A Fitbit tem uma missão “bem fácil” pela frente: criar um smartwatch capaz de concorrer com o Apple Watch, só isso. O problema é que o projeto tem tantas complicações que não será surpresa se o relógio não conseguir mostrar nem mesmo as horas. Mas James Park, CEO da Fitbit, assegura: o smartwatch vai sair, sim, e sem atrasos.
Em entrevista ao Financial Times, Park afirmou que o relógio terá excelente desempenho, player de músicas (um pedido antigo dos fãs da marca) e novos sensores biométricos para uso em aplicações voltadas à saúde.
Porém, em abril, fontes próximas ao projeto disseram que a Fitbit não estava conseguindo instalar o GPS, por exemplo. O problema era o posicionamento incorreto da antena do GPS, o que obrigou os projetistas a revisarem todo o design do relógio.
Como se não bastasse, os engenheiros estavam tendo dificuldades para tornar o smartwatch à prova d’água. Também há relatos de problemas com o software: a loja de apps simplesmente pode não ficar pronta para o lançamento do dispositivo. E olha que, de acordo com o próprio Park, uma das razões para a compra da Pebble foi justamente o aproveitamento do ecossistema de aplicativos da marca: o relógio da Pebble tinha mais de 14 mil apps de terceiros.
Ao Financial Times, Park não disse nada a respeito do software, mas garantiu que o smartwatch será lançado até o final do ano, como prometido desde que as primeiras informações sobre o dispositivo surgiram.
O foco estará na performance, razão pela qual o relógio não terá suporte a determinados recursos, como LTE. O importante é que o GPS e os sensores funcionem bem, e que não haja comprometimento da bateria por conta do excesso de funcionalidades. A intenção, segundo Park, é criar o smartwatch com as medições mais precisas do mercado.
Ainda não dá para saber se são promessas vazias. De todo modo, é natural que o projeto de um dispositivo eletrônico tenha problemas, afinal, é nessa fase que os erros devem ser identificados e corrigidos. Com base nisso, podemos dar um voto de confiança em Park.
Mas, mesmo que as dificuldades técnicas tenham sido superadas, a Fitbit não terá sossego: para usar os sensores biométricos, a empresa precisa obter autorização da FDA, órgão norte-americano semelhante à nossa Anvisa.
Se a aprovação da FDA não vier ou algum dos prometidos recursos não funcionar como deveria, a Fitbit ficará em sérios apuros, ao ponto até de, em um cenário dramático, ter que ser vendida para continuar existindo.
A companhia, que até um passado recente era a maior fabricante de wearables do mundo, hoje está atrás da Apple e da Xiaomi.