Bill Gates quer propostas para captura de dióxido de carbono da atmosfera
Programa Catalyst do fundo de Bill Gates contra mudanças climáticas promete levantar US$ 3 bilhões e busca projetos nos EUA e na Europa
Programa Catalyst do fundo de Bill Gates contra mudanças climáticas promete levantar US$ 3 bilhões e busca projetos nos EUA e na Europa
Bill Gates é mais conhecido como um dos fundadores da Microsoft, mas desde que se afastou da empresa, vem usando a fama e a fortuna para combater problemas como pandemias e mudanças climáticas. O programa Catalyst, de seu fundo Breakthrough Energy, é voltado para esse segundo tema. Ele está procurando projetos na Europa e pretende levantar até US$ 3 bilhões até a metade de 2023.
O “request for proposals” (algo como um edital) busca projetos para quatro tipos de tecnologia: combustíveis limpos de hidrogênio, combustíveis sustentáveis para aviação, armazenamento de energia e tecnologia que captura dióxido de carbono do ar.
O programa Catalyst, lançado em junho de 2021, diz ter levantado US$ 1,5 bilhão nos primeiros seis meses e espera chegar até US$ 3 bilhões até a metade do ano que vem. Nos EUA, a ideia é colocar US$ 1,5 bilhões em projetos com o Departamento de Energia nos próximos três anos. A parceria público-privada poderia chegar a US$ 15 bilhões de investimentos.
O valor a ser desembolsado, porém, depende de quão promissores forem os projetos. “Nós não vamos simplesmente dar US% 1,5 bilhão — há processos sérios e rigorosos de avaliação de projetos, e temos que passar por eles”, diz Jonah Goldman, diretor do Breakthrough Energy, ao site The Verge.
Na Europa, o financiamento também pode vir do Banco Europeu de Investimento e da Comissão Europeia. O Breakthrough Energy espera que a parceria possa levantar US$ 1 bilhão entre 2022 e 2027. Há ainda planos para procuras parecidas no Reino Unido ainda este ano e em mais partes do mundo depois disso.
Como evitar as mudanças climáticas sem prejudicar as atividades econômicas e frear o desenvolvimento? Gates e outros apostam em tecnologias para remover o excesso de dióxido de carbono da atmosfera — um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.
Assim, para as empresas, o ponto não é mais tornar as emissões neutras. É preciso ter emissões negativas — isto é, remover mais carbono do que liberar.
Por enquanto, a tecnologia ainda é cara e complexa. A maior planta industrial capturar o gás da atmosfera é a Orca, que fica na Islândia. Ela usa 27 toneladas de água para cada tonelada de dióxido de carbono. A mistura é injetada no subterrâneo, onde reage com rochas basálticas e forma minerais carbonados.
Parece interessante, mas ela ainda é bastante limitada: a capacidade atual é de 4.000 toneladas de dióxido de carbono por ano. Isso equivale a apenas 790 carros de passeio. É muito pouco.
Por isso o interesse de várias empresas e bilionários em melhorar a tecnologia o mais rápido possível. Além de Gates, a Microsoft lançou um fundo de US$ 1 bilhão para baratear o processo. Já Elon Musk prometeu premiar com US$ 100 milhões a melhor ideia para remover o gás da atmosfera.
Com informações: The Verge.