Índia estuda proibir PUBG e AliExpress após vetar TikTok

Uma lista de 275 aplicativos chineses é analisada pela Índia por supostos riscos à segurança nacional e à privacidade dos usuários

Victor Hugo Silva
• Atualizado há 3 anos
screen-post-PUBG-unsplash

Depois de banir TikTok, o governo da Índia estuda proibir mais 275 aplicativos chineses sob a alegação de que oferecem riscos à segurança nacional e à privacidade dos usuários. A lista completa de apps analisados pelas autoridades indianas não foi revelada, mas, segundo o Economic Times, inclui o jogo PUBG, da chinesa Tencent, e o app do AliExpress.

A ByteDance, proprietária do TikTok, também poderá voltar a ter serviços banidos na Índia. A empresa é responsável por ao menos quatro aplicativos na nova lista, incluindo o serviço de streaming de música Resso, os editores de fotos ULike e FaceU, e o editor de vídeo CapCut. A Xiaomi, por sua vez, poderá ser afetada com a proibição de 14 aplicativos. Entre eles, está a rede social de vídeos curtos Zili.

Até mesmo a Supercell, empresa finlandesa responsável por jogos como Clash of Clans e Clash Royale, tem aplicativos na lista. Não há informações sobre qual app da empresa é analisado, mas a produtora estaria na mira das autoridades por contar com investimentos chineses. A Tencent, dona do PUBG, é sócia majoritária da companhia desde 2019.

Estes são alguns dos aplicativos que podem ser banidos na Índia:

  1. PUBG (Tencent)
  2. Ludo World (Tencent)
  3. Resso (ByteDance)
  4. ULike (ByteDance)
  5. FaceU (ByteDance)
  6. Capcut (ByteDance)
  7. Zili (Xiaomi)
  8. Meitu
  9. LBE Tech
  10. Perfect Corp
  11. Sina Corp
  12. Netease Games
  13. Yoozoo Global

Ainda segundo com o Economic Times, essa lista foi criada para investigar como os aplicativos chineses funcionam e como são financiados. Autoridades da Índia apontam para um suposto compartilhamento indevido de dados de usuários desses serviços com a China. O governo indiano afirma que respeitará o devido processo legal antes de decidir por qualquer proibição.

O país também planeja elaborar uma regulação que permita o escrutínio constante de aplicativos que operam em seu território. Ao mesmo tempo, um comitê ligado ao governo vai analisar as respostas de 59 empresas que já tiveram seus aplicativos banidos e definir quais medidas serão adotadas. Além do TikTok, o grupo inclui o Mi Video, da Xiaomi, e o Kwai. Todos saíram do ar na Índia em junho.

Nesta segunda-feira (27), outros 47 aplicativos chineses foram banidos por estarem operando como clones do que já haviam recebido a sanção. Um deles era o TikTok Lite. A proibição de algum dos 275 aplicativos da nova lista marcaria a terceira medida do tipo adotada pela Índia em um curto intervalo de tempo.

A China criticou as ações realizadas pelo governo indicano e afirmou que está “fortemente preocupada com a decisão”. A relação entre os dois países se tornou mais tensa em junho, quando ao menos 20 soldados indianos morreram em um confronto envolvendo uma disputa territorial existente há décadas, mas que desde 1975 não registrava mortes.

A situação levou a uma campanha de boicote a produtos da China e à proibição de vários aplicativos. A retirada dos serviços deve afetar a vida de muitos usuários na Índia. A estimativa é de que os serviços chineses têm cerca de 300 milhões de usuários únicos no mercado indiano, o equivalente a dois terços do número de smartphones no país.

Com informações: Android Police, India Today.

Leia | O que é TikTok?

Relacionados

Escrito por

Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.