Intel - chip 49 qubits

A computação quântica vai mesmo causar uma reviravolta tecnológica? As maiores empresas do setor acreditam que sim. Entre elas está a Intel: em sua apresentação na CES 2018, a companhia exibiu o protótipo de um chip quântico de 49 qubits.

Para quem está por fora do assunto, qubit é uma simplificação de bit quântico. Na computação atual, temos como base o bit “normal”, que, no modelo simbólico criado para facilitar a nossa compreensão, representa o valor 0 ou 1. Já um qubit pode assumir 0, 1 ou uma superposição de ambos os valores.

Essa lógica deve permitir aos computadores quânticos resolverem em minutos problemas de áreas como inteligência artificial e meteorologia que, de tão complexos, demandariam até anos para serem solucionados pela computação tradicional. Daí o interesse de gigantes como IBM, Microsoft e Intel pelo assunto.

Coube a Brian Krzanich, CEO da Intel, apresentar o chip. Os detalhes técnicos não foram revelados, mas o executivo ressaltou que o Tangle Lake, como o dispositivo vem sendo chamado, é um processador de 49 qubits. Esse é um detalhe importante porque faz pouco tempo que a Intel apresentou um chip de 17 qubits. Além disso, o projeto acirra a rivalidade com a IBM, que está expondo na CES um processador quântico de 50 qubits.

Para Krzanich, o Tangle Lake vai ajudar a Intel a alcançar a “supremacia quântica”, expressão que se refere ao ponto em que os computadores quânticos realizarão tarefas que não podem ser executadas por máquinas baseadas na tecnologia atual.

Intel - chip quântico

Os primeiros passos já foram dados, mas o caminho é longo. Só para dar uma ideia, a Intel já estuda criar um processador baseado em spin qubits, que podem ser replicados mais facilmente por conta do seu tamanho reduzido em comparação aos supercondutores usados pela indústria. Isso porque, quando a computação quântica estiver mais desenvolvida, problemas de escala na fabricação estarão entre os principais desafios.

Meltdown e Spectre

Computação quântica é um assunto deveras interessante, mas todo mundo queria saber o que o chefão da Intel tinha a dizer sobre as falhas Meltdown e Spectre.

Para a decepção — mas não surpresa, provavelmente — de quem estava no evento, Krzanich abordou o assunto superficialmente. Ele comentou apenas que não há registros de perda ou roubo de dados como consequência das falhas e que a Intel está comprometida em resolver as vulnerabilidades. Um grupo chamado Intel Product Assurance and Security está sendo criado especificamente para tratar do assunto.

Com informações: IEEE Spectrum, ZDNet.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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