Pagar mais pelo lossless para ouvir o quê?

Lossless é tudo isso? Especialistas defendem a comparação e teste cego antes de bater o martelo ao afirmar qualidade do áudio

Lucas Lima
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• Atualizado há 1 ano e 5 meses
Especial: Lossless para quê? (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Especial: Lossless para quê? (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Agora só resta o Spotify liberar a transmissão de músicas lossless para que todas as grandes plataformas de streaming tenham a opção. Como já anunciado, o Spotify HiFi será lançado em alguns mercados ainda este ano, com a mesma promessa dos outros serviços: oferecer a experiência sonora do jeito que o artista a imaginou, como se ele estivesse no estúdio.

Mas, esse bordão do lossless é realmente o que diz ser? Eu preciso pagar mais para ter a experiência completa? O streaming atual é ruim? Calma, o Tecnoblog conversou com especialistas de áudio para entender a real importância da música de alta qualidade nos serviços de streaming. Já adianto: não faz diferença nenhuma, a menos que você tenha o ouvido treinado e o equipamento pica das galáxias.

Tidal, Deezer, Apple Music, Spotify e Amazon Music

Lembremos que o projeto do lossless em plataformas de streaming começou com o Tidal em 2015, anunciado pelo rapper Jay-Z. A campanha de lançamento também teve a participação de outros artistas de peso para destacar o streaming e o diferencial que traria a qualidade do estúdio para os ouvidos do assinante.

Em 2015, o Deezer também adotou o slogan que sustenta até hoje. Ao Tecnoblog, Marcos Swarowsky, diretor-geral da Deezer na América do Sul, destacou que “é uma experiência diferenciada que leva o ouvinte para o mundo da altíssima qualidade sonora. É como se ouvisse dentro do estúdio de gravação.”

Deezer HiFi (Imagem: Divulgação / Deezer)
Deezer HiFi (Imagem: Divulgação / Deezer)

No mês passado, a Apple anunciou sem alarde ou sem uma produção cinematográfica a adição do catálogo lossless ao Apple Music e liberou a alternativa para os usuários sem aumentar o preço, diferente dos anteriores. Com isso, temos o seguinte cenário:

  • Tidal: cobra R$ 16,90 pelo plano normal e R$ 33,80 pelo plano HiFi (lossless);
  • Deezer: cobra R$ 16,90 pelo plano normal e R$ 26,90 pelo Deezer HiFi;
  • Apple Music: cobra R$ 16,90 pela assinatura, sem cobrar mais pelo lossless.

Ainda que o Spotify não tenha entrado na jogada, sabemos que o plano HiFi terá um custo adicional. O Amazon Music — outro streaming disponível no Brasil, mas sem a modalidade lossless aqui — cobrava US$ 15 pelo plano HD (lossless) e US$ 10 pelo plano normal, mas depois do anúncio da Apple, mesclou os dois planos no valor mais baixo.

O Tecnoblog perguntou à Deezer se há intenção de mesclar os planos Premium e HiFi, mas a empresa não se pronunciou.

Mas, afinal, o que é uma música lossless?

Lossless é a qualidade do CD (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)
Lossless é a qualidade do CD (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)

Basicamente, é a qualidade de áudio existente em um CD, que traz(ia) os arquivos no formato WAV (de WAVEform ou forma de onda). Hoje, os serviços de streaming estão tentando fazer o caminho inverso de voltar às origens em vez de reduzir o consumo de dados. Para entender, é preciso voltar um pouco no tempo e quem ajuda nesse caminho é especialista de áudio e cofundador da Kuba, Leonardo Drummond, do canal Mind the Headphone, no YouTube.

Leonardo explica ao Tecnoblog que, no vinil, há o movimento da agulha percorrendo os sulcos. Esse movimento é análogo às variações de pressões no ar que geram o som, o que gera sinais elétricos reproduzidos posteriormente pelas caixas, por isso é um meio analógico. A popularização do áudio digital começa com o CD, segundo ele:

O áudio digital é uma forma mais eficiente de armazenar essas informações, só que ao invés de fazer por meio de sulcos físicos que se deterioram com o tempo, estão sujeitos a poeira e tem limitações técnicas e físicas, o CD faz isso por meio de dados digitais, num processo chamado de amostragem.

Durante a gravação das músicas, o microfone envia os sinais elétricos para um conversor analógico–digital (o ADC) que mede a onda elétrica para criar uma representação digital dessa variação. Com isso, tem-se duas características que afetam esse sinal: a taxa de amostragem e a profundidade de bits.

A taxa de amostragem é quantas medições desse sinal são feitas por segundo e profundidade de bits são quantos bits de informação existem em cada amostra [sendo 0 ou 1]. Aí você cria o áudio de um CD, por exemplo, que tem o padrão 44,1 kHz a 16 bits. Significa que a cada segundo foram feitas 44 mil medições desse sinal original e cada uma dessas amostras tem 16 bits de valores possíveis [65.536 variações].

Segundo o teorema de Nyquist–Shannon, para você conseguir amostrar e reconstituir uma determinada faixa de frequências, você vai precisar que a taxa de amostragem seja o dobro da frequência mais alta. Nós, seres humanos, escutamos de 20 Hz a 20 kHz, então pra eu amostrar e reconstituir perfeitamente essa faixa, vou precisar de uma taxa de amostragem de 40 kHz.

Leonardo Drummond.

Para entender: o bit é a menor unidade de informação, consiste em dois valores (0 ou 1). Quando se fala em 16 bits, trata-se de uma profundidade com 16 variações de 0 ou 1 (216 = 65.536 valores).

Segundo o cofundador da Kuba, frequências mais altas são úteis para estúdios, porque tem-se uma área maior para trabalhar. Do contrário, para a audição, os benefícios são “discutíveis, no mínimo”.

Frequências mais altas permitem ter maior área para trabalhar, mas não são audíveis pelo ser humano (Imagem: Troy T/Unsplash)
Frequências mais altas permitem ter maior área para trabalhar, mas não são audíveis pelo ser humano (Imagem: Troy T/Unsplash)

Já a profundidade de bits está relacionada ao sinal–ruído de uma gravação, um processo conhecido como quantização. Leonardo ajuda a explicar:

Pense em uma onda analógica encaixada numa grade. A quantidade de linhas verticais é a taxa de amostragem, a quantidade de medições feitas por segundo. A quantidade de linhas horizontais é a quantidade de bits, os valores possíveis. Só que terá situações em que a onda analógica vai passar entre dois valores possíveis. Então posso ter um valor de 3 ou 4 e a onda analógica vai passar no 3,5, é preciso arredondar esse valor.

Esse arredondamento gera um ruído, uma distorção. E o que se faz, nesse processo, é adicionar um ruído aleatório que fica por baixo, que é o ruído de quantização. É inerente à qualquer gravação digital.

Onda de quantização (Imagem: Reprodução/Digital Sound & Music)
Onda de quantização (Imagem: Reprodução/Digital Sound & Music)

Há três valores comuns em profundidade de bits: 8, 16 ou 24. Esse número determina a “distância possível entre os sons mais altos e o piso de ruído”. Mas, ainda segundo Leonardo, não há com o que se preocupar, porque trata-se de um ruído mais baixo que o da agulha percorrendo um vinil.

Em um CD, a relação sinal–ruído teórica é de 96 decibéis. Com algumas técnicas avançadas, chega a 120 decibéis. O ponto é que para você escutar o ruído de fundo de um áudio de CD, você vai ter que tocar música no volume de uma motosserra no seu ouvido.

Dito isso, pode-se concluir que a qualidade existente em um CD já é suficiente para qualquer ser humano, considerando a faixa de frequência audível.

Então eu quero o lossless, não o MP3

Calma, não é por aí. Hoje, ainda que seja um formato de compressão com perdas, o MP3 já está muito mais trabalhado e diferente daquele popular nos anos 2000, quando a velocidade de internet era lenta para baixar arquivos lossless ou o espaço de armazenamento do aparelho para reprodução era pequeno.

Observação: todo “MP3” citado ao longo do texto se refere a um arquivo “lossy”, com compressão. O termo popular foi usado para facilitar o entendimento do leitor quanto à comparação com o lossless.

Para se ter ideia, uma música MP3 a 256 kb/s pode ter cerca de 6 MB, enquanto no formato lossless pode-se chegar a 36 MB com os mesmos três minutos (considerando 48 kHz a 24 bits). Se considerar que há músicas de cinco ou mais minutos, tais arquivos podem ocupar muito armazenamento, quando isso é um problema.

iPod classic de sétima geração (Imagem: Divulgação/Apple)
iPod classic de sétima geração (Imagem: Divulgação/Apple)

E há várias compressões para um arquivo. O próprio Spotify começa com arquivos de 24 kb/s até 320 kb/s. A diferença nessas compressões é o quanto do áudio original será perdido. Segundo Leonardo, o que o MP3 faz é cortar, em alguns níveis possíveis, as informações que o ser humano tem menos chances de ouvir, para reduzir o arquivo.

Imagine que no caso de um WAV, dizendo que são 44,1 mil medições por segundo e cada medição tem 16 bits. Se fizer as contas, é um arquivo muito grande. O MP3 limita essa quantidade de bits, então ele vai dizer “ó, o máximo que vai ter esse arquivo é 128 kb/s”. Essa compressão meio que está chapando esse sinal pelos extremos.

Alexandro Azevedo, diretor da Audio-Technica no Brasil, dá exemplos dos resultados dessas compressões:

No começo tinha essa taxa de compressão bem diferente, então a qualidade era muito afetada, ou seja, o áudio era afetado a ponto de você conseguir verificar que a voz estava abafada, o grave não era consistente, o som era mais artificial.

Contudo, tanto Leonardo quanto Alexandro concordam que os usuários já estão bem servidos com um arquivo a 320 kb/s.

Nos formatos atuais, o FLAC, ALAC, AAC, se você trabalhar dos 320 kb/s para cima, você está com uma qualidade muito boa. Tudo que conseguir trabalhar nos 320 kb/s vai afetar muito menos a qualidade sonora.

Alexandro Azevedo.

O MP3 usa algoritmos muito sofisticados para dispensar as informações que não são audíveis. Claro que essa taxa de bits vai afetar isso. Um arquivo de 128 kb/s é muito fácil distinguir de um arquivo WAV, por exemplo. Então se você pega uma pessoa leiga e coloca na frente dela um áudio de 128 kb/s e de 320 kb/s, tem gente que não vai perceber a diferença, mas tem muita gente leiga que vai perceber, se você falar pra ela “presta atenção nisso e naquilo”.

Leonardo Drummond.

E quando a quantidade de quilobits por segundo é importante?

Justamente durante a transferência de áudio. Pensando lá na internet de 2000, um arquivo de 70 MB ou mais poderia demorar dias para ser baixado, enquanto um de 3 MB demoraria algumas horas.

Internet discada dificultava acesso a música de qualidade
Internet discada dificultava o acesso à música de qualidade

Trazendo para os tempos atuais, essa preocupação vem ao encontro do consumo de banda de internet móvel, pensando em quem tem pacotes mais limitados para ouvir. Gastar 50 MB ou 70 MB da franquia mensal em uma música não é lá tão inteligente assim.

E quanto ao Wi-Fi? Poderia fazer o streaming sem comprometer o pacote de dados da operadora. Aí chegamos no ponto, se as compressões de MP3 entregam qualidade a 320 kb/s, por que fazer o streaming desnecessário?

Lossless para quê (ou quem)?

Teoricamente, com o MP3, são retirados trechos inaudíveis do material bruto para que o usuário tenha um arquivo menor, mas com a qualidade que ele poderia querer, considerando a compressão a 320 kb/s.

Eu não acho que é impossível as pessoas detectarem a diferença entre o MP3 e o lossless, mas acho que são muito poucas pessoas e em sistemas muito sofisticados. Eu estou com um fone que custa aqui no Brasil R$ 8 mil, já tive sistema de caixas de som em casa de R$ 80 mil, nunca escutei diferença entre nada acima de um MP3 a 320 kb/s. Nunca escutei.

Pra mim, essa coisa do lossless é marketing. O próprio caso da Apple, o AirPods Max não aceita arquivos lossless, porque os codecs que ele tem de Bluetooth é AAC e SBC. Não tem aptX HD, não tem LDAC, ele só vai transmitir arquivos capados. Mesmo caso do Spotify HiFi e do Tidal, é marketing. São as empresas querendo ter planos mais caros para que as pessoas paguem um pouco mais por uma diferença.

Leonardo Drummond, cofundador da Kuba.

E agora entra mais um X na equação: o Bluetooth

Fone Sony WH-1000XM4 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Fone Sony WH-1000XM4 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Os codecs que Leonardo mencionou são os “tradutores dos arquivos” suportados na tecnologia Bluetooth. AAC tende a ser a evolução do MP3. O aptX HD é um codec proprietário da Qualcomm que suporta, em tese, até 576 kb/s. O LDAC é o codec da Sony que, segundo a marca, permite a transmissão de arquivos de alta resolução (Hi-Res) ao máximo de 990 kb/s no Bluetooth.

Ilustração do LDAC (Imagem: Divulgação/Sony)
Ilustração do LDAC (Imagem: Divulgação/Sony)

No caso do Apple Music, por exemplo, nenhum desses codecs com maiores taxas de transferência são suportadas pelo iPhone, iPad ou Mac. Ou quando são, em outros dispositivos, cabe também ao fone ter o suporte às tecnologias.

Mas, qual a porcentagem de pessoas que assinam tais serviços de streaming tem esses fones? No caso do aptX HD e LDAC, terceiros precisariam pagar licenças à Qualcomm e Sony.

E nesse tópico do Bluetooth, há de se considerar também o caminho que as empresas adotaram para economizar espaço interno e de componentes dos smartphones: remover a entrada P2 para fones de ouvido, a única entrada analógica que havia disponível e permitia ouvir áudio lossless via cabo, sem gambiarras.

Fone Bluetooth Jaybird Vista (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Fone Bluetooth Jaybird Vista (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Quantas pessoas dispõem de fones habilitados, excluindo os da Apple (ainda), com aptX HD ou LDAC para tentar ouvir alguma diferença?

Alexandro Azevedo, diretor da Audio-Technica no Brasil, diz ao Tecnoblog que é melhor apostar no cabo, se quiser aproveitar o lossless. “O formato lossless frustra quando se trata do Bluetooth. O Bluetooth é prático, mas é um sistema de transmissão muito volátil, por conta da distância e pela queda de qualidade significativa. Você não consegue ter o lossless porque ele não suporta uma taxa de transferência tão alta, sem perdas”, explicou.

A atenção deveria estar voltada a outro ponto

Há quem diga que percebe a diferença entre ouvir no Spotify, Apple Music, Deezer HiFi e Tidal, mas tal afirmação precisa ser feita com cuidado. Comparar o streaming das diversas plataformas sem prestar atenção em alguns pontos é um equívoco.

Para Leonardo, “o áudio de alta resolução ataca o problema errado. O problema da qualidade baixa não é porque a resolução é baixa, o áudio de CD é suficiente para a audição, o problema é a qualidade das gravações.”

“A adição do lossless no Spotify, no Apple Music, para mim é marketing. Não vai fazer diferença para 99,99% das pessoas, a maioria que falar que ouve diferença não ouve, se você botar ela num teste cego ela não vai passar”, continuou.

E por que a diferença entre um e outro?

A diferença pode estar relacionada às configurações de cada aplicativo. O Spotify, por exemplo, é instalado com a opção de normalização de volume ativada, ao contrário do Tidal, “isso significa que ele [Tidal] não está forçando as gravações a terem um volume parecido”, disse Leonardo. Portanto, passa a impressão que o som é mais alto na segunda plataforma.

Outro ponto de destaque é quanto às masterizações. O Apple Music tem o Apple Digital Masters, o Tidal tem o MQA (Master Quality Authenticated). Na página de suporte do Tidal, é citado que é “uma forma de comprimir músicas digitais sem limitações para oferecer um som de qualidade master garantida”.

Selo do Apple Digital Master (Imagem: Reprodução/Apple Music)
Selo do Apple Digital Master (Imagem: Reprodução/Apple Music)

Os streaming atuais oferecem qualidade mais que suficiente na qualidade máxima, considerando os arquivos. A pessoa pode ir para o Tidal ou Apple Music porque nesses streamings tem masters diferentes, aí tá tudo certo porque é focar no problema real, da mixagem e masterização. Mas é importante dizer que não são os arquivos fazendo essa diferença.

Leonardo Drummond.

Teste cego para comparar é indiscutível

Alexandro Azevedo, da Audio-Technica, defende que a comparação é o melhor caminho para explicar a diferença entre um arquivo comprimido e o lossless:

Muitas vezes eu fazia uma demonstração, por exemplo de um MP3 a 96 kb/s e fazia a mesma demonstração do MP3 a 320 kb/s e depois finalmente outra demonstração com WAV ou FLAC ou qualquer outro formato cheio e não comprimido. E aí a pessoa “uau, que diferença”. Do 96 kb/s para 320 kb/s mesmo é gritante. A melhor forma que eu vejo você explicar isso para um leigo é exatamente com a demonstração. Esse seria o cenário perfeito.

Teste cego é a prova de que o lossless não faz diferença (Imagem: Nubelson Fernandes/Unsplash)
Teste cego é a prova de que o lossless não faz diferença (Imagem: Nubelson Fernandes/Unsplash)

Leonardo Drummond complementa com a ideia de que o usuário precisa fazer o teste cego, para não se deixar enganar por selos “lossless” ou outros penduricalhos do aplicativo. “Só de você olhar e ver escrito que é qualidade mais alta, você acha que está ouvindo uma diferença”, reforçou.

Tem muita gente dizendo que tem muita diferença [entre os streamings]. Aí você vai ver o FLAC e é uma extração de um vinil, o vinil tem outra sonoridade porque é outra mixagem. Para saber se ouve diferença ou não, tem que fazer o teste cego e mais que isso: se baixou um FLAC, converte ele para MP3 a 320 kb/s, usando um bom conversor com um bom codec e aí a pessoa vai descartar a possibilidade de serem mixagens diferentes.

Observação: FLAC é um codec de compressão de áudio sem perda de informação. São maiores que o MP3 e menores que o WAV, qual seria o bruto.

A NPR (National Public Radio, organização sem fins lucrativos dos EUA) publicou um artigo, em 2015, quando o Tidal começou a fazer ruído, para abordar essa diferença de lossless e MP3. Em um trecho, é citado que “quando se trata de qualidade de áudio, o tamanho do arquivo não é tudo”. Na publicação, há um teste com seis músicas, cada música com três versões. O ouvinte/leitor precisa identificar qual delas é a lossless.

Leonardo Drummond também já conduziu um teste cego no seu canal, o Mind the Headphone. Se quiser tentar (lembre-se que precisa usar fones cabeados):

Em que concentrar a atenção e investimento?

Um bom fone de ouvido. Essa foi a resposta dada pelos dois.

Temos uma questão de custo-benefício contra poder aquisitivo, que também entra o aspecto cultural que é o seguinte: a gente dá pouco valor para a importância do áudio na nossa vida. Qualquer caixinha está bom, qualquer fone está bom, para quê eu vou gastar R$ 1.500 em um fone se tem fone por R$ 200.

Só que o áudio faz parte da nossa vida 24 horas por dia, 7 dias por semana e durante nossa vida inteira. É importante cuidar do seu aparelho auditivo, e um bom equipamento ajuda nisso.

Alexandro Azevedo, diretor da Audio-Technica no Brasil.

E o áudio espacial?

Apesar de considerar “maneiro e interessante”, Leonardo Drummond esclarece que tem poucas coisas ainda disponíveis nesse formato, além de ser necessário ter um fone de ouvido com suporte ao surround. Deezer, Apple Music e Tidal oferecem o áudio espacial em algumas músicas, em equipamentos específicos.

Sobre escolher entre as plataformas de streaming de música disponíveis, o cofundador da Kuba recomenda focar naquela que melhor atende às necessidades do usuário, seja em interface, integração com outros produtos que usa, curadoria para recomendações ou masters que mais agradam a audição. “Qualquer outra coisa é arranjar sarna para se coçar, que provavelmente não vai fazer diferença. O foco é música”, destacou.

Nenhum dos especialistas assina um plano lossless. E você, também prefere economizar?

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Lucas Lima

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Coordenador de conteúdo

Lucas Lima trabalha no Tecnoblog desde 2019 cobrindo software, hardware e serviços. Pós-graduando em Data Science, formou-se em Jornalismo em 2018 e concluiu o técnico em Informática em 2014, mas respira tecnologia desde 2006, quando ganhou o primeiro computador e varava noites abrindo janelas do Windows XP. Teve experiências com comunicação no poder público e no setor de educação musical antes de atuar na estratégia de conteúdo e SEO do TB.

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