Amazon Go (Foto: The Verge)

Para muita gente, ir ao supermercado é uma tarefa torturante por um único motivo: a fila do caixa. E se você pudesse entrar, colocar o que precisa na sacola e depois simplesmente ir embora? O Amazon Go é assim. Depois de um ano “em beta”, o supermercado quase sem funcionários da Amazon abriu às portas ao público nesta segunda-feira (22).

Não tem pegadinha, o Amazon Go funciona mesmo sem caixas. Você pode entrar, pegar o que precisa e depois sair de lá levando tudo nas sacolas. Você não vai ser gentilmente convidado a conhecer uma salinha escura no fundo da loja simplesmente porque a cobrança será feita automaticamente.

O único trabalho que você vai ter é o de baixar um aplicativo (disponível para Android e iOS) que vai servir para identificá-lo. Ao entrar na loja, basta passar o QR Code gerado pelo app em um dos leitores que ficam logo na entrada. Depois disso, tudo o que você pegar será cobrado em sua conta da Amazon.

A companhia explica que consegue descobrir o que é comprado graças a um sistema que combina câmeras espalhadas pelo teto da loja com algoritmos de visão computacional e aprendizagem de máquina. Se você se arrepender de algum item, tudo bem, basta colocá-lo de volta à prateleira que o sistema identifica a devolução e o tira da lista de compras.

E se algum espertinho tentar burlar o sistema de câmeras? Compreensivelmente, a Amazon não dá detalhes sobre como a tecnologia funciona, mas a redundância é uma das chaves: o sistema continua funcionando mesmo se várias câmeras estiverem inoperantes.

Não há reconhecimento facial, mas, como a loja inteira é monitorada, o sistema consegue acompanhar todos os passos do cliente e usa vários parâmetros para identificá-lo. Assim, a possibilidade de o sistema confundir pessoas fisicamente parecidas ou com roupas semelhantes é muito baixa.

Sensores de peso vão garantir que um usuário não tire dois produtos da prateleira de uma vez só na expectativa de o sistema identificar apenas um. No fim das contas, pode até ser possível sair de lá sem pagar por algum produto, mas dá tanto trabalho que as ocorrências provavelmente serão incomuns.

Amazon Go

De todo modo, a companhia ressalta que a maioria das pessoas não furta e que o Amazon Go foi projetado para elas. Um dos objetivos, além de acabar com as filas, é permitir que o usuário tenha mais privacidade ao não precisar mostrar a um humano o que está sendo comprado. Se bem que esse aspecto é subjetivo: a Amazon vai ter essa informação e, com o tempo, poderá até traçar o perfil de consumo da pessoa.

A inexistência de caixas talvez levante questionamentos sobre a diminuição de empregos, mas há funcionários no Amazon Go, ainda que em número menor em comparação a supermercados convencionais. Eles preparam os sanduíches que são vendidos na loja, repõem o estoque, verificam a identidade dos usuários que compram bebida alcoólica (os Estados Unidos são bastante rigorosos com isso) e auxiliam clientes.

Amazon Go

Funciona mesmo? Bom, o Amazon Go foi inaugurado no final de 2016 e, desde então, vinha sendo usado só por funcionários da Amazon. Nesse intervalo, a companhia pôde testar vários cenários: loja cheia, grande procura por determinados produtos, câmeras desativadas, enfim. A abertura para o público em geral sinaliza que a tecnologia por trás da loja já está bastante madura.

Embora aberto ao público, o Amazon Go continua em fase de testes. Por enquanto, só há um supermercado do tipo, em Seattle. A loja funciona de segunda a sexta-feira, das 7:00 às 21:00.

Com informações: TechCrunch, MIT Technology Preview.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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