforma de pagamentos Square, e o rapper Jay-Z anunciaram nesta sexta-feira (12) que se uniram para criar um fundo dedicado ao desenvolvimento do bitcoin no continente africano e na Índia. São 500 BTC que os dois estão investindo, valendo cerca de US$ 24 milhões, na fundação do ₿trust. Todo o projeto será independente, e nenhum de seus criadores terá poder sobre as decisões.

De início, Dorsey e Jay-Z abriram candidaturas para três cargos que formarão um conselho para o fundo patrimonial. Não foram dados mais detalhes sobre o processo seletivo, mas o CEO do Twitter publicou o formulário de inscrição em sua conta na rede social. A única descrição presente é que a missão do projeto é “fazer do bitcoin a moeda da internet”.

Criptomoedas sofrem restrições e banimentos na região

A iniciativa de Dorsey e Jay-Z vem em um momento curioso. A Índia já se colocou contra as criptomoedas, banindo exchanges no país. Mas agora uma lei de proibição de criptoativos privados transita no Congresso indiano em rumo à aprovação.

Enquanto isso, países africanos também se colocam contra criptomoedas. A Nigéria, por exemplo, baniu por completo moedas digitais no início de fevereiro. Marrocos e Uganda também já se posicionaram contra criptoativos e aplicaram restrições.

₿trust traria incentivos para desenvolvedores indianos

Em entrevista para o TechCrunch, Varun Deshpande, cofundador do banco digital OnJuno, afirmou: “Embora a Índia seja a capital mundial de desenvolvimento de software, não contribuímos para o desenvolvimento do núcleo do bitcoin de nenhuma forma significativa”. Ele também acredita que o país tem um grande potencial na área de criptomoedas, mas faltam os “incentivos certos”.

“A iniciativa de hoje (₿trust) é ainda mais significativa, pois fornece os incentivos certos para que programadores… tenham uma palavra a dizer no desenvolvimento do protocolo do bitcoin e tragam uma diversidade de pensamentos na definição do futuro do dinheiro. A ironia é que enquanto a Índia prepara um projeto de lei para banir o bitcoin, o mundo está se voltando para nosso enorme talento técnico para proteger a rede da criptomoeda”, concluiu.

Governos africanos são contra descentralização monetária

O caso da Nigéria é um tanto emblemático para o entendimento sobre a resistência que os governos do continente africano apresentam diante das criptomoedas. No ano passado, mais de US$ 500 milhões foram transacionados em moedas digitais no país.

A adoção de criptoativos pela população nigeriana apenas cresceu nos últimos anos. O bitcoin e outras moedas digitais são vistas como uma maneira de liberdade econômica diante de governos que buscam ter o total controle do sistema financeiro utilizado pela população. Além disso, as criptomoedas oferece proteção contra a desvalorização da moeda nacional e facilita transações internacionais.

Ao longo de 2020, uma onda de protestos assolou a Nigéria e o bitcoin teve um papel muito importante para o financiamento dos organizadores. Muitas doações locais e internacionais estavam fluindo para os grupos protestantes até que o governo nigeriano fechou as contas bancárias vinculadas às organizações.

Contudo, o bitcoin e outras criptomoedas mantiveram as atividades de crowdfunding vivas. Assim, o governo da Nigéria vem discutindo duras restrições aos ativos digitais no país. Até que no dia 4 de fevereiro o Congresso conseguiu aprovar a proibição de transações de criptoativos por bancos e demais instituições financeiras que operam no país.

Com informações: TechCrunch

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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