Uma olhada de perto no Moto G6, E5 e todas as variantes

Moto E5, Moto E5 Plus, Moto G6, Moto G6 Play, Moto G6 Plus: os cinco smartphones que a Motorola está lançando no Brasil

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses

A Motorola revelou mais uma geração de smartphones básicos e intermediários no mercado brasileiro. São cinco aparelhos, com preços de até R$ 1.599, que fazem parte das duas famílias que mais vendem dentro da empresa: Moto E5, Moto E5 Plus, Moto G6, Moto G6 Play e Moto G6 Plus.

Mas, afinal, o que há de novo em relação à geração anterior? E quais as diferenças entre eles? Eu fui conferir os aparelhos de perto e conto tudo nos próximos minutos.

Em vídeo

Moto E5 e E5 Plus

Vamos começar pela quinta geração do Moto E, que é cada vez menos uma linha básica da Motorola. Tanto o Moto E5 quanto o Moto E5 Plus possuem hardware mais simples, com processador quad-core Snapdragon 425, 2 GB de RAM e apenas 16 GB de armazenamento, mas eles trazem algumas novidades bem-vindas dentro da família.

O primeiro detalhe é que, pelo visto, não existe mais aparelho pequeno dentro da Motorola. O Moto E5 já começa com uma tela de 5,7 polegadas, enquanto o Moto E5 Plus tem um painel de 6 polegadas (!), ambos com resolução de 1440×720 pixels. A empresa até tenta ressaltar o fato de que a proporção 18:9 e as bordas menores deixam o aparelho mais compacto, mas não tem jeito: tem que fazer um alongamento de dedo.

Agora, tanto o modelo normal quanto o Plus têm baterias acima da média, com capacidades de 4.000 e 5.000 mAh. E, diferente da geração anterior, eles chegam com carregador TurboPower de 15 watts dentro da caixa, o que deve acelerar um pouco o tempo de carregamento — o Moto E4 Plus demorava entre 3 e 4 horas para dar um abastecimento completo com um adaptador de 10 watts.

O leitor de impressões digitais está na traseira, onde fica a marca da Motorola. Logo acima dele, temos uma câmera simples, de 13 megapixels no Moto E5 e 12 megapixels no Moto E5 Plus (os números não estão errados). Apesar da carinha de câmera dupla do Plus, o segundo buraco na verdade abriga um laser, que ajuda a focar mais rapidamente, especialmente em condições de baixa iluminação.

Em resumo, são aparelhos mais simples, que possuem bateria poderosa e, como de costume na família Moto E, sempre tentam trazer alguma novidade de aparelhos mais caros: no Moto E4, foi a vez do leitor de impressões digitais; no Moto E5, o destaque parece ser a tela 18:9, que ganhou até um nome pomposo: Max Vision (mas é só um LCD).

A Motorola confirmou que o Moto E5 e o Moto E5 Plus serão vendidos no Brasil, mas eles ainda não têm data nem preço. Se a empresa seguir o script, são smartphones que devem ficar na faixa dos 800 a 1.000 reais, encostando nos Moto G.

Moto G6, G6 Play e G6 Plus

A estrela do dia foi o Moto G6 (e suas variantes). Não houve tanta melhoria no desempenho: a Motorola se concentrou mais no design, que agora é de vidro e metal; e nas telas, que estão maiores, com até 5,9 polegadas, proporção 18:9 e um aproveitamento de espaço melhor, ocupando boa parte da frente do aparelho (mas ainda com uma borda inferior bem generosa).

Para resumir, o Moto G6 seria o modelo padrão, que deve atender a maioria das pessoas; o Moto G6 Play sacrifica o desempenho em troca de uma bateria que dura mais; e o Moto G6 Plus traz um hardware mais potente, encostando nos intermediários premium, inclusive dentro da Motorola, com o Moto Z2 Play e o Moto X4.

O Moto G6 Play é quem destoa mais do grupo. Com preço sugerido de R$ 1.099, ele tem uma tela HD+ (e não Full HD+ como os irmãos mais caros), não possui câmera dupla e o leitor de impressões digitais fica atrás, não na frente. Na prática, há muito mais características em comum com o Moto E5 Plus do que com o Moto G6, até por causa da bateria grande, de 4.000 mAh.

Ele vem com Snapdragon 430, que já é um processador relativamente antigo, anunciado originalmente em 2015, o que me deixa um pouco receoso quanto ao desempenho: esse chip era o grande motivo do gargalo do LG Q6, lançado no ano passado. Aqui, a Motorola colocou 3 GB de RAM e 32 GB de armazenamento. O Android é o 8.0 Oreo e a Motorola disse com todas as letras que ele terá atualização para o Android P (cobrem depois).

No Moto G6, temos um conjunto mais interessante: a capacidade de RAM e armazenamento são os mesmos, mas ele já vem com uma tela de resolução melhor; uma câmera dupla na traseira (com abertura f/1,8 na lente principal) que permite colocar efeitos nas fotos e brincar com profundidade de campo; e um processador Snapdragon 450.

Apesar de o número dar a entender o contrário, o Snapdragon 450 é bem melhor que o 430: ele é de 2017, tem uma frequência mais alta de 1,8 GHz, já é fabricado em 14 nanômetros e suporta gravação de vídeo em Full HD a 60 quadros por segundo. A linha de processadores da Qualcomm anda bem bagunçada ultimamente: o Snapdragon 450 é bem mais próximo de um Snapdragon 625 que de um 430.

Uma novidade de software é que a Motorola colocou o Moto Voz, um assistente pessoal que permite enviar mensagens no WhatsApp, tocar uma música no Spotify, mostrar os compromissos do calendário, tudo por meio de comandos de voz. Normalmente, esses recursos de voz ficavam restritos ao Moto X e Moto Z; agora, eles também estão no G. Infelizmente, por causa do barulho, eu não consegui testar o Moto Voz muito bem; de qualquer forma, todos os detalhes estarão no review completo.

Por fim, temos o Moto G6 Plus. Ele custa R$ 1.599 e, por 300 reais a mais que o Moto G6, você leva uma tela maior (5,9 polegadas); uma câmera traseira que deve trazer resultados melhores no escuro; uma bateria maior (3.200 mAh), o recurso de TV digital; e um hardware mais potente. Ele tem Snapdragon 630 (o mesmo do Moto X4), 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento.

A traseira dele é praticamente idêntica ao do Moto X4, com vidro curvado, que ajuda na ergonomia e enche de marcas de dedo; e uma câmera dupla com o anel texturizado. Ele é até bonito na traseira, só é um pouco estranho na parte frontal: a Motorola parece ter se preocupado em reduzir as bordas, diminuiu a altura do leitor de impressões digitais e… deixou a marca na frente. Pra quê?

Review

Nosso review completo do Moto G6 será publicado nas próximas semanas. O que vocês querem saber sobre ele?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.