Huawei

Não é só a Kaspersky que virou empresa non grata nos Estados Unidos. Um projeto de lei apresentado pelo congressista Mike Conaway quer proibir que smartphones e outros dispositivos fabricados por Huawei, ZTE e suas subsidiárias sejam utilizados por funcionários do governo norte-americano. O motivo? Temor de que os aparelhos sirvam de meio de espionagem para a China.

Realizada na semana passada, a CES 2018 iria servir de palco para a chegada do Mate 10 Pro no país. Mas, às vésperas da apresentação oficial, a AT&T cancelou a parceria de lançamento com a Huawei. Aparentemente, a operadora foi pressionada a não seguir com acordo por autoridades norte-americanas, justamente pelo temor de espionagem.

A Huawei não escondeu o desapontamento com a decisão, mas decidiu lançar o Mate 10 Pro mesmo assim, só que de modo independente. É uma solução menos interessante, pois, nos Estados Unidos, a maior parte dos celulares é vendida em parceria com as operadoras.

Mas o pior está por vir. Para Conaway, tecnologias chinesas representam grande ameaça à segurança nacional. No projeto de lei, ele afirma que o uso de aparelhos e serviços de telecomunicações da Huawei, ZTE e subsidiárias destas deveria ser proibido nas agências governamentais norte-americanas para evitar que a vigilância chinesa aumente.

Bandeira - Estados Unidos

O projeto condiz com a recente decisão do presidente Donald Trump de proibir softwares da Kaspersky nos órgãos federais do país devido a um suposto risco de espionagem (só que pelo governo russo). Porém, a preocupação com Huawei e ZTE vem da gestão anterior: em 2012, ambas as companhias foram acusadas de abrir brechas em seus equipamentos para permitir espionagem por agentes chineses.

Huawei e ZTE negaram as acusações. O governo chinês, por sua vez, acusou os Estados Unidos de protecionismo. Apesar disso, o caso serviu para que, em 2013, um projeto fosse proposto para proibir a venda de equipamentos das duas companhias às agências governamentais norte-americanas. O atual projeto de lei é baseado nessa proposta.

O projeto precisa ser aprovado por um comitê de supervisão, pelos deputados, pelo senado e, finalmente, pelo presidente Trump. Como os órgãos públicos estão entre os principais clientes da Huawei e ZTE, o impacto nas duas companhias vai ser grande se a proibição passar a valer.

Com informações: The Verge

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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