Os Estados Unidos chegaram a um acordo nesta sexta-feira (25) para salvar a ZTE. A fabricante chinesa havia interrompido suas operações globais após ter sofrido fortes sanções do país, entre eles a proibição de adquirir componentes e softwares de empresas americanas, o que incluía as parceiras Qualcomm e Google.
Recapitulando: a ZTE admitiu, em 2017, que vendeu tecnologias produzidas nos Estados Unidos para a Coreia do Norte e o Irã, como roteadores e servidores, o que viola as leis americanas. Por isso, pagou uma multa de US$ 890 milhões e disse ter punido os executivos responsáveis pelo esquema. No entanto, a ZTE foi acusada de mentir, já que não reduziu bônus de funcionários e não enviou cartas de repreensão.
Daí veio a punição mais severa dos Estados Unidos, que era proibir que todas as empresas americanas fornecessem produtos para a ZTE. Não precisa nem explicar muito o que isso significa para uma fabricante de smartphones: a Qualcomm é uma das principais fornecedoras de chips, e o Google exige o pagamento de uma licença para embarcar aplicativos como Chrome, YouTube, Maps e Play Store no Android.
Mas os chineses podem retomar suas operações e voltar ao mercado (apesar dos temores de espionagem) com um novo acordo. A exigência é que “a ZTE pague uma multa substancial, coloque funcionários de compliance dos Estados Unidos na empresa e mude sua equipe administrativa”. O valor da multa é ainda maior que a anterior, podendo chegar a US$ 1,3 bilhão.
Se a ZTE cumprir com os termos do acordo, poderá voltar a fazer negócios com empresas americanas. A fabricante é uma das maiores da China nos segmentos de smartphones e equipamentos de telecomunicações, empregando cerca de 75 mil funcionários.
Com informações: Reuters.