Activision Blizzard é processada por pais de funcionária que tirou a própria vida

Caso da Activision Blizzard se complica com um novo processo, agora dos pais de uma das vítimas da situação, que tirou a própria vida em 2017

Felipe Vinha
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Novo processo contra Activision Blizzard detalha vítima de suicídio (Imagem: Reprodução)

Detalhes sobre o suicídio citado no processo inicial do governo da Califórnia contra a Activision Blizzard ganharam notoriedade nesta semana, após a família da vítima registrar uma ação legal contra a empresa pelo acontecimento. Kerri Moynihan, de 32 anos, foi a vítima em questão, que chegou a tirar sua própria vida por conta de uma relação tóxica desenvolvida no ambiente de trabalho, que culminou em casos de assédio sexual.

Paul e Janet Moynihan, pais da vítima que faleceu em 2017, souberam do processo do governo contra a Activision Blizzard e decidiram tomar suas próprias ações. No texto do processo original, porém, Kerri não é nomeada e é tratada como uma vítima anônima, apenas mencionando o suposto suicídio.

Uma busca na Internet pelo nome de Kerri, contudo, revela que seu caso foi bastante mencionado na época, especialmente por páginas que tratam de mortes misteriosas. A morte foi divulgada como um suicídio sem culpados apontados e tudo aconteceu dentro de um resort da Disney, na Califórnia, como detalhado no extenso texto do site Cryofreezer 33.

Já o obituário do Nichols Funeral Home está repleto de comentários de parentes, amigos e colegas de trabalho que lamentam a partida da jovem, mas sem qualquer suspeita ou menção de possíveis culpados de sua morte.

O processo dos pais

De acordo com o The Washington Post, trechos do processo dos pais de Kerri citam que a Activision Blizzard fomentou e permitiu um ambiente de trabalho onde assédio sexual era profundo, e dizem que a empresa não fez nada para conter isso. O processo também nomeia o suposto culpado pelo mal estar da jovem: Greg Restituito, seu superior direto.

Restituito trabalhou na Activision Blizzard, no setor de finanças, até maio de 2017 – curiosamente, um mês depois do suicídio de Kerri Moynihan. Os pais alegam que o contador teve relações sexuais com a jovem durante um certo período, desde 2016. Há ainda alegações de que, na época, Restituito era casado e tinha filhos. De acordo com o processo, a relação entre os dois ia contra as políticas internas da empresa, já que se tratava de algo envolvendo um superior e uma subordinada.

No processo, os familiares da vítima também acusam a Activision Blizzard de, na época, recusar a dar acesso polícia aos telefones e notebooks de Moynihan e Restituito. O homem, também no mesmo período, inicialmente mentiu sobre estar envolvido com a jovem, apenas para assumir a relação em um segundo depoimento para a polícia. As declarações, contudo, não levaram a lugar algum.

Por ora, a Activision Blizzard não comentou o caso e também não respondeu questionamentos da imprensa gringa a respeito deste novo processo. Resta aguardar por desdobramentos.

Com informações: The Verge.

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Felipe Vinha

Felipe Vinha

Ex-autor

Felipe Vinha é jornalista com formação técnica em Informática. Já cobriu grandes eventos relacionados a jogos, como a E3, BlizzCon e finais mundiais de League of Legends. Em 2021, ganhou o Prêmio Microinfluenciadores Digitais na categoria entretenimento. Foi autor no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo principalmente sobre games e entretenimento. Passou pelos principais veículos do ramo, e também é apresentador especializado em cultura pop.

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