Kindle básico (2019): agora com luz embutida

Novo Amazon Kindle básico (décima geração) traz iluminação LED, mas ficou mais caro

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 10 meses
Kindle básico de décima geração (2019)

O Kindle é o tipo de dispositivo que a maioria das pessoas só troca quando quebra, mas nem por isso a Amazon deixa de atualizar a linha regularmente. O novo Kindle básico (décima geração) é um exemplo. Ele foi lançado no Brasil em abril de 2019 por R$ 349 (contra R$ 299 do antecessor).

A justificativa para o aumento de preço está no principal atrativo da nova versão: a tela com iluminação LED embutida, recurso existente até então apenas nos modelos mais avançados da linha.

Será que vale a pena trocar um Kindle básico de geração anterior por este? Para quem vai comprar um e-reader pela primeira vez, a nova versão é um bom modelo para começar? Eu testei o novo Kindle. As respostas para essas e outras dúvidas estão nos próximos parágrafos.

Em vídeo

Você não vai mais precisar de luz externa para leituras à noite: o Kindle básico agora traz iluminação LED integrada à tela e, assim como no Kindle Paperwhite ou no Kindle Oasis, é possível ajustar a intensidade da luz.

Não que essa característica iguale esses três modelos. A leitura com luz ativada no Paperwhite e no Oasis é mais confortável. Se você comparar o novo Kindle básico com o Kindle Paperwhite 2019, por exemplo, talvez consiga perceber que este tem a luminosidade um pouco mais bem distribuída pela tela.

Kindle básico de décima geração (2019)

Tem uma explicação: o Paperwhite possui cinco LEDs no painel. O Kindle básico tem quatro. Mesmo assim, a experiência de leitura com a luz embutida é bastante satisfatória. Você não vai encontrar pontos com luz deficiente, por exemplo.

Ainda com relação à tela — o componente continua tendo 6 polegadas de tamanho —, a Amazon enfatiza que o novo modelo traz um painel e-ink melhorado para proporcionar mais contraste, além de “sensor de toque capacitivo para evitar deslizamentos acidentais”.

Bom, a tela responde bem ao toques na maioria das vezes. Um rápido toque na borda esquerda ou direita faz o Kindle voltar ou avançar uma página em tempo hábil, como tem que ser; um curto toque na borda superior abre as barras de opções (Tela Inicial, Configurações, Pesquisar, entre outros). Também simulei toques acidentais. O Kindle ignorou a maior parte deles.

No quesito design, o novo Kindle ficou um pouco mais limpo na comparação com o seu antecessor, o Kindle de oitava geração. O corpo continua sendo de plástico, mas os cantos estão um pouco mais arredondados e a moldura da tela vai até os lados — na geração anterior, existe uma linha frontal separando essa moldura da tampa traseira.

O Kindle básico é o único de toda a linha que, além de preto, tem opção na cor branca
Atualmente, o Kindle básico é o único de toda a linha que, além de preto, tem opção na cor branca

O que mais interessa é que o Kindle se manteve como um dispositivo compacto e prático. O peso passou de 161 g (geração anterior) para 174 g (talvez por conta do sistema de luz), mesmo assim, segurá-lo com apenas uma mão continua sendo uma tarefa fácil.

Para quem já tem um Kindle, saiba que a interface muda pouco ou nada neste modelo. A tela inicial continua dando acesso rápido aos livros baixados e a recomendações, é possível acessar a loja de ebooks com um toque na barra superior, as configurações permitem que você escolha fontes ou tamanho de texto, o Whispersync (para sincronização de última página lida e notas com as nuvens) funciona a contento, enfim.

É o padrão que já conhecemos. Talvez a maior novidade na interface — já nem tão nova assim — seja a possibilidade de salvar as suas configurações de leitura como um tema, recurso útil para quem divide o e-reader com outras pessoas. Obviamente, esse é um recurso que também está disponível para os outros modelos do Kindle.

Amazon Kindle básico de décima gereção (2019)
O Kindle não vem com carregador, apenas com cabo USB

Diz a Amazon que a bateria do Kindle básico dura até seis semanas, considerando meia hora de uso diário com iluminação no nível 13 e Wi-Fi desativado. Olha, se não chega a tudo isso, pelo menos dura bastante: em um teste que fiz respeitando exatamente essas condições, a carga da bateria diminuiu apenas 3%.

As limitações do Kindle básico

O Kindle de décima geração ganhou luz embutida, mas a tela continua tendo 167 pixels por polegada (ppi). Eu tenho um Kindle Paperwhite com 212 ppi (segunda geração) e, se nele a diferença já é enorme, imagine em relação ao Paperwhite atual e ao Kindle Oasis: ambos contam com 300 ppi.

Por conta da menor densidade da tela, é relativamente fácil distinguir pixels na tela do Kindle básico. Não que esse detalhe dificulte o uso do dispositivo. Mesmo com isso, você pode experimentar diferentes tamanhos ou tipos de fontes (dez ao todo) e ter uma boa experiência de leitura com praticamente todos os eles.

Visualização com fonte aumentada
Visualização com fonte aumentada

Só que, ocasionalmente, gráficos ou textos de tamanho reduzido (como os que aparecem em notas de rodapé) podem ter a sua legibilidade afetada. Felizmente, esse não é um problema frequente.

Também é importante levar em conta que o novo Kindle perde alguns pontos na relação custo-benefício. Considerando os preços oficiais, ele continua sendo a opção mais acessível: são R$ 349 (US$ 89,99 nos Estados Unidos) contra R$ 499 do Kindle Paperwhite e R$ 1.149 do Kindle Oasis. Porém, o Kindle de geração anterior (sem luz embutida), ainda à venda no Brasil, sai por R$ 299.

A boa notícia é que dá para amenizar essa desvantagem com os descontos ou promoções da Amazon, que não são raros.

Só para constar: por ser um modelo de entrada, o Kindle (2019) não possui modo noturno (talvez em alguma atualização?), tampouco proteção contra água.

Amazon Kindle básico de décima gereção (2019)

Afinal, o novo Kindle básico vale a pena?

Essa resposta depende sobretudo do seu perfil de uso e da sua experiência com a linha Kindle:

Eu tenho um Kindle básico de geração anterior. A não ser que você use muito pouco o dispositivo, migrar para a nova versão vale a pena. A luz embutida vai permitir que você leia seus livros em praticamente qualquer lugar.

Eu já tenho um Kindle Paperwhite. Continue com ele. O novo Kindle básico é bom, mas o Paperwhite continua sendo melhor. Não dá para perceber, mas o Paperwhite de segunda geração que aparece na foto abaixo, além de mais pixels por polegada, tem luz um pouco mais quente, detalhe que torna a leitura mais confortável.

Kindle Paperwhite de segunda geração à direita

É o meu primeiro Kindle, mas eu não leio muito. O novo Kindle pode valer a pena, então. Para quem não tem uma frequência muito alta de leitura, esse modelo tem tudo para ser a escolha com melhor custo-benefício.

É o meu primeiro Kindle e eu leio bastante. Se a grana não estiver curta, é melhor gastar um pouco mais e levar um Kindle Paperwhite. Esse modelo tem tela mais caprichada, atualmente traz 8 GB de capacidade (não que seja fácil fazer um Kindle lotar com ebooks, mas enfim) e é à prova d’água. Certamente, é a melhor opção para quem lê livros assiduamente.

Especificações técnicas

  • Modelo: Novo Kindle 10ª Geração (2019)
  • Tela: E-Ink Pearl de 6 polegadas com resolução de 800×600 pixels (167 pixels por
  • polegada), antirreflexo, quatro LEDs de iluminação e escala com 16 níveis de cinza
  • Armazenamento: 4 GB, com cerca de 3 GB livres (sem entrada para cartão de memória)
  • Bateria: autonomia de até seis semanas
  • Conectividade: Wi-Fi 802.11b/g/n, Bluetooth 4.2 (para o serviço Audible, não disponível na Amazon brasileira), USB 2.0 (micro-USB)
  • Formatos suportados: Kindle 8 (AZW3), Kindle (AZW), TXT, PDF, MOBI não protegido, PRC nativo, HTML, DOC, DOCX, JPEG, GIF, PNG, BMP por meio de conversão, AAX (Audible Audio Format)
  • Peso: 174 g
  • Dimensões: 160x113x8,7 mm
  • Cores: preto, branco

Receba mais sobre Kindle na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Canal Exclusivo

Relacionados