Uma olhada de perto nos novos Moto X: hardware potente ou bateria?
Moto X Style tem Snapdragon 808, 3 GB de RAM e tela enorme de 5,7 polegadas.
Para os devoradores de bateria, o Moto X Play acompanha uma de 3.630 mAh.
Moto X Style tem Snapdragon 808, 3 GB de RAM e tela enorme de 5,7 polegadas.
Para os devoradores de bateria, o Moto X Play acompanha uma de 3.630 mAh.
Além de lançar a esperada nova geração do Moto G, a Motorola apresentou nesta terça-feira (28) a atualização do Moto X, que foi desmembrado em dois modelos. De um lado, temos o Moto X Style, um topo de linha gigante de 5,7 polegadas. Do outro, uma opção para quem precisa de bateria maior: o Moto X Play. O que eles têm de bom? Eu fui dar uma olhada de perto nos aparelhos.
A primeira impressão ao pegar os novos Moto X, bem frequente entre os colegas jornalistas que acompanhavam a coletiva de imprensa da Motorola, é: eles estão gigantes. Sim, a Motorola até fez um bom trabalho em reduzir as bordas ao máximo, para deixar o aparelho mais compacto, e a curvatura na traseira continua contribuindo para melhorar a pegada…
Mas nenhuma borda compacta ou design ergonômico é capaz de disfarçar a tela LCD (tchau, AMOLED) de 5,7 polegadas do Moto X Style. Particularmente, achei o aparelho bastante desconfortável de manusear e, claro, não há como alcançar as bordas da tela com apenas uma mão. Aqui, temos um concorrente legítimo para aparelhos como Galaxy Note 4 e iPhone 6 Plus, mas custando bem menos (ou pelo menos é o que a Motorola promete, já que o preço ainda não foi anunciado).
Já o Moto X Play pode até ter um display LCD um pouquinho menor, de 5,5 polegadas, mas o conforto é basicamente o mesmo do Moto X Style — e me fez ter bastante saudade da primeira geração do Moto X, de 4,7 polegadas, que encaixava perfeitamente nas mãos. Embora seja menos largo, a curvatura na traseira do Moto X Play é quase inexistente, porque a Motorola tentou aproveitar o máximo de espaço possível para encaixar uma bateria gigante de 3.630 mAh.
O que eles trazem de novo? Acredito que a Motorola conseguiu resolver os dois principais pontos fracos do Moto X de 2ª geração: câmera e bateria.
Ainda não temos fotos de exemplo das câmeras, mas a Motorola afirmou poder garantir que “as câmeras dos smartphones agora serão as melhores em suas categorias“ — praticamente uma maneira de admitir que eles realmente estavam abaixo dos concorrentes, mas que a empresa finalmente aprendeu. Em vários momentos, a Motorola destacou que os novos aparelhos possuem uma das três melhores câmeras do mercado.
As câmeras traseiras de ambos os smartphones têm sensor com resolução de 21 megapixels e lente com abertura f/2,0. A diferença está na captura de vídeo: o Moto X Style filma em 4K a 30 quadros por segundo, inclusive em HDR, enquanto o Play está limitado ao velho Full HD. Isso é uma restrição do processador Snapdragon 615 do Moto X Play, que não suporta captura nem reprodução em 4K.
Aliás, aqui é importante lembrar que o Moto X Play não é propriamente um sucessor do Moto X de 2ª geração, embora esteja sendo lançado pelo mesmo preço de R$ 1.499 — câmera e bateria podem ser melhores, mas o novo perde capacidade de processamento, principalmente em gráficos. O acabamento também é inferior: saem as belas bordas de alumínio, entra uma moldura de plástico pintado. A traseira, com toque emborrachado, também não me agradou, embora colabore com o grip.
As baterias, por sua vez, ganharam um belo upgrade e devem satisfazer os que não se contentavam com as 2.300 mAh do Moto X de 2ª geração. Mas, além de aumentar a capacidade da bateria, de 3.000 mAh no Moto X Style e 3.630 mAh no Moto X Play, a Motorola aprimorou o tempo de recarga, outro fator bastante importante — a empresa já havia investido nisso no Moto X atual, que passou a vir com carregador Turbo.
Também haverá diferenças nos carregadores inclusos na caixa. O Moto X Play tem carregador de 15W, que já é bem rápido — é basicamente a mesma potência que a fornecida pelo carregador Turbo do Moto Maxx. Quem comprar o Moto X Style ganhará um novo carregador TurboPower, de absurdos 25W (são 2,15A na linha de 12V!). Ou seja, dá para recarregar os 3.000 mAh em pouco mais de uma hora, o que é um grande feito de engenharia.
Como o Moto X Play é focado em bateria, faz sentido que ele tenha um hardware mais econômico. No entanto, mesmo sabendo da alta do dólar, no fundo é um pouco decepcionante saber que a Motorola não conseguiu trazer um sucessor do Moto X de 2ª geração na mesma faixa de preço. E, considerando as regras de desoneração de impostos da Lei do Bem, é praticamente certo que o Moto X Style virá numa faixa superior aos R$ 2 mil, para ficar ao lado do Moto Maxx. Aos poucos, a Motorola do custo-benefício imbatível, agora sob nova direção, voltará a dar dinheiro.
Também acho questionável a estratégia de lançar dois modelos, um focado em bateria e outro em hardware, mesmo que o Moto X Style também possua uma bateria de alta capacidade, de 3.000 mAh. O processador octa-core Snapdragon 615, que acompanha o Moto X Play, é algo que eu gostaria de ver no Moto G de 3ª geração, não em um aparelho da linha X — é um chip bem competente, mas ainda estamos falando de um processador com os econômicos núcleos Cortex-A53.
A estratégia usada nos antigos RAZR me agradava mais: havia o RAZR, um smartphone topo de linha fino e com belo design; e o RAZR MAXX, que trazia o mesmo hardware, mas uma bateria de 3.300 mAh, algo monstruoso para a época. Um hardware potente não deveria sacrificar a bateria. Muito pelo contrário.
Moto X Style
Moto X Play
O Moto X Play de 32 GB chega ao Brasil em agosto, por R$ 1.499. O Moto X Style será lançado um mês depois, por um valor não definido. Ambos os aparelhos são dual chip, suportam 4G, têm entrada para microSD e rodam Android 5.1.1 Lollipop quase puro.
O review dos dois smartphones será publicado nas próximas semanas. O que vocês querem saber sobre eles?