Novo processador quântico do Google faz avanço crucial em correção de erros

Solução apresentada pelo Google é fundamental para aprimorar uso de PCs quânticos na indústria; tecnologia pode ser usada na medicina e criptografia

Felipe Freitas
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Google (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

“Você não pode adicionar uma palavra de sci-fi e achar que significa algo”, diz Rick Sanchez em Rick and Morty. A computação quântica, pelo contrário, significa uma tecnologia real e avançando a passos largos. Mais uma evolução dos “PCs quânticos” foi anunciada recentemente pelo Google.

Na última quarta-feira (22), a empresa divulgou em seu site que conseguiu aumentar o número de qubits (ou bits quânticos) sem aumentar as chances de erros nos cálculos dos computadores. A pesquisa, que também foi publicada na Nature, aparenta resolver o problema que impede o crescimento da capacidade de cálculos dos PCs quânticos.

Fazendo um comparativo bem didático, imagine que aumentem o número de câmeras para o VAR. Na teoria, com mais câmeras, o árbitro errará menos. Com computadores quânticos, a situação é “parecida” — dado o fato de envolver física quântica, que não depende de interpretação.

Ao invés de virar uma máquina ainda mais potente, incluir mais qubits pode aumentar as chances de erros nos resultados computados pelos processadores quânticos. Entendeu? Não? Então veja o que fala Sundar Pichai, CEO do Google.

Como explicado por Pichai, qubits são tão sensíveis que um feixe de luz pode gerar um erro de cálculo. Afinal, a computação quântica é o controle da máquina partículas fundamentais, incluindo fótons e elétrons.

Ao aumentar o número de qubits, as chances de erros aumentam porque há mais elementos que podem ser impactados por pequenos fatores, como luz e leve aumento na temperatura —computadores quânticos precisam operar próximo do zero absoluto.

Google diminui chance de erros com novo processador quântico

Representação gráfica de um dos métodos usados pelo Google para diminuir a taxa de erros de computadores quânticos (Imagem: Divulgação/Google)
Representação gráfica de um dos métodos usados pelo Google para diminuir a taxa de erros de computadores quânticos (Imagem: Divulgação/Google)

O que o Sycamore, novo processador quântico do Google, faz é permitir a adição de mais qubits e diminuir a porcentagem de erros — aproveitando até os bits quânticos extras.

A nova geração do Sycamore consegue detectar os erros avaliando os resultados de um qubit avaliando os seus vizinhos. O Google testou dois métodos para diminuir as falhas dos cálculos: um arranjo com tamanho de 3 qubits por 3 qubits e outro com 5 qubits por 5 qubits.

O método com “maior área” teve uma leve vantagem sobre o menor: 2,91% erros contra 3,02%. Números pequenos, mas ainda alto para as suas aplicações mais complexas. Como destaca John Timmer, do ArsTechnica, continuamos longe de quebrar criptografias — mas avançando na computação quântica. De acordo com o Google, o desempenho do hardware deve aumentar 20% “depois de 2025”.

Entre a utilidade dessa tecnologia, como explica a cientista Shohini Ghose, está o aumento da segurança de bancos e criação de novos medicamentos. No primeiro caso, a computação quântica aprimora a criptografia e segurança dessas empresas.

Na indústria farmacêutica, o problema de identificar o comportamento da molécula de um medicamento é resolvido, já que o computador quântico segue as propriedades físicas da molécula que ele quer simular.

Com informações: ArsTechnica

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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