Radeon VII é a placa de vídeo da AMD que vem para brigar com a Nvidia RTX 2080

Revelada na CES 2019, Radeon VII é a primeira placa de vídeo da AMD para desktops com tecnologia de 7 nanômetros e 16 GB de memória

Emerson Alecrim
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
AMD Radeon VII

A nova geração dos processadores Ryzen Mobile (para laptops) não é a única novidade da AMD na CES 2019. A companhia tamém apresentou a placa de vídeo Radeon VII. Baseada em tecnologia de fabricação de 7 nanômetros, ela vem com a difícil missão de fazer frente à poderosa GeForce RTX 2080, da Nvidia.

Aparentemente, o número no nome (sete) diz respeito justamente ao processo de fabricação. A nova placa é baseada na GPU Vega 20, que conta com uma tecnologia de fabricação de 7 nanômetros da TSMC. Para fins de comparação, a AMD emprega na Vega 10, GPU que é a base das placas Radeon RX Vega 56 e 64, um processo de fabricação de 14 nanômetros da GlobalFoundries.

Essa diferença de tecnologias traz alguns avanços. O AnandTech observa, como exemplo, que a frequência em boost da Radeon RX Vega 64 não passa de 1.546 MHz, mas, na Radeon VII, chega a 1.800 MHz. Se bem que, por alguma razão, a AMD ainda não revelou qual é o clock padrão da nova placa.

Felizmente, outras características importantes já são conhecidas, com destaque para os 16 GB de memória HBM2, o dobro da quantidade oferecida pela Radeon RX Vega 64, a placa de vídeo para desktops mais parruda da AMD até então.

AMD Radeon VII — die

AMD Radeon VII — die

Eis a ficha técnica da AMD Radeon VII:

  • 3.840 stream processors;
  • 64 unidades de renderização ROP;
  • 240 TMUs para textura;
  • Frequência em boost de até 1.800 MHz (frequência padrão desconhecida);
  • 60 compute units;
  • 16 GB de memória HBM2;
  • Barramento de memória de 4.096 bits;
  • Memória com largura de banda de 1.024 GB/s (gigabytes por segundo);
  • Arquitetura Vega GCN de quinta geração;
  • TDP de 300 W (ainda não confirmado).

Um detalhe que chama atenção aqui é que, como mostrado acima, a Radeon VII traz 60 compute units (cada uma combina 64 stream processors com quatro TMUs), quatro a menos que a Radeon RX Vega 64. O aumento do clock da nova placa e a quantidade de memória devem compensar possíveis perdas de desempenho, no entanto.

Essa diferença existe porque, apesar de a Vega 20 suportar 64 compute units, a Radeon VII é baseada em uma versão ligeiramente modificada dessa GPU. Na verdade, observando as características, a gente percebe que o novo modelo é muito parecido com a Radeon Instinct MI50 (as especificações são quase as mesmas), placa de vídeo para uso profissional que também tem como base a Vega 20.

O que mais importa é a tradução desses detalhes em desempenho, certo? Pois bem, a AMD diz que a Radeon VII alcança até 13,8 teraflops em operações de precisão única contra 12,7 teraflops da Radeon RX Vega 64. Nos gráficos, dá para esperar desempenho entre 20% e 40% maior na Radeon VII em relação à placa antecessora, dependendo do jogo.

Se isso vai ser suficiente para bater a GeForce RTX 2080, os testes é que vão confirmar. Mas parece que a briga vai ser boa, afinal, a AMD vai lançar a Radeon VII com o mesmo preço oficial da placa rival: US$ 699.

Diz a AMD que o desempenho da Radeon VII em jogos como Far Cry 5 e Battlefield V é equivalente ou, sob certas circunstâncias, até superior ao da GeForce RTX 2080. Eu não duvido. Mas a placa da Nvidia traz recursos como ray tracing (técnica que imita raios de luz do “mundo real” para gerar gráficos mais convincentes), coisa que a Radeon VII não tem, e gasta um pouco menos de energia, aparentemente.

Em contrapartida, a Radeon VII tem o dobro de memória. Enfim, estamos falando de arquiteturas distintas, por isso, convém aguardar pelos testes independentes para termos certeza do que a nova placa é capaz de fazer.

Felizmente, esses testes não devem demorar muito: nos Estados Unidos, a AMD vai lançar a Radeon VII em 7 de fevereiro.

Atualização em 14/01/2019: originalmente, este post dizia que a Radeon VII tem 128 unidades de renderização ROP, mas o correto é 64.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.