Gráficos mais realistas: Nvidia anuncia arquitetura Turing e placas Quadro RTX

Nvidia Turing usa traçado de raios para gerar imagens realistas; placas Quadro RTX 5000, 6000 e 8000 são as primeiras com a nova arquitetura

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 9 meses
Quadro RTX 8000
Quadro RTX 8000

A expectativa era a de que a GeForce GTX 1180 fosse anunciada, mas a Nvidia foi mais longe: durante a Siggraph 2018, a companhia anunciou a aguardada arquitetura gráfica Turing, além de três sofisticadas placas de vídeo para uso profissional: Quadro RTX 5000, RTX 6000 e RTX 8000. A promessa é a de gráficos mais realistas do que nunca, em parte, graças a um componente chamado RT Core.

Ray tracing (ou traçado de raios)

Faz sentido a Nvidia ter priorizado a arquitetura Turing em sua apresentação, afinal, ela é que vai servir de base para as próximas GPUs da companhia, fazendo a atual arquitetura Pascal ser gradativamente substituída. Os primeiros modelos são destinados a fins profissionais, como já dito, mas, muito provavelmente, a tal GeForce GTX 1180 e outras placas futuras terão como base a mesma arquitetura.

Mas o que a Turing tem de especial? Começa com o RT Core, componente desenvolvido especificamente para lidar com ray tracing (ou traçado de raios). Trata-se, basicamente, de uma técnica que imita raios de luz do “mundo real”, só que com uma dinâmica invertida, digamos assim.

Imagem gerada com a arquitetura Turing

Imagem gerada com a arquitetura Turing

Não é difícil entender. Essencialmente, enxergamos o mundo por meio de raios luminosos oriundos de fontes de luz que chegam aos objetos e os refletem de acordo com as suas propriedades. Quando esses raios alcançam os nossos olhos, percebemos a imagens.

O ray tracing segue o mesmo princípio, com a diferença de que a fonte de luz parte da posição do observador. Milhões ou bilhões de linhas são disparadas na cena e, quando elas atingem o objeto, as propriedades deste são checadas junto a características do ambiente, como outras fontes de luz e áreas de sombra. As cores dos pixels em cada momento são estabelecidas a partir dessas informações.

Via de regra, o ray tracing gera imagens impressionantes, tanto que técnicas do tipo são utilizadas há anos pela indústria cinematográfica, como mostra o vídeo acima. Mas, para isso, é preciso contar com bastante capacidade de processamento. É justamente esse o foco da arquitetura Turing: graças ao RT Core, a placa pode disparar cerca de 10 bilhões de raios (10 giga rays), 25 vezes mais que na arquitetura Pascal.

GDDR6 e outros atributos

A arquitetura Turing também traz suporte às memórias GDDR6, que substituem os padrões GDDR5 e GDDR5X, além de competirem com as memórias HBM2 que aparecem em placas AMD Radeon Vega e na Quadro GV100, da própria Nvidia, por exemplo.

O principal atrativo do novo padrão está na largura de banda: memórias GDDR6 permitem que a placa Quadro RTX 8000 atinja taxa de até 672 GB/s (gigabytes por segundo), só para você ter ideia.

Outros atributos incluem novos núcleos tensor (para aprendizagem de máquina) e uma nova arquitetura de streaming multiprocessor (SM) que propicia mais operações de ponto flutuante. Esses e outros recursos se juntam aos núcleos RT Core para permitir renderização híbrida, que combina a rasterização convencional com o ray tracing para gerar gráficos de altíssimo nível.

Pascal versus Turing

Também está incluído no pacote suporte nativo a conexões DisplayPort, decodificação de vídeo HEVC, imagens em HDR, além de compatibilidade com o padrão VirtualLink, que facilita a conexão de dispositivos para realidade virtual.

Nvidia Quadro RTX

Os primeiros dispositivos baseados na arquitetura Turing são as placas Quadro RTX 5000, RTX 6000 e RTX 8000, como você já sabe. Os preços estimados para elas são de US$ 2.300, US$ 6.300 e US$ 10.000, respectivamente. Esses valores deixam claro que elas não são voltadas ao público gamer.

A linha Quadro é destinada a aplicações como modelagem de objetos, criação de animações e renderização de vídeos 3D. Os preços são elevadíssimos, mas o poder de fogo também. Só para dar um exemplo, a Quadro RTX 8000 pode chegar a 16 teraflops (16 trilhões de operações de ponto flutuante por segundo) em precisão única. Para fins de comparação, a Quadro GV100, placa antecessora, atinge 14,8 teraflops.

Jensen Huang, CEO da Nvidia

Jensen Huang, CEO da Nvidia

Nem todos os detalhes foram revelados pela Nvidia, mas já sabemos que as novas placas têm as seguintes características:

  • Quadro RTX 5000: 3.702 núcleos CUDA, 384 núcleos tensor, 16 GB de GDDR6;
  • Quadro RTX 6000: 4.608 núcleos CUDA, 576 núcleos tensor, 24 GB de GDDR6;
  • Quadro RTX 8000: 4.608 núcleos CUDA, 576 núcleos tensor, 48 GB de GDDR6.

Não que alguns de nós, meros mortais, sairão correndo para comprá-las, mas só para constar: as novas placas Quadro RTX serão lançadas no último trimestre do ano. Até lá, deveremos ter mais detalhes sobre as especificações.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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