Commodore 64, dos anos 80, pode minerar bitcoin (mas deve demorar um pouco)
Youtuber usa computador Commodore 64, dos anos 80, para minerar bitcoin; demoraria 50 trilhões de anos para adquirir 1 BTC
Youtuber usa computador Commodore 64, dos anos 80, para minerar bitcoin; demoraria 50 trilhões de anos para adquirir 1 BTC
Na medida em que a mineração de bitcoin e de outras criptomoedas se torna cada vez mais popular e lucrativa, os mais inusitados experimentos aparecem. Agora, o canal do YouTube 8-Bit Show e Tell conseguiu programar um Commodore 64, um computador dos anos 80, para realizar a atividade. Claro, trata-se de uma maneira extremamente ineficiente de extrair moedas digitais.
Na última sexta-feira (23), o canal 8-Bit Show e Tell publicou no YouTube um vídeo no qual consegue executar o software de mineração C64 Bitcoin Miner com sucesso em um Commodore 64. O experimento com certeza é curioso, mas financeiramente gera apenas prejuízos.
A máquina conta com um processador de 1,0 MHz, podendo atingir uma taxa média de hash (unidade métrica para extração de criptomoedas) de 0,3 H/s. Dito isso, se aplicado à mineração de bitcoin (BTC), demoraria cerca de 50 trilhões de anos para adquirir uma única unidade da moeda digital.
Além disso, o consumo de energia estimado para essa máquina dos anos 80 é de aproximadamente 21W. Assim, se colocarmos na ponta do lápis o custo médio de eletricidade necessário para realizar a atividade, o resultado seria um prejuízo de quase US$ 4 por mês, de acordo com a calculadora CryptoCompare.
Utilizando um acelerador de CPU para aumentar a taxa de hash, o poder de processamento saltou de 1 MHz para 20 MHz e o Commodore 64 conseguiu atingir 10 H/s. Ainda assim é totalmente insignificante comparando à potência das atuais GPUs de última geração ou das ainda mais potentes ASICs, equipamentos dedicados exclusivamente a minerar criptomoedas.
O bitcoin (BTC) ultrapassou o preço de US$ 64 mil na segunda semana de abril, o mais alto de sua história, fazendo com que sua mineração também se tornasse mais lucrativa. Com o endosso de celebridades como Elon Musk e investimentos bilionários da Tesla e Microstrategy, por exemplo, a criptomoeda atrai mais mineradores.
Porém, trata-se de uma atividade difícil de realizar sem grandes investimentos iniciais. Atualmente, o blockchain do bitcoin exige muito mais poder de processamento do que uma GPU comum pode fornecer para que a mineração seja realmente vantajosa. Dito isso, sem máquinas ASIC, que podem custar mais de US$ 20 mil, é difícil conseguir algum lucro significativo.
Por isso, os mineradores caseiros se voltam cada vez mais ao ether (ETH), segunda criptomoeda de maior valor de mercado e que bateu novos recordes nesta terça-feira (27). A moeda digital chegou a ser negociada por US$ 2.683 no início desta tarde, de acordo com o índice CoinDesk.
Diferente do bitcoin, minerar ether com GPUs, principalmente com os chips gráficos GeForce RTX 3080 que podem alcançar uma taxa de aproximadamente 100 MH/s, ainda é muito viável. Tanto que se tornou um problema para gamers, que enfrentaram preços inflados e baixos estoques desses produtos ao longo de 2021, competindo com a demanda de mineradores.
Como resposta, a Nvidia anunciou que iria limitar o desempenho de mineração de ether em sua série GeForce RTX 3060 para diminuir a atratividade do produto para essa finalidade. Porém, a empresa também reconheceu a nova demanda e retomou a produção das chamadas CMPs, chips dedicados exclusivamente à extração de criptomoedas que são mais eficientes e baratos por não possuir saídas gráficas.