As melhores dicas de Pokémon Go, segundo um jogador que já capturou todos
Entrevista com Nick Johnson, que pegou todos os Pokémon disponíveis nos Estados Unidos

Entrevista com Nick Johnson, que pegou todos os Pokémon disponíveis nos Estados Unidos
Enquanto Pokémon Go ainda nem foi lançado no Brasil, um jogador americano levou muito a sério o lema “temos que pegar”. Nick Johnson, diretor de plataforma na Applico, uma startup de desenvolvimento mobile, mora em Nova York e já capturou todos os 142 Pokémon disponíveis nos Estados Unidos.
Andando uma média de 12,8 km todos os dias, Nick chocou 315 ovos e pegou 4.629 Pokémon, sendo 13% destes um grande conjunto de Pidgey (para evoluir). Ele joga para a equipe Valor, está no nível 31 e alcançou tudo isso em apenas duas semanas. Em entrevista ao Tecnoblog, Nick disse que já emagreceu quase 5 kg e andou um total de 153 km.
Apesar de parecer, o mestre Pokémon está longe de ser desocupado. Ele trabalha mais de 50 horas por semana (!) na Applico, e disse que o jogo foi uma “extensão do trabalho”. A rotina dele era sair do trabalho às 18h e jogar Pokémon até não aguentar mais, acumulando de 6 a 10 horas por noite e normalmente dormindo às 5 da manhã. Haja dedicação.
“Andando muito”, é a primeira coisa que Nick me diz. Não é por menos, né? Desde que o jogo saiu, ele começou a jogar ativamente, com uma boa caminhada, evoluindo e capturando Pokémon, ganhando mais XP e chocando ovos. Quebrando 315 ovos, ele conseguiu pegar alguns Pokémon raros no mapa, como Snorlax, Lapras, Onyx e Chansey. O Snorlax dele (chamado de Marshmallow) tem 2226 de CP (!).
Nick também conta que teve apoio da comunidade de Pokémon Go de Nova York, onde grupos de centenas de pessoas se reúnem para jogar juntas. Ele passava a maior parte do tempo em centros como o Grand Army Plaza e Central Park, que têm uma grande concentração de Pokémon e, consequentemente, de pessoas. Até o cantor pop Justin Bieber foi visto jogando Pokémon Go.
“Na comunidade, eu recebi ótimas dicas para capturar alguns Pokémon que eu provavelmente não teria achado sozinho”, diz Nick. Ele só percebeu que estava no caminho para ser um mestre Pokémon quando já acumulava 135 monstrinhos na sua Pokédex, então saiu em busca daqueles que ele não conseguia de jeito nenhum.
Ele ainda não tinha o Porygon e precisava pegar mais Dratini para conseguir doces e evoluir para o Dragonite (um dos Pokémon mais forte, chamado de Drogon no acervo de Nick e com 2619 de CP). Então um amigo recomendou que ele fosse para Nova Jersey, onde o Dratini nasce bastante.
Nick chegou até a pegar um Uber (que custou US$ 10) para ajudá-lo a capturar esse Porygon. Depois, ele voltou para o Grand Army Plaza e conseguiu capturar o último pokémon que precisava, um Omanyte para evoluir para o Omastar. Fora o Uber e a viagem para Nova Jersey, ele me conta que não gastou muito no jogo. Algumas centenas de dólares, o que “não é muito” para a maioria dos jogos de celular.
“Percebi que no Pokémon Go você ‘paga para andar’ em vez de ‘pagar para vencer’, como na maioria dos outros jogos. Não dá pra comprar todos os Pokémon, você tem que sair por aí e ir capturando todos”, explica Nick.
O fato dele ter sido o primeiro jogador a pegar todos os Pokémon disponíveis nos EUA fez tanto sucesso que a Mariott Rewards, do conglomerado de hotéis de luxo, fez uma parceria com Nick para ele viajar para outros continentes e conseguir pegar os monstrinhos que faltam.
São estes: Farfetch’d (#83), exclusivo da Ásia, Kargaskhan (#115), exclusivo da Austrália e Mr. Mime (#122), exclusivo da Europa. Os outros seis que faltam nunca foram vistos no jogo, apesar de rumores que no final se tornaram infundados. Nick me disse que a Niantic está guardando o Ditto (#132), Articuno (#144), Zapdos (#145), Moltres (#146), Mewtwo (#150) e Mew (#151) para eventos especiais, sendo que os dois últimos nem aparecem na Pokédex (veja como fica quando você captura todos).
Será que o jogo “acaba” para quem captura todos os Pokémon? Ou perde a graça? Nick não acha. “Eu ainda estou jogando. Ontem mesmo saí com alguns amigos e minha namorada, andamos por aí, conversamos e capturamos Pokémon. Acho que o jogo é uma boa desculpa para sair de casa”, conta.
Além disso, o CEO da Niantic já avisou que algumas novidades vêm por aí, incluindo mais Pokémon, melhoras na transferência, PokéStops customizáveis e até mesmo aqueles centros Pokémon dos jogos originais, nos quais você pode curar ou transferir Pokémon e até batalhar com seus amigos. “Mas eu vejo que eles estão tratando como prioridade consertar os servidores, o que eu acho certo”, enfatiza Nick.
Também perguntei se ele acha que o jogo, apesar de fazer com que você saia de casa, não é muito social, porque as funções não incluem muitas interações entre jogadores, você basicamente joga sozinho. “Na verdade, eu acho que a interação é mais na vida real no que no jogo, o que também é interessante. As pessoas compartilham o mesmo mapa e veem o mesmo Pokémon na tela, fazendo com que você veja grandes multidões tentando capturá-lo”, defende.
“Pra mim, uma das partes mais legais do Pokémon Go é a desculpa para conhecer pessoas que você ainda não conheceu antes. Ele junta as pessoas no mundo real de um jeito bem incomum para um jogo. [Pokémon Go] está reunindo as pessoas de um jeito incrível e que eu não tinha visto antes”, completa.