Google compra Fitbit por US$ 2,1 bilhões para se fortalecer em wearables

Fitbit é a quarta maior fabricante de smartwatches e smartbands do mundo

Paulo Higa
• Atualizado há 3 anos
Fitbit Versa 2

O Google confirmou os rumores e anunciou nesta sexta-feira (1º) que fechou um acordo para comprar a fabricante de wearables Fitbit. A aquisição, que foi avaliada em US$ 2,1 bilhões, tem como objetivo fortalecer o ecossistema do Wear OS e lançar novos dispositivos vestíveis com a marca do Google.

A Fitbit não tem presença no Brasil, mas é a quarta maior fabricante de wearables do mundo, segundo a IDC, além de ser pioneira no segmento. A companhia já foi líder de mercado e, nos últimos anos, perdeu espaço para a Apple nos smartwatches e para a Xiaomi nas smartbands de baixo custo. Em 2016, a Fitbit comprou a Pebble por US$ 23 milhões (e depois a matou).

No anúncio oficial, o Google diz que a compra da Fitbit é uma “oportunidade para investir ainda mais no Wear OS, bem como lançar dispositivos vestíveis Made by Google”, como já acontece com os celulares Pixel, os laptops Pixelbook e a linha Nest. Os funcionários da Fitbit trabalharão com o Google em software, hardware e inteligência artificial para desenvolver novos wearables.

Fitbit Premium

O Google deixa claro que “os dados de saúde e bem estar da Fitbit não serão utilizados para os anúncios do Google”, e que será transparente a respeito das informações que coletará dos usuários. Além disso, os usuários da Fitbit poderão optar por analisar, mover ou deletar seus dados dos servidores do Google. Já a Fitbit promete que continuará dando suporte tanto para Android quanto iOS.

A plataforma da Fitbit possui 28 milhões de usuários ativos no mundo, resultado dos mais de 100 milhões de dispositivos vendidos. O produto mais recente da marca é o Fitbit Versa 2, um smartwatch de US$ 199,95 com comandos de voz da Alexa, monitoramento de sono, batimentos cardíacos e exercícios (inclusive natação), sistema de pagamentos Fitbit Pay e aplicativos de terceiros, como Spotify e Strava.

Fitbit Versa 2

Do lado do Google, a compra pode ser mais uma tentativa de alavancar o Wear OS (antigamente Android Wear), que nunca foi exatamente um sucesso. No mercado norte-americano, a única marca de smartwatch com Wear OS entre as cinco maiores é a Fossil — que perdeu participação entre 2018 e 2019, de acordo com a Canalys, ficando atrás da Apple, Fitbit, Samsung e Garmin.

A compra da Fitbit pelo Google precisa passar pela aprovação dos acionistas e órgãos reguladores, devendo ser concluída em 2020.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.