CEO da Nvidia diz que Lei de Moore acabou; preços de chips devem continuar subindo

Nvidia GeForce RTX 4090 e RTX 4080 foram lançadas com preços entre US$ 899 e US$ 1.599; placas de vídeo trazem a arquitetura Ada Lovelace

Bruno Gall De Blasi
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Nvidia placa de vídeo

Nvidia revelou as novas placas de vídeo da linha RTX 4000 com valores bem salgados. Mas é bom se acostumar: em entrevista, o CEO da companhia, Jensen Huang, decretou o fim da Lei de Moore, a famosa observação do cofundador da Intel. O executivo ainda especulou que os preços dos semicondutores não devem cair.

A declaração partiu de uma sessão de perguntas e respostas após o lançamento das novas RTX 4080 e RTX 4090. Ao ser questionado sobre os valores das novas GPUs por Gordon Ung, da PCWorld, Huang foi direto ao ponto: “a Lei de Moore está morta”. 

Caso não esteja a par, a Lei de Moore é uma das máximas mais conhecidas no mundo da tecnologia. Em 1965, Gordon Moore especulou que o número de transístores em um circuito integrado dobraria a cada ano. Depois, a observação foi revista para uma evolução a cada dois anos e passou a tratar de “poder computacional”.

Mais adiante, o CEO da Nvidia justificou a sua declaração. “Um wafer de 12 polegadas é muito mais caro hoje em dia”, afirmou. “A ideia de que o preço do chip vai cair é uma história do passado.”

GeForce RTX 4090 (Imagem: Divulgação/Nvidia)
GeForce RTX 4090 (Imagem: Divulgação/Nvidia)

GeForce RTX 4080 e 4090 custam a partir de US$ 899

A declaração veio à tona devido ao lançamento das novas GPUs com a arquitetura Ada Lovelace. As placas de vídeo foram apresentadas na terça-feira (20), com destaque para a Nvidia GeForce RTX 4090 que possui 24 GB de memória GDDR6X e custa US$ 1.599 (cerca de R$ 8.240 em conversão direta). A GeForce RTX 4080, por sua vez, tem edições com 12 GB e 16 GB e valores a partir de US$ 899 (R$ 4.635).

Huang deu mais explicações sobre os valores dos lançamentos durante a sessão de perguntas e respostas. Para o executivo, as melhorias no poder de processamento das novas placas justificam o aumento de preços. “[Comparando] o desempenho da GPU de US$ 899 da Nvidia ou GPU de US$ 1.599 há um ano, dois anos atrás, com o mesmo preço, nosso desempenho com Ada Lovelace é monumentalmente melhor”, ressaltou.

Ars Technica, porém, observou que essa comparação não faz muito sentido. Na análise, o site apontou que, de fato, a RTX 4090 é apenas US$ 100 mais cara do que a RTX 3090 lançada em 2020. Mas, ao considerar a inflação, o modelo de dois anos atrás custaria US$ 1.699, e não US$ 1.499, levando uma certa vantagem à nova GPU.

A diferença maior se encontra nas opções mais acessíveis. Neste caso, a RTX 4080 chegou ao mercado por US$ 899 e US$ 1.199, que realmente tem um valor acima das placas de vídeo da RTX 3080 anunciadas em 2020 por US$ 699 e US$ 799. Ajustando pela inflação, as GPUs antigas custariam US$ 799 e US$ 899, segundo o site.

Com informações: Ars Technica e Digital Trends

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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