Amazon: vendas do e-commerce desapontam, mas computação continua em alta
Balanço do primeiro trimestre de 2022 traz prejuízo, números do varejo abaixo do esperado e AWS como única divisão que dá lucro
Balanço do primeiro trimestre de 2022 traz prejuízo, números do varejo abaixo do esperado e AWS como única divisão que dá lucro
A Amazon divulgou seus resultados financeiros nesta quinta-feira (28) e desapontou os investidores. As receitas totais e os lucros por ação ficaram abaixo do esperado por analistas de mercado. Apesar do prejuízo da companhia, o setor de computação, representado pela divisão Amazon Web Services, teve forte crescimento.
A Amazon teve receita de US$ 116,4 bilhões no trimestre encerrado em 31 de março de 2022. O número ficou levemente abaixo das estimativas do mercado, que eram de US$ 116,43 bilhões, segundo a Bloomberg.
A Amazon teve resultado negativo no período, o primeiro em quatro anos. O prejuízo por ação foi de US$ 7,56, enquanto a expectativa era de lucro de US$ 8,40. Ao todo, as perdas foram de US$ 3,8 bilhões.
A situação seria pior não fosse pelo bom resultado da AWS, que fornece computação na nuvem para muitas empresas.
A divisão teve US$ 18,4 bilhões de receita, um pouco acima das projeções de mercado, que eram de US$ 18,3 bilhões, segundo a Visible Alpha. Mais do que isso, ela teve um crescimento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Amazon diz que os números positivos da AWS vieram de novos contratos dos setores de telecomunicações, esportes, tecnologia, saúde e indústria aeroespacial. A divisão foi a única a reportar lucro operacional no trimestre.
Isso não chega a ser uma novidade: os negócios da companhia em computação na nuvem têm margens de lucro muito maiores que o e-commerce. No ano fiscal de 2021, a AWS respondeu por somente 12,5% das despesas, mas teve um peso de 63,3% no lucro.
O setor de varejo não teve apenas resultados abaixo do esperado — seu crescimento também foi desapontante. A variação foi de 7%, contra 44% no ano anterior. É a pior taxa em mais de duas décadas.
Na conferência com investidores, o CEO Andy Jassy apontou a pandemia e a guerra na Ucrânia como fontes de crescimento e também de desafios. O executivo também mencionou as pressões na cadeia de suplementos e a alta da inflação como obstáculos para a Amazon.
Com informações: Yahoo!, CNBC, Investopedia.