Far Cry 6 – La revolución no maior mapa da série [Preview]

Testamos uma prévia de Far Cry 6 e você confere as primeiras impressões da saga de Dani contra a opressão de "El Presidente"

Vivi Werneck
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• Atualizado há 3 meses
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Far Cry 6 – Preview (Imagem: Divulgação/Ubisoft)

Far Cry 6 é o próximo jogo da série de ação da Ubisoft e, dessa vez, o jogador será levado para a ilha fictícia de Yara que é controlada pelo ditador Antón Castillo, conhecido como “El Presidente”. Você é Dani Rojas, ex-recruta do exército local e agora membro da guerrilha. Seu objetivo é claro: libertar o país insular do regime autoritário. O Tecnoblog testou uma prévia de FC6, por cinco horas, e você pode ler as primeiras impressões a seguir.

Uma das características da franquia Far Cry é a liberdade que os desenvolvedores têm de criar uma nova história a cada título lançado. A série já teve jogos que se passaram na pré-história, num futuro cyberpunk estilo filme dos anos 80, numa região controlada por uma seita religiosa… No entanto, colocar o jogador no meio de uma guerra civil, entre algum poder autoritário e os que querer se livrar dessa dominação, parece ser o tema preferido.

E é assim que chegamos à Yara, uma ilha caribenha fictícia, inspirada em Cuba, e tida como o maior mapa já feito para Far Cry, segundo os desenvolvedores.

Protagonismo dividido entre mundo e jogador

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Far Cry 6 – Preview (Imagem: Divulgação/Ubisoft)

Dani (que pode ser um homem ou uma mulher) de início tem uma única certeza em mente: fugir de Yara. Mas é claro que seus planos darão (muito) errado rapidamente e a personagem se verá numa jornada para ganhar prestígio dentro da guerrilha e, assim, conseguir mais aliados e recursos para derrubar Antón Castillo do poder.

E é todo esse conjunto de atividades, que o jogador precisará fazer ao longo do gameplay, que se assemelha à fórmula já conhecida da série, mas agora com a promessa de um mundo “com vida própria”. O Diretor de Mundo, Ben Hall, conta ao Tecnoblog que Yara traz um sistema de reação às ações do jogador. “Você verá diferentes cenários se desenrolarem. Conforme ficar mais conhecido, as pessoas começarão a contar histórias sobre Dani. Elas saberão quem você é”, explica o diretor.

E isso vale também para os seus inimigos. “Se você criar muito caos pelo mundo, os inimigos também vão reagir. Se, por exemplo, Dani explodir muitos veículos, causar muitos tiroteios contra os militares e etc, Castillo enviará soldados de elite para caçar quem quer que esteja fazendo isso”, destaca Hall. O diretor afirma também que o mundo não necessariamente gira em torno de Dani, ou seja, não gira em torno do jogador.

O que pude perceber, mesmo que ainda de forma inicial, é que o protagonismo de Far Cry 6 é dividido entre Dani e o próprio ambiente que o(a) cerca. Você pode, por exemplo, entrar numa vila com vários militares e ninguém vai te atacar se estiver com suas armas guardadas, por exemplo. Tirando locais em que apenas os soldados de Castillo podem estar (como os já conhecidos postos de controle que você precisa liberar), ser atacado ou não dependerá das suas ações. Os demais NPCs também têm suas próprias vidas e rotinas.

A fórmula Far Cry e armas improvisadas

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Far Cry 6 – Preview (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

Não precisa ser um veterano na franquia para se entender rapidamente com os controles e algumas ações básicas. A fórmula Far Cry é simples de aprender até para novatos e já está na memória muscular de quem jogou algo da série. Se tiver experiência em games estilo sandbox é muito provável que não vá ter problemas em se virar pelo mundo.

Como dito antes, será necessário liberar pontos de controle por Yara, para aumentar a influência da guerrilha, e servir de locais para viagem rápida. Estas são as já conhecidas atividades de reconhecimento, infiltração e domínio de áreas estratégicas do mapa. Nesses casos, normalmente há dois tipos de abordagens: direta ou furtiva. 

Além dos pontos de controle, você também poderá participar de várias outras atividades, como pescar, caçar, destruir propaganda do regime local, participar de corridas, escalar, usar diferentes veículos, aprimorar acampamentos para ganhar acesso a itens melhores, ter pets que te ajudam nas brigas (Guapo e Chorizo são super fofos, cada um a seu modo) e usar armas modificadas com gambiarras.

Essas armas personalizadas com bugigangas talvez sejam o ponto alto do inventário de Dani. Aparentemente, tudo tem potencial de se tornar uma arma nas mãos da guerrilha. Ao contrário dos soldados do governo, que contam com equipamento militar, os guerrilheiros precisam se virar com o que podem. Com isso, fita adesiva, garrafas de refrigerante, restos de metais e até CDs podem ser incorporados ao seu arsenal. 

Far Cry 6 – Preview (Imagem: Reprodução/Vivi Werneck)

A criatividade, neste caso, vai além da aparência de algumas armas e trajes, mas também na imprevisibilidade do que vai acontecer. As armas supremas (que podem ser levadas como uma mochila), por exemplo, são as que têm o maior poder de destruição ou de suporte. Elas demoram mais para carregar, mas usá-las pode definir se você será abatido ao ser cercado por um grupo de inimigos ou não. 

O sistema de progressão da protagonista é a partir de rankings. Dani vai subindo de patente na guerrilha, digamos assim, e ganhando mais reputação com a população local conforme completa missões e libera pontos chave de Yara do domínio de Castillo.

Cooperativo divertido com amigos

Durante o preview no PC, também tive a oportunidade de testar um pouco do modo cooperativo online. Mesmo se tratando de um gameplay remoto de uma versão ainda não finalizada, o game fluiu de maneira satisfatória com dois jogadores no mesmo mundo. Se já testou o co-op de outros títulos da série, a experiência é bem semelhante. Particularmente, gosto desse tipo de multiplayer – tanto para combinar estratégias quanto para rir em conjunto de algo que tenha dado errado. 

Achei interessante que é possível ter os pets de ambos os jogadores no cooperativo. Ah, e você pode trocar as roupinhas tanto do jacaré quanto do cachorrinho também. Para não ter briga entre amigos, os itens coletáveis e o progresso são compartilhados. Não é possível, no entanto, usar a estratégia de “dividir e conquistar”, ou seja, você precisa estar sempre próximo do outro jogador para progredir.

Far Cry 6 – Preview (Imagem: Divulgação/Ubisoft)

Algumas decisões, ainda no cooperativo, também precisam ser tomadas em dupla. Por exemplo, para viajar rápido para alguma localidade, ambos os jogadores precisam concordar com isso e uma tela aparecerá com as opções de aceitar ou não uma determinada ação. Isso também vale na hora de gastar o dinheiro que ganharam para melhorar algum acampamento da guerrilha. É uma espécie de parceria com comunhão de bens.

Muita exploração em diferentes regiões

Como já adiantei no início deste artigo, o mundo de Far Cry 6 irá compartilhar o protagonismo com Dani e reagirá conforme o jogador interage com seus habitantes e também na forma como lida com as missões, atividades e etc. Em relação ao quanto o jogador terá a oportunidade de explorar, o Diretor de Mundo, Ben Hall, disse em entrevista ao Tecnoblog que “o sistema de exploração foi algo pensado e construído desde o início do desenvolvimento do game”.

“Nós realmente queremos fazer com que os jogadores se sintam instigados a vasculhar cada esquina, cada colina, cada canto da floresta em busca de algo novo que possa ajudá-los a lutar contra o regime opressor de Yara”, explica Hall. “Pesquisamos muito sobre guerrilhas e como seus combatentes desbravavam vários locais diferentes e usavam os recursos encontrados. Queríamos usar esse conceito e realmente fazer com que o jogador se interessasse e quisesse explorar cada parte de Yara.”  

O que pude experimentar nas cinco horas de gameplay foi apenas uma pequena parte do mapa, mas mesmo assim havia muito o que ver. Vale destacar que o jogador poderá explorar um país inteiro agora e cada região tem níveis de desenvolvimento (em termos de infraestrutura, por exemplo) diferentes. Há locais mais parecidos com centros urbanos e outros semelhantes a zonas rurais.

Far Cry 6 – Preview (Imagem: Divulgação/Ubisoft)

“O desafio que veio com isso [regiões diferentes no mapa] foi obviamente a quantidade de mundo que queríamos criar em termos de seções urbanas”, destaca Hall. “E não apenas de uma perspectiva puramente de construção de mundo, mas também de analisar o que isso agregaria para a experiência do jogador. Por exemplo: o quão diferente será lutar em meio a prédios em comparação a lutar entre as árvores?”

Far Cry 6: ¡viva la revolución!

O que pude notar, ao longo do gameplay de teste, é que Far Cry 6 traz novamente as mecânicas já conhecidas da franquia, mas aparentemente coloca um pouco mais de tempero na mistura. O sistema do mundo reagir às ações de Dani é interessante, mas não joguei o suficiente (cinco horas para um jogo de mundo aberto é quase nada) para ver a fundo essas mudanças.

A quantidade de coisas a explorar realmente chamou a atenção e, apesar de não necessariamente agregar tanto a história (ao menos é o que parece), quem não ama andar por aí com um jacaré com dente de ouro ou um cachorrinho super fofo numa cadeirinha de rodas? 

Além disso, me chamou a atenção também o sistema de crafting (criação), para armas e trajes, usando materiais que muitos poderiam considerar lixo. Isso vai de acordo com o que o próprio Diretor de Mundo comentou sobre tentar ser fiel a como os guerrilheiros faziam para improvisar melhorias para os próprios equipamentos.

Por se tratar de uma versão ainda não finalizada, não comentarei (neste momento) sobre visuais, áudio, conectividade para o co-op ou mesmo bugs, porque não seria justo. O que posso adiantar é que, no geral, o trabalho nesse sentido parece estar caminhando bem. 

No mais, é esperar Far Cry 6 ser lançado no dia 7 de outubro. O game terá versões para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC (Windows) e Google Stadia. O jogo trará a opção de legendas e áudio em português do Brasil.

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Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.