Leilão do 5G: “vamos deixar para 2021”, diz ministro das Comunicações

Testes de frequência foram interrompidos por conta da pandemia; Claro, Oi, TIM e Vivo já defendiam adiamento do leilão do 5G

Lucas Braga
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Torre com antenas de telecomunicações. Foto: caeuje/Pixabay

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o leilão de frequências para 5G ficará para o ano de 2021. O motivo do atraso é a pandemia de coronavírus (COVID-19), que interrompeu os testes da Anatel na frequência que afeta acessos de TV via satélite. O adiamento da outorga já era defendido por líderes da Claro, Oi, Vivo e TIM por conta da insegurança com o cenário econômico atual.

Faria revelou o adiamento em uma entrevista à Rádio Jovem Pan: “vamos deixar para 2021, esse ano não dá mais tempo para fazer o leilão”. Ele disse que era “praticamente impossível” realizar o arremate ainda em 2020 com os atrasos nos testes de campo. Por conta da pandemia, a Anatel suspendeu em março os testes de convivência entre 5G em 3,5 GHz e TV aberta via satélite (TVRO).

A novidade é bem-vinda para todas as grandes operadoras, que defendem o adiamento do evento. A Claro considera que o 5G não está maduro para o Brasil, enquanto a Oi diz que o momento econômico mundial traz previsões pessimistas e incertezas. Vivo e TIM também já se manifestaram em oportunidades passadas que não têm pressa para o leilão.

As operadoras temem algum tipo de sanção a equipamentos da Huawei para construção na nova rede 5G. Representantes das empresas irão se reunir com os ministros da Casa Civil, Relações Exteriores e com o Gabinete de Segurança Institucional. Uma possível restrição pode aumentar o custo de operação, uma vez que a infraestrutura existente já contempla dezenas de milhares de antenas de rádio fornecidas pela fabricante chinesa.

Claro anuncia 5G no Brasil usando frequências existentes

Mesmo tendo defendido que a nova tecnologia não está madura para o Brasil, a Claro anunciou na semana passada que irá lançar sua rede 5G antes da concorrência. A operadora aproveitará capacidade atual de espectro utilizado nas redes 2G, 3G e 4G e utilizará a tecnologia de compartilhamento dinâmico de espectro (DSS).

O primeiro smartphone a suportar a nova rede será o Motorola Edge. A operadora ainda não revelou todos os planos de implementação do 5G, mas diz que os investimentos atuais serão aproveitados para a implementação definitiva da tecnologia com as novas frequências a serem leiloadas pela Anatel.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.