CEO da Nvidia diz que AMD Radeon VII é decepcionante

Questionado sobre anúncio da Radeon VII, Jensen Huang ressaltou que placa de vídeo da AMD não tem tecnologias como ray tracing e DLSS

Emerson Alecrim
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Foto por NVIDIA Corporation/Flickr
Jensen Huang

Apontada pela AMD como concorrente para a GeForce RTX 2080, a Radeon VII foi revelada na CES 2019. Como a Nvidia também está por lá, a mídia especializada não perdeu tempo e perguntou ao CEO da companhia o que ele achou da novidade: para Jensen Huang, a placa de vídeo da rival é “decepcionante”.

Nas palavras do executivo, a Radeon VII tem desempenho ruim e não há nada de inovador nela. É uma referência à ausência na placa da AMD de duas características que marcam a GeForce RTX 2080 e outras GPUs recentes da Nvidia: o suporte ao ray tracing e ao DLSS.

Essencialmente, o ray tracing (traçado de raios) consiste em uma técnica que imita raios de luz do “mundo real” para gerar gráficos mais convincentes. Já o DLSS (Deep Learning Super-Sampling) é uma técnica de renderização que usa núcleos Tensor e aprendizagem profunda para dar contornos mais definidos aos objetos.

Com a sua tecnologia de 7 nanômetros e os 16 GB de memória, a AMD diz que a Radeon VII pode alcançar ou mesmo bater o desempenho da GeForce RTX 2080 em jogos como Far Cry 5 e Battlefield V. Huang não concorda: o chefão na Nvidia declarou que, com ray tracing e DLSS ativados, a RTX 2080 vai “esmagar” a nova Radeon.

“É um lançamento estranho, talvez eles tenham pensado nisso [em anunciar a Radeon VII] nesta manhã”, disse o executivo à imprensa em tom provocativo.

AMD Radeon VII

AMD Radeon VII

Lisa Su, CEO da AMD, foi procurada para comentar as declarações de Jensen Huang, mas preferiu manter uma postura polida. “Eu diria que ele não a testou [a Radeon VII]”, disse. Ela comentou, porém, que o ray tracing é um assunto importante e que a AMD dará mais detalhes sobre os seus planos para a técnica no decorrer do ano.

As provocações não terminaram aí. Jensen Huang também soltou críticas com relação ao FreeSync, tecnologia da AMD que sincroniza a taxa de atualização do monitor com a placa de vídeo.

Esse ponto precisa ser contextualizado: recentemente, a Nvidia anunciou a decisão de permitir que usuários de placas GeForce utilizem o padrão G-Sync (que tem o mesmo propósito da tecnologia da AMD) com monitores compatíveis com FreeSync ou Vesa Adaptive Sync.

Lisa Su (por Bloomberg)

Lisa Su (por Bloomberg)

Como o FreeSync é mais comum nos monitores do que o G-Sync, a decisão foi vista como um reconhecimento por parte da Nvidia de que o FreeSync “venceu”. Mas Huang não pensa assim. Ele disse que a sua companhia nunca competiu com a AMD nesse quesito porque o FreeSync não funciona, nem com placas Radeon.

Muito provavelmente, a declaração é uma alusão ao teste de compatibilidade que a Nvidia fez com 400 monitores FreeSync. Nesse procedimento, apenas 12 modelos teriam acionado o G-Sync automaticamente.

Novamente, Lisa Su preferiu não morder a isca. A CEO da AMD simplesmente apoiou a decisão da Nvidia de compatibilizar as suas placas: “acreditamos em um ecossistema aberto, esse tem sido o nosso lema”.

Com informações: Gizmodo, PCWorld, Tom’s Hardware.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.